As conjunções concessivas e adversativas são recursos linguísticos que podem ser utilizados para estabelecer relações de contraste, oposição ou concessão entre ideias ou fatos. Elas são muito importantes para a construção de argumentos e para a organização textual, especialmente em gêneros como a dissertação-argumentativa, que é o tipo de texto exigido na prova de redação do Enem.
A capacidade de identificar e analisar corretamente o uso dessas conjunções é essencial para compreender o raciocínio e a estrutura de textos argumentativos, críticos e expositivos. Além disso, a habilidade de reconhecer como essas conjunções afetam o sentido global do texto é crucial para responder a questões que envolvem interpretação de texto, análise de argumentação e produção textual.
Neste contexto, exploraremos mais profundamente o papel dasconjunções concessivas e adversativas, destacando como esses elementos linguísticos contribuem para a construção de argumentos sólidos e para a compreensão de textos complexos. Continue a leitura!
Conjunções Concessivas
As conjunções concessivas são palavras ou expressões que ligam duas orações, indicando que uma delas apresenta uma situação que poderia impedir ou dificultar a realização da outra, mas que não o faz. Elas expressam uma ideia de ressalva, exceção ou limitação. Por exemplo:
- Embora estivesse chovendo, ele saiu para caminhar. (A chuva poderia impedir a caminhada, mas ele saiu mesmo assim)
- Ainda que fosse difícil, ela não desistiu do seu sonho. (A dificuldade poderia fazer ela desistir, mas ela persistiu)
- Mesmo que ele se esforce, não consegue passar na prova. (O esforço poderia levar ao sucesso, mas ele não consegue)
Algumas conjunções concessivas são: embora, ainda que, mesmo que, se bem que, apesar de que, conquanto, etc. Elas podem ser antecedidas por preposições como por, de, em, etc. Por exemplo:
- Por mais que eu tente, não consigo entender esse problema.
- De tanto que ele estudou, ficou doente.
- Em que pese a sua inteligência, ele é muito arrogante.
As conjunções concessivas podem ser substituídas por outras palavras ou expressões que tenham o mesmo sentido, como: ainda assim, mesmo assim, contudo, todavia, etc. Por exemplo:
- Ele estava doente. Ainda assim, foi trabalhar.
- Ela é muito rica. Mesmo assim, é humilde.
- Ele é meu amigo. Contudo, não concordo com ele.
As conjunções concessivas são importantes para a construção de argumentos e para a organização textual, pois permitem mostrar diferentes pontos de vista sobre um tema, apresentar fatos que confirmam ou refutam uma tese, estabelecer relações lógicas entre as partes do texto, etc. Elas devem ser usadas com cuidado e coerência, evitando repetições e contradições.
Conjunções adversativas
Um resumo sobre conjunções adversativas é o seguinte:
As conjunções adversativas são palavras ou expressões que ligam duas orações, indicando que uma delas apresenta uma situação que se opõe ou contradiz a outra. Elas expressam uma ideia de contraste, oposição ou contrariedade. Por exemplo:
- Ele estudou muito, mas não passou no vestibular. (A situação de estudar muito se opõe à de não passar no vestibular)
- Ela é bonita, porém arrogante. (A situação de ser bonita se contrasta com a de ser arrogante)
- Ele chegou cedo, todavia não encontrou ninguém. (A situação de chegar cedo se contraria com a de não encontrar ninguém)
Algumas conjunções adversativas são: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, etc. Elas podem ser usadas para iniciar ou intercalar frases, mas devem ser precedidas por vírgula. Por exemplo:
- Ele queria viajar, mas não tinha dinheiro.
- Não tinha dinheiro, porém queria viajar.
- Queria viajar, contudo não tinha dinheiro.
As conjunções adversativas podem ser substituídas por outras palavras ou expressões que tenham o mesmo sentido, como: por outro lado, em compensação, ao contrário, etc. Por exemplo:
- Ele é rico. Por outro lado, é infeliz.
- Ela é pobre. Em compensação, é feliz.
- Ele é feliz. Ao contrário dela.
As conjunções adversativas são importantes para a construção de argumentos e para a organização textual, pois permitem mostrar diferentes pontos de vista sobre um tema, apresentar fatos que confirmam ou refutam uma tese, estabelecer relações lógicas entre as partes do texto, etc. Elas devem ser usadas com cuidado e coerência, evitando repetições e contradições.
Aproveite para fazer a nossa lista de exercícios de conjunções
Diferença entre conjunções concessivas e adversativas
As conjunções concessivas e adversativas são diferentes em seu significado e função. As conjunções concessivas indicam que uma situação não impede ou dificulta a realização de outra, enquanto as conjunções adversativas indicam que uma situação se opõe ou contradiz outra. Uma dica para identificar essa diferença é observar se há uma ideia de ressalva, exceção ou limitação (concessiva) ou de contraste, oposição ou contrariedade (adversativa) entre as orações ligadas pela conjunção. Por exemplo:
- Embora fosse tarde, ele ainda estava acordado. (concessiva)
- Ele ainda estava acordado, mas estava com sono. (adversativa)
Nesse exemplo, a conjunção embora indica que a situação de ser tarde não impede a de estar acordado, expressando uma concessão. Já a conjunção mas indica que a situação de estar acordado se opõe à de estar com sono, expressando uma adversidade.
Bom, o “mas” e o “porém” são conjunções adversativas, ou seja, indicam oposição a algo ou a alguma ideia antes trabalhada em seu texto. Já as conjunções “embora, ainda que e mesmo que” são concessivas, e indicam também oposição a algo, só que essa oposição é menos relevante na sua argumentação.
Exemplo:
Ainda que fizesse sol, não fui à praia. Repare que a primeira oração é menos relevante, já que mesmo com o sol você não foi à praia.
Fez sol, mas não fui à praia. Repare que a segunda oração é mais relevante, já que mesmo com o sol você não foi à praia.
Concluindo: as conjunções adversativas expressam ideias mais relevantes no período em que estão inseridas, enquanto as concessivas expressam ideias menos relevantes.
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