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Renascimento e Modernidade

Agora: Renascimento e Modernidade.

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Perspectiva

O Renascimento

Quando estudamos a transição da Idade Média para a Idade Moderna, é necessário refletirmos sobre o Renascimento, período em que diversos elementos da cultura cristã se associaram a elementos da cultura clássica (greco-romana). Ao contrário do que muito já se afirmou, o Renascimento não foi uma ruptura drástica com a Idade Média. Essa perspectiva supõe uma visão negativa do mundo medieval, como período obscuro, apelidado de “Idade das Trevas”, que é cada vez mais questionada pelos historiadores.

Podemos afirmar que o Renascimento iniciou-se na península itálica, espalhando-se, posteriormente, por outras regiões européias. Entre as principais cidades onde se desenvolveu o Renascimento italiano, destacam-se Florença, no século XV, e, posteriormente, Roma e Veneza, no século XVI. Para compreendermos o porquê a Itália foi o “berço” do Renascimento, precisamos compreender a associação de alguns fatores. O primeiro deles diz respeito ao  desenvolvimento comercial urbano.  As cidades italianas apresentavam significativo desenvolvimento comercial, sendo dirigidas por uma classe de poderosos mercadores. Com o comércio marítimo pelo Mediterrâneo, esses grandes mercadores burgueses acumularam enorme riqueza e sentiram necessidade da instauração da ordem econômica do capitalismo, que permitia a livre concorrência, o individualismo e a busca racional do lucro. Além disso, a burguesia italiana estimulava os artistas e intelectuais do Renascimento através do mecenato. Ou seja, os mecenas, dotados de poderes econômicos, financiavam e incentivavam as artes no período da Renascença. Outro fator importante foi a fuga dos sábios bizantinos para a Itália, após a queda de Constantinopla, em 1453, levando consigo muitos elementos da cultura clássica preservados em Bizâncio. E, por fim, o fato de que – na Antiguidade – a  Itália fora a sede do Império Romano do Ocidente, existindo, ainda, nessa região uma série de elementos preservados como, por exemplo, alguns monumentos arquitetônicos da Roma Antiga.

Como podemos perceber, o período que chamamos de Renascimento teve início na Baixa Idade Média, quando o renascimento comercial e urbano, o enfraquecimento dos laços servis e a constituição da burguesia promoviam transformações sociais na Europa. Nas cidades, a burguesia estimulava o florescimento de novas formas culturais que valorizavam cada vez mais a razão.  Nesse processo, a retomada de ideais ligados à Antiguidade Clássica serviu como base para a crítica ao teocentrismo da Igreja e aos valores Medievais. As mudanças provocadas contribuíram para o surgimento de novas concepções filosóficas, como o antropocentrismo e  o  humanismo, que promoviam a valorização das potencialidades humanas.  As grandes navegações e a chegada no que, para os europeus era o “novo mundo” (o continente americano) também foram decisivas para configurar o Renascimento como uma época de experiências novas e enriquecimento cultural.

Foi durante o Renascimento que artistas como Michelângelo,  Leonardo da Vinci, Giotto e Botticelli e escritores como Erasmo de Rotterdam e Thomas Morus viveram e expressaram as transformações pelas quais passava a Europa. 

No âmbito da ciência, o método experimental e a reflexão racional foram fundamentais. Galileu Galilei – nascido na península Itálica – propôs que o racionalismo  matemático fosse a base de todo o pensamento científico. Em seus estudos, comprovou a teoria heliocêntrica de Nicolau Copérnico,  segundo a qual o centro do sistema solar é o sol e não a terra, como defendia a igreja católica.

No auge do Renascimento, outros acontecimentos foram decisivos:  a invenção da imprensa, por Johannes Gutenberg, o que facilitou a circulação das ideias e novas perspectivas e a Reforma Protestante, desencadeada por Martinho Lutero. Esses dois acontecimentos combinados mudaram, aos poucos, a relação dos homens com o conhecimento intelectual e o mundo a sua volta.

 

Se fossemos sintetizar os elementos mais importantes do Renascimento, teríamos:

 

  • A  valorização da cultura greco-romana, com o classicismo.
  • A valorização do homem, com o antropocentrismo e o humanismo.
  • A importância da natureza e de seus fenômenos;
  • O  racionalismo e o espírito crítico.