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Mãos diversificadas separadas por uma linha, ilustrando a xenofobia e as linhas divisórias dos países.

Xenofobia: O que é? Fique por dentro do contexto no Brasil e no mundo!

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Xenofobia é um termo que, nos últimos anos, tem ganhado muito destaque na mídia. 

Atualmente, é frequentemente relacionado ao grande fluxo de migrantes e refugiados oriundos de alguns conflitos no Oriente Médio (Guerra da Síria) e no norte da África (Guerra Civil Sul-Sudanesa). É acompanhado também de fake news espalhando boatos e mentiras sobre determinados grupos étnicos e religiosos, por exemplo.

Entretanto, é importante destacar que a xenofobia não é limitada apenas às questões de guerras e conflitos. Sempre esteve presente quando o assunto é a migração em si. 

Nos acompanhe para ficar por dentro do tema!

O que é xenofobia?

Neste texto, será utilizado o conceito delimitado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

  • Xenofobia: é o sentimento de aversão, desconfiança, medo, antipatia, rejeição em relação ao estrangeiro, ao que vem de outro país, ao que vem de fora. O sentimento de xenofobia se manifesta em atitudes discriminatórias e, muitas vezes, violentas, tanto verbais como físicas e psicológicas contra migrantes. Abordagens xenófobas também podem ser encontradas em políticas adotadas por países que buscam restringir os fluxos migratórios.

É certo que existe um debate enorme sobre esse termo, principalmente entre os estudiosos do assunto. 

Se ele tem um caráter apenas individual ou pode ser coletivo. Se um Estado pode ou não adotar políticas xenófobas. Ou se ele deve assumir um caráter mais amplo, designando diferentes formas de preconceitos, como o racial ou cultural. 

Alguns estudiosos tendem a falar da xenofobia como um “novo racismo”, no qual se observaria a perda da identidade nacional com o aumento da imigração.

De qualquer forma, a definição trabalhada aqui é adotada por uma das maiores referências sobre o assunto possibilita o seguinte entendimento: a xenofobia consiste em um sentimento de aversão ao diferente, ao estrangeiro, que pode se materializar em práticas violentas contra determinadas pessoas ou grupos. 

Como identificar práticas xenófobas/xenofóbicas?

Existem inúmeros motivos que ajudam a explicar e identificar comportamentos e ações xenófobas.

Quanto às causas, no geral, quando se observa algum momento de crise econômica ou dificuldade enfrentada por um país, é possível notar o aumento de episódios de xenofobia. Assim, esse sentimento passa por questões como: o medo de perder o status social, pois o estrangeiro ameaçaria o sucesso econômico do cidadão; um modo de garantir uma identidade nacional e manter um sentimento de superioridade em meio às dificuldades; uma forma de culpabilizar alguém pelas dificuldades enfrentadas, removendo a própria responsabilidade desse problema. Tudo isso nos permite identificar algumas causas para esse sentimento.

Ademais, é possível também destacar como a xenofobia se manifesta a partir dos seguintes comportamentos: comentários discriminatórios sobre determinado grupo, com base na sua origem; políticas e leis definidas por governos para grupos estrangeiros específicos; além de intimidações e atos de violência pública contra essas pessoas ou elementos da sua cultura.

Atitudes de xenofobia que foram notícia no mundo

Como discutido no texto, existem diferentes motivos para a xenofobia. São inúmeros casos registrados pelo mundo, envolvendo diferentes países, etnias e religiões.

Recentemente, devido à epidemia de um novo tipo de coronavírus, originado na China, tem-se observado o aumento de manifestações de racismo contra os chineses.

Manifestantes em passeata contra a xenofobia contra chineses nos estados unidos.

Fonte: Manifestação em Nova York. 2021. David Dee Delgado/Getty Images.

Na França, no final de janeiro de 2020, franceses de origem asiática criaram a hashtag #JeNeSuisPasUnVirus (eu não sou um vírus). Eles protestam contra a discriminação. Um aluno chinês em intercâmbio na França, comentou que, quando algumas pessoas passavam por ele, tapavam o nariz. 

Ao mesmo tempo, comentários clichês sobre comidas exóticas e as condições de higiene dos asiáticos ganharam força com o avanço do coronavírus.

Isso é apenas um exemplo recente de um comportamento que deve ser associado à xenofobia. 

Ainda na França, é muito comum se observarem protestos, comentários e até ações políticas contra os enclaves territoriais islâmicos no país, bairros ocupados majoritariamente por uma população mulçumana. 

Essas áreas são apresentadas como locais de valores estranhos para o restante do país, o que explica o termo islamofobia, uma aversão aos adeptos do islã.

No leste da Alemanha, em 2018, a cidade de Chemnitz foi o retrato da xenofobia. Diversos simpatizantes da extrema-direita reuniram-se em locais públicos para protestar contra estrangeiros, com centenas de pessoas com bandeiras escritas “Fora, estrangeiro!” ou “Devolvam-nos nosso país”. 

Tais manifestações teriam como fagulha a morte de um indivíduo envolvendo um sírio e um iraquiano. Fake news logo se espalharam, relacionando a morte dessa pessoa a uma tentativa de salvamento de uma criança que estava sendo estuprada.

Para saber mais sobre a questão da imigração e dos refugiados, se liga neste vídeo do Dose de Atualidades do Descomplica.

Há xenofobia no Brasil?

Infelizmente, tal condição não é restrita à Europa. Também é possível observá-la em diversos outros países e continentes. 

Não diferente, no Brasil, os casos de xenofobia se manifestaram de forma mais intensa em dois momentos, nos últimos anos. 

Um primeiro momento é relativo à migração de haitianos para o país. Devido a um terremoto que afetou a economia e a estabilidade política do Haiti, Forças de Paz da ONU lideradas pelo Brasil começaram a ajudar na sua recuperação. 

Com isso, um lanço foi criado e, somado ao crescimento econômico do Brasil, haitianos começaram a procurar o país com o objetivo de conquistar melhores condições de vida. 

Algum tempo depois, diversos relatos de haitianos começaram a surgir sobre preconceitos, ofensas e alguns atos de violência praticados com eles.

Em um segundo momento destaca-se o caso de refugiados venezuelanos no Brasil. Com a crise política e econômica que a Venezuela enfrenta, uma crise humanitária assolou o país. 

Assim, milhares de venezuelanos começaram a procurar abrigo, segurança e maior estabilidade nos países vizinhos ou com alguma proximidade cultural. O Brasil passou a ser destino de alguns desses refugiados. 

A cidade de Pacaraima, no norte do estado de Roraima, era a principal porta de entrada. Como milhares de migrantes começavam sua caminhada em solo brasileiro por essa localidade, os serviços saturaram rapidamente na região. 

Com isso, começou a se observarem manifestações e ações de violência contra os venezuelanos na cidade. O governo federal demorou para intervir e a situação se agravou.

Não é incomum citar alguns casos de xenofobia no Brasil contra migrantes e refugiados do Oriente Médio. No Rio de Janeiro, um vídeo viralizou após um refugiado sírio ser atacado verbalmente em Copacabana, com gritos de “Saia do meu país! Eu sou brasileiro e estou vendo meu país ser invadido por esses homens”. 

Em São Paulo, um restaurante árabe conhecido por empregar refugiados foi atacado por jovens, como uma forma de intimidar as pessoas que trabalham e frequentam o lugar. 

Esses são alguns casos recentes que demonstram o tamanho desse problema que é a xenofobia no Brasil.

Mas e então, como combater a xenofobia?

Mãos de pessoas fisicamente diferentes ilustrando a união que é necessária para combater a xenofobia.

Esse sentimento é complexo e resulta em grande parte do desconhecimento da população em relação ao estrangeiro, à sua cultura e costumes. O novo é diferente e tende a assustar. 

Para combater essa informação, o primeiro passo é a informação. Busque sempre acompanhar o tema e discuta sobre ele quando houver a oportunidade.

É necessário promover a integração e a diversidade, para isso, é necessário que cada vez mais pessoas se sensibilizem sobre o tema e com a causa.

Como exemplo, seria interessante citar campanhas como a do ACNUR, denominada “Sua causa é a minha causa”, que busca integrar e ampliar a solidariedade dos peruanos com o fluxo cada vez maior de venezuelanos no contexto da crise na Venezuela. 

Outra estratégia é mostrar o patrimônio intelectual e cultural dos refugiados, e como a mão de obra deles no mercado é importante para a economia e pode, inclusive, ajudar no crescimento e desenvolvimento econômico de um país. 

Ah, e não poderia esquecer! Quer saber como desenvolver este tema em uma redação? Confira o vídeo abaixo:

Conheça o nosso cursinho pré-enem e se prepare com quem entende de aprovação!

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