Ainda tem dúvidas sobre crescimento populacional? Confira este resumo e se prepare para gabaritar sua prova de geografia!
Crescimento e distribuição da população mundial
Segundo dados das Nações Unidas, em 2009, a população mundial atingiu a marca estimada de 7 bilhões de pessoas.
Para a compreensão do crescimento da população mundial é necessário uma análise estatística através de dados demográficos encontrados, por exemplo, em censos demográficos, como os realizados de 10 em 10 anos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no Brasil. Acrescenta-se a isso uma análise histórica e geográficas das sociedades. Após esse conjunto de procedimentos, é possível identificar e compreender os padrões de crescimento da população, estes associados, por exemplo, à queda da mortalidade, ao aumento da expectativa de vida e outros.
Atualmente existem 7 bilhões de pessoas no mundo e uma diversidade de idiomas, culturas, tradições, etnias, religiões e outros, contudo verifica-se que o ritmo de crescimento populacional vem diminuindo a cada ano. Este crescimento é medido através do chamado crescimento vegetativo que consiste na diferença entre a natalidade e a mortalidade e geralmente é expresso em porcentagem. Ele é considerado positivo quando o número de nascimentos é maior do que o número de mortes; por outro lado, ele é considerado negativo quando o número de mortes supera o número de nascimentos.
Em termos de distribuição, pode-se afirmar que a densidade demográfica mundial – número de habitantes por quilômetro quadrado – é concentrada e desigual, isto porque a maior parte da população mundial está concentrada no continente asiático (60% da população mundial encontra-se na Ásia).
País populoso X País povoado
O conceito de país populoso está relacionado à população absoluta de um território que consiste no total de habitantes de um território qualquer e que é contada a partir de pesquisas diretas com a população e projeções. Sendo assim, quando a população absoluta é bastante expressiva fala-se em país populoso, cidade populosa, entre outros.
Já o conceito de país povoado está associado à população relativa ou à densidade demográfica. Trata-se do número de habitantes por quilômetro quadrado de um território, ou seja, é a divisão da população absoluta de um território pela área deste mesmo território.
Um exemplo destes conceitos é o Brasil que possui uma população absoluta de, aproximadamente, 200 milhões de habitantes e uma área de, aproximadamente, 8,5 milhões de quilômetros quadrados. Sendo assim, a sua densidade demográfica é em torno de 23,5 habitantes por quilômetro quadrado (200 milhões de pessoas dividido por 8,5 milhões de quilômetros quadrados é igual a 23,5).
Assim pode-se afirmar que o Brasil é um país populoso e pouco povoado, pois possui uma grande população absoluta e uma pequena densidade demográfica.
Estrutura da população
– É o primeiro? – Não, o 7 bilhonésimo.
A estrutura da população refere-se as transformações no padrão de crescimento de uma determinada população. Acredita-se que a passagem de uma sociedade pré-industrial para uma sociedade pós-industrial passou por 4 diferentes padrões de estrutura populacional, estes chamados de etapas da transição demográfica e expressos através de um gráfico conhecido como pirâmide etária.
Na primeira fase da transição demográfica o crescimento vegetativo foi pequeno, isto porque, apesar de haver uma elevada natalidade, a mortalidade era elevada devido à ausência de condições sanitárias, ocorrência de guerras, epidemias entre outros.
Na segunda fase da transição demográfica os avanços medicinais, como a produção de medicamentos e vacinas, e estruturais, como a urbanização, coleta de lixo, saneamento básico e outros, foram importantes para a redução da mortalidade e para a ocorrência do chamado “Baby boom” ou explosão demográfica. Este momento representou a passagem de uma sociedade rural para uma sociedade industrial e foi um período de grande crescimento vegetativo.
Em um terceiro momento observou-se a queda da natalidade devido, entre outros fatores, ao planejamento familiar, inserção da mulher no mercado de trabalho e advento de métodos anticoncepcionais, e que somados à baixa mortalidade levou a um crescimento vegetativo baixo.
Na quarta fase da transição demográfica a natalidade e a mortalidade se estabilizaram em níveis muito baixos o que leva a um baixíssimo crescimento vegetativo.
Há quem defenda a possibilidade de ocorrência de uma quinta fase da transição demográfica em que o crescimento vegetativo seria negativo devido aos altos custos de vida, pois, se nas populações rurais os filhos participam no sustento da família como mão de obra na agricultura familiar, nas populações urbano-industriais os filhos geram despesas. Já é possível verificar países que vivenciam esta realidade, como a Alemanha e Itália, e as consequências deste processo como, a diminuição da PEA – População Economicamente Ativa –, a diminuição do mercado consumidor e a crise previdenciária.
A China e a Europa: Dois casos distintos de baixo crescimento vegetativo
Quando o tema é população duas realidades distintas e singulares merecem destaque, a China e a Europa. A China por reduzir a natalidade a partir de uma política pública e países da Europa como a Alemanha e Itália exemplos da redução natural da natalidade.
Um quinto da população mundial, aproximadamente 1,5 bilhões de pessoas, concentram-se na China. Por este e outros aspectos a questão demográfica se tornou um grande desafio para o governo do país. A redução da mortalidade associada à elevada natalidade resultou em um crescimento vegetativo muito grande o que levou o governo chinês a adotar medidas de controle de natalidade. A política mais conhecida é a política do filho único surgida na década de 1970 segundo a qual os casais chineses poderiam ter apenas um filho e que caso quisessem ter mais de um filho deveriam pedir autorização ao governo.
Em outubro de 2015 o governo chinês revogou esta política antinatalista e passou a permitir dois filhos por casal. Este relaxamento do controle de natalidade deveu-se, entre outras coisas, ao reconhecimento de necessidade de ajuste na política adotada após escândalos de abortos, casos de infanticídio, abandono de crianças e queda da população em idade ativa.
Já os baixos índices de natalidade do continente europeu foram fruto de um processo natural, como a urbanização e o novo posicionamento da mulher na sociedade, que associado à baixa mortalidade acarretaram em um crescimento vegetativo negativo, o que leva a um quadro de mais idosos do que jovem e adultos e tem como desdobramento uma possível crise previdenciária e sobrecarga da saúde pública.
Exercícios
1. (UFRJ) O envelhecimento da população está mudando radicalmente as características da população da
Europa, onde o número de pessoas com mais de 60 anos deverá chegar nas próximas décadas a 30% da população total. Graças aos avanços da medicina e da ciência, a população está cada vez mais velha. Isso ocorre em função do:
a) Declínio da taxa de natalidade e aumento da longevidade.
b) Aumento da natalidade e diminuição da longevidade.
c) Crescimento vegetativo e aumento da taxa de natalidade.
d) Aumento da longevidade e do crescimento vegetativo.
e) Declínio da taxa de mortalidade e diminuição da longevidade.
2. (UFC) Os riscos que o crescimento demográfico representa para a humanidade são diferenciados. Dependem dos interesses econômicos, do desenvolvimento social e das políticas internas que os diferentes países adotam para controlar a natalidade e a dimensão das famílias. Acerca dos riscos das diferentes formas de crescimento demográfico, e das intervenções dos governos para evitá-los, é possível afirmar, corretamente, que:
a) as altas taxas de natalidade aliadas à redução da mortalidade ocasionam a explosão demográfica manifestada, em especial, entre os países mais desenvolvidos.
b) os baixos índices de natalidade, associados à elevada mortalidade decorrente do envelhecimento da população, ocasionam as implosões demográficas, típicas de países ricos.
c) A redução da natalidade, motivada pelas políticas demográficas, em médio prazo leva à carência de mão-de-obra, ocasionando graves prejuízos à economia dos países onde ocorre.
d) A atual redução do crescimento populacional em áreas marginais aos rios e mares decorre do risco de furacões, enchentes e inundações a que estas áreas estão sujeitas.
e) A queda da mortalidade resulta da melhoria do padrão de vida das populações, mas ocasiona o crescimento demográfico que resulta em desemprego e déficit habitacional.
3. (FMTM) A pirâmide etária da população brasileira vem apresentando um significativo estreitamento de sua base e um alargamento do meio para o topo, em razão da (o):
a) aumento de escolaridade e renda per capita.
b) aumento das taxas de mortalidade infantil e queda nas taxas de fecundidade.
c) queda das taxas de natalidade e de mortalidade e aumento da expectativa de vida.
d) queda das taxas de expectativa de vida e aumento da emigração.
e) queda das taxas de natalidade e aumento da taxa de mortalidade infantil.
Gabarito
1. A
2. B
3. C