Venha conhecer sobre os diferentes tipos de glóbulos brancos presentes no nosso organismo e entender direitinho a função de todos eles!
O sistema imune é responsável por coordenar a resposta de defesa do próprio organismo à presença de antígenos.
Os antígenos são corpos estranhos ao nosso corpo, como por exemplo organismos ou substâncias que nos causam mal.
As células que participam desse processo são chamadas de leucócitos, também conhecidos como glóbulos brancos.
Os leucócitos podem atuar de diversas maneiras para nossa proteção, podendo produzir anticorpos e fagocitar corpos estranhos.
Eles podem ser divididos em dois grupos: granulócitos ou granulosos (neutrófilos, eosinófilos, basófilos e mastócitos) e agranulócitos ou agranulosos (linfócitos, monócitos e macrófagos). Neste texto, além de falar sobre cada um deles, vamos entender onde e como eles são produzidos!
Imagem de microscopia eletrônica de células sanguíneas de uma pessoa normal, onde é possível observar eritrócitos e leucócitos, além de plaquetas. (1) Monócitos; (2) Linfócitos; (3) Neutrófilos; (4) Eritrócitos; (5) Plaquetas.
Onde e como são produzidos os Leucócitos?
As plaquetas e células sanguíneas, que são os eritrócitos (glóbulos vermelhos) e os leucócitos, são produzidas na medula óssea vermelha, formada por tecido hematopoiético.
Este tecido apresenta diversas células tronco multipotentes (ou seja, capazes de se transformar em qualquer célula especializada do tecido o qual se origina). Essas células tronco se dividem e amadurecem de maneira independente, podendo formar os diferentes componentes do sangue. ontato com antígenos.
Corte transversal de um osso. A região do tecido hematopoiético se localiza na região do osso esponjoso, ou trabecular. A medula presente na cavidade medular é o local onde fica a medula óssea amarela, formada por tecido adiposo.
Caso a célula tronco dê origem a uma célula mieloide, ela pode se especializar, no próprio tecido hematopoiético, em diferentes tipos de leucócitos granulosos ou em monócitos.
Porém caso a célula tronco origine uma célula linfoide, ela será transportada para o sistema linfático para então sofrer maturação e se diferenciar em linfócitos.
Esquema mostrando a sequência de desenvolvimento dos linfócitos a partir das células linfoides e mieloides.
Algumas células responsáveis pela imunidade não estão presentes no sangue: o macrófago (formado com o amadurecimento do monócito) e o mastócito são tipos de leucócitos que após serem formados pelo tecido hematopoiético, migram e permanecem no tecido conjuntivo.
Leucócitos Granulócitos
São células de defesa que apresentam grânulos ao serem observados em microscópio óptico. Esses grânulos podem ser específicos de cada tipo celular (grânulos específicos), mas também podem ser lisossomos (grânulos azurófilos) ou proteínas que atuam na degradação das macromoléculas (grânulos terciários).
Esquema genérico de um granulócito
Vamos lembrar? Lisossomos são organelas membranosas em formato de bolsas que armazenam enzimas digestivas. São formadas a partir do complexo golgiense.
A classificação dos granulócitos ocorre de acordo com sua acidez (reconhecida pela coloração durante a preparação histológica) e pelo núcleo.
Neutrófilos
Aparecem na microscopia coloridos por corantes neutros, e seu núcleo apresenta de 2 a 5 lóbulos. Apresentam grande mobilidade e são bastantes comuns no nosso organismo, sendo as primeiras células que atuam na resposta imune.
Reconhecem o antígeno e fagocitam corpos estranhos. O pus que aparece em um machucado é formado majoritariamente por neutrófilos mortos.
Vamos lembrar? Fagocitose é um tipo de endocitose, quando uma célula projeta parte da membrana celular, com evaginações (pseudópodes), para englobar substâncias e trazê-las para dentro da célula, com em uma ingestão.
Esquema de um neutrófilo (esquerda) e como ele pode ser observado na microscopia óptica (direita). O formato do núcleo é muito importante para seu reconhecimento em uma lâmina histológica
Esquema de um neutrófilo (esquerda) e como ele pode ser observado na microscopia óptica (direita). O formato do núcleo é muito importante para seu reconhecimento em uma lâmina histológica.
Eosinófilos ou Acidófilo
Apresentam núcleo bilobado e aparecem na microscopia coloridos por corantes ácidos, indicando que seus grânulos são acidófilos. São os responsáveis por participar de processos alérgicos e por atacar parasitas grandes demais e que não podem ser fagocitados.
Para isso, eles liberam proteínas tóxicas e enzimas.
Esquema de um eosinófilo, ou acidófilo (esquerda), e como ele pode ser observado na microscopia óptica (direita). A coloração vermelha é pela presença de grânulos acidófilos.
Basófilo
São os glóbulos brancos menos comuns no nosso organismo. Aparecem na microscopia coloridos por corantes básicos, ou seja, com grânulos basófilos.
Os grânulos são grandes e numerosos, podendo até recobrir o núcleo lobulado de formato irregular, dificultando sua observação na microscopia.
Esses grânulos são responsáveis pela liberação de histamina (vasodilatador) e heparina (anticoagulante), importantes nos processos alérgicos que culminam em choques anafiláticos.
Essas substâncias também participam da quimiotaxia, que sinaliza para outros leucócitos o local de infecção ou inflamação.
Esquema de um basófilo (esquerda), e como ele pode ser observado na microscopia óptica (direita). A coloração azul é pela presença de grânulos basófilos.
Mastócito
Assim como os basófilos, também liberam histamina e heparina, além de realizarem a quimiotaxia. Atuam em inflamações e são responsáveis pelas reações alérgicas. Estas células amadurecem apenas quando chegam no local de atuação.
Esquema de um mastócito liberando substâncias proteicas (esquerda), e como ele pode ser observado na microscopia óptica (direita).
Apesar de certa semelhança histológica com os basófilos, os mastócitos são encontrados desta forma apenas em outros tecidos que não o sanguíneo, circulando apenas em sua forma imatura (não ativa).
Leucócitos Agranulócitos
Esses tipos de leucócitos não apresentam grânulos visíveis na microscopia óptica, mesmo que essas estruturas também estão presentes, porém são menores e estão em menor quantidade.
Linfócito
São os agranulócitos mais comuns, e apresentam o citoplasma praticamente todo ocupado por um grande núcleo. Esses glóbulos brancos são responsáveis por controlar a resposta imune. Os linfócitos podem ser de diferentes tipos:
Esquema de um linfócito (esquerda), e como ele pode ser observado na microscopia óptica (direita). Histologicamente, os diferentes tipos de linfócitos são iguais. Para diferenciar, devem ser feitas diferentes formas de colorações de proteínas.
Linfócitos B
Os linfócitos B são formados quando a diferenciação e maturação das células linfoides ocorre no baço. Têm função de produzir anticorpos (proteínas imunoglobulinas) específicos para cada tipo de antígeno, e são os responsáveis pela memória imunológica.
Quando estão em outros tecidos, além do sanguíneo, sofrem diferenciação e são chamados de plasmócitos (ou células plasmáticas), produzindo então os anticorpos.
Linfócitos T
A diferenciação e maturação das células linfoides forma linfócitos T quando ocorre no timo. São os principais coordenadores da resposta imune e o tipo de linfócito mais abundante.
- Linfócitos T CD4: Também pode ser chamado de auxiliador, ou T-auxiliar. Coordenam a resposta imune, estimulando os linfócitos B a produzirem anticorpos. São o alvo do vírus HIV.
- Linfócito T CD8: Também podem ser chamados de citotóxicos, pelas substâncias tóxicas que produzem. Apresentam receptores específicos a determinado antígeno e podem destruir células infectadas ou nocivas (ex.: cancerígenas).
- Linfócitos T inibidores: Inibem o sistema imune, evitando a produção de anticorpos do Linfócito B.
Linfócitos NK
São conhecidos como Natural Killers. Eles reconhecem diferentes tipos de antígenos e os atacam diretamente, podendo destruir também células infectadas por vírus ou tumores.
Monócito
É uma célula grande e jovem, com um núcleo em formato em “C”, semelhante a forma de um rim. Após serem formados na medula migram para outros tecidos conjuntivos, onde se diferenciam em macrófagos.
Esquema de um monócito (esquerda), e como ele pode ser observado na microscopia óptica (direita).
Macrófago
São células grandes, com função de fagocitose. Podem ser formados a partir do amadurecimento de monócitos ou de diferenciação de algumas células do tecido conjuntivo propriamente dito. Atuam como primeira linha de defesa em muitos casos.
Esquema de um macrófago fagocitando uma bactéria (esquerda), e em microscopia óptica com a expansão de pseudópodes (direita).
Entender a função dos leucócitos é essencial para compreender os processos relacionados à saúde e ao sistema imunológico.
A memória imunológica é muito importante para fazer com que a resposta imune seja mais rápida, evitando que certas doenças sejam recorrentes ou muito agressivas ao organismo.
Além do contato com os antígenos, como quando ficamos doentes, a vacinação é um método de imunização ativa que permite que ocorra essa memória e que o sistema imune se desenvolva mais, garantindo um maior desenvolvimento dos linfócitos T e B.
Resumindo as informações, temos que:
- O sistema imune é responsável pela defesa do nosso organismo;
- Os leucócitos são células produzidas a partir do tecido hematopoiético, e podem ter diferentes locais de amadurecimento;
- Os dois grupos de leucócitos são os granulócitos e os agranulócitos, diferenciados pela quantidade de “pontos” vistos nas células em uma microscopia óptica;
- Os leucócitos granulócitos são os neutrófilos, eosinófilos, basófilos e os mastócitos;
- Os leucócitos agranulócitos são os linfócitos, os monócitos e os mastócitos;
- A memória imunológica ocorre com a ação dos linfócitos, e é importante para uma resposta rápida
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