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pessoa escrevendo um texto dissertativo argumentativo

Como fazer um texto dissertativo-argumentativo para o Enem

A redação do Enem é um ponto que costuma pegar para os candidatos. Quer saber como mandar bem e fazer um texto dissertativo-argumentativo? Veja as dicas!

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Você sabe o que é um texto dissertativo-argumentativo? Modelo cobrado na redação do Enem, ele é um tipo textual que prevê a defesa de uma ideia com argumentos e opiniões fundamentados.

Compreender a estrutura e como fazer um texto dissertativo-argumentativo é muito importante para se dar bem no Enem. Com ele, você forma a opinião do leitor, pois tenta convencer ou persuadi-lo por meio da argumentação.

A seguir, entenda melhor como fazer um texto dissertativo-argumentativo e arrase no Enem!

Estrutura do texto dissertativo-argumentativo

Como já dissemos acima, quem vai prestar o Enem precisa dominar as técnicas de redação do texto dissertativo-argumentativo. Todos os anos, o tema aborda questões atuais de ordem social, científica, cultural ou política.

O texto dissertativo-argumentativo é composto por três partes, que são:

Introdução

A introdução, que deve compreender cerca de 25% do texto, requer que você mencione o tema central que será abordado no texto. Assim, você situa o leitor.

Desenvolvimento

Aqui, todas as ideias que você citou acima precisam ser desenvolvidas. É necessário criar uma estrutura opinativa e argumentativa nessa parte do texto, que deve compreender cerca de 50% da dissertação.

Vale trazer informações, dados relevantes e pesquisas para dar mais sustentação aos seus argumentos e se tornar mais atraente para o leitor.

Conclusão

Nesta seção do texto, é exigida uma síntese do problema abordado, trazendo considerações sobre o que foi pensado ao longo do texto. É importante, ainda, trazer abordagens e sugestões de intervenções com foco nos direitos humanos.

Esta parte da dissertação contempla os 25% restantes do texto.

Como fazer um texto dissertativo argumentativo?

Além de ler redações de edições anteriores do Enem, é preciso entender a estrutura de um texto dissertativo-argumentativo para fazer a sua redação com facilidade.

Existem algumas etapas que devem estar presentes no momento de criar um texto dissertativo-argumentativo. São elas:

Escolha do tema e do problema

Quando você vai escrever um texto no modelo dissertativo-argumentativo, é importante escolher um tema para abordar.

Nos vestibulares e no Enem, o tema da redação já é dado, juntamente com os textos de apoio, que trazem assuntos relacionados ao contexto.

Feito isso, é importante entender bem o assunto e quais conhecimentos você tem sobre ele. Faça um “recorte” sobre o assunto que será abordado e foque nisso em vez de ampliar demais o tema.

É importante, portanto, buscar um problema para desenvolver ao longo da redação e deixar o texto bem “amarrado”.

Busca dos argumentos sobre o tema

É importante que o autor dê sua opinião no texto dissertativo-argumentativo, porém ela nunca deve ser dita na primeira pessoa do singular “Eu”.

O ideal é usar a primeira pessoa do plural (nós) ou terceira do plural (eles) para apresentar os problemas, argumentar sobre eles e propor uma solução.

Lembre-se de que é fundamental refletir sobre o tema e falar de maneira clara e objetiva. Muitas ideias e informações sobre diferentes assuntos não permitem que seu texto transmita clareza e objetividade.

Neste ponto da redação, selecione fatos, exemplos e dados para assegurar sua opinião, justificando cada parte. Você pode, inclusive, usar um rascunho para organizar as suas ideias e o roteiro que seguirá.

Finalização do texto

Quando você finaliza um texto dissertativo-argumentativo, apresenta a solução para o problema exposto na dissertação.

Recomendamos que você retorne brevemente à tese (ideia principal), trazendo uma solução para o problema e adicionando as observações finais.

Confira os 10 possíveis temas de redação para o Enem 2023

Exemplos de textos dissertativo-argumentativos

Redação 1 – Enem 2012 – Nota 1000

Tema: Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado

O fim do Grande Irmão

Câmeras que gravam qualquer movimento, telas transmitindo notícias a todo minuto, o Estado e a mídia controlando os cidadãos. O mundo idealizado por George Orwell em seu romance 1984, onde aparelhos denominados teletelas controlam os habitantes de Oceania vem se tornando realidade. Com a televisão e, principalmente, a internet, somos influenciados – para não dizer manipulados – todos os dias.

Tal influência ocorre, majoritariamente, através da mídia e da propaganda. Com elas, padrões de vida são disseminados a uma velocidade assombrosa, fazendo a sociedade, muitas vezes privada de consciência crítica, absorvê-los e incorporá-los como ideais próprios. Desse modo, deixamos de ter opinião particular para seguir os modelos ditados pelo computador, acreditando no que foi publicado, sem o devido questionamento da veracidade dos fatos apresentados.

Com isso, as novas redes sociais, surgidas nesse início do século XXI, se tornam os principais vetores da alienação cultural e social da população, uma vez que todos possuem um perfil virtual com acesso imensurável a todo o tipo de informações. Por isso, diversas empresas e personalidades se valem da criação de perfis próprios, atraindo diversos seguidores, aos quais impõe sua maneira de agir e pensar. Esses usuários, então, se tornam mais vulneráveis e suscetíveis à manipulação virtual.

Outro ponto negativo dessas redes, como o Facebook e o Twitter, é o fato de todo o conteúdo publicado ficar armazenado na internet, permitindo a determinação do perfil dos usuários e a escolha da melhor maneira midiática de agir para conquistá-los. Além disso, o uso indiscriminado de tais perfis possibilita a veiculação de imagens ou arquivos difamadores, servindo como ferramenta política e social para aumentar a credibilidade de determinadas personalidades, como ocorre com Hugo Chaves em sua ditadura na Venezuela e comprometendo outras, com falsas denúncias, por exemplo.

Diante disso, é necessária a aplicação de medidas visando a um maior controle da internet. A implantação, na grade escolar brasileira, do estudo dessas novas tecnologias de informação, incluindo as redes sociais, e a consequente formação crítica dos brasileiros, seria um bom começo. Só assim, poderemos negar as previsões feitas por George Orwell e ter um futuro livre do controle e da alienação”.

Exemplo de redação nota 1.000 – Thais Saeger (Enem 2018)

É fato que a tecnologia revolucionou a vida em sociedade nas mais variadas esferas, a exemplo da saúde, dos transportes e das relações sociais. No que concerne ao uso da internet, a rede potencializou o fenômeno da massificação do consumo, pois permitiu, por meio da construção de um banco de dados, oferecer produtos de acordo com os interesses dos usuários. Tal personalização se observa, também, na divulgação de informações que, dessa forma, se tornam, muitas vezes, tendenciosas. Nesse sentido, é necessário analisar tal quadro, intrinsecamente ligado a aspectos educacionais e econômicos.

É importante ressaltar, em primeiro plano, de que forma o controle de dados na internet permite a manipulação do comportamento dos usuários. Isso ocorre, em grande parte, devido ao baixo senso crítico da população, fruto de uma educação tecnicista, na qual não há estímulo ao questionamento.

Sob esse âmbito, a internet usufrui dessa vulnerabilidade e, por intermédio de uma análise dos sites mais visitados por determinado indivíduo, consegue rastrear seus gostos e propor notícias ligadas aos seus interesses, limitando, assim, o modo de pensar dos cidadãos. Em meio a isso, uma analogia com a educação libertadora proposta por Paulo Freire mostra-se possível, uma vez que o pedagogo defendia um ensino capaz de estimular a reflexão e, dessa forma, libertar o indivíduo da situação a qual encontra-se sujeitado – neste caso, a manipulação.

Cabe mencionar, em segundo plano, quais os interesses atendidos por tal controle de dados. Essa questão ocorre devido ao capitalismo, modelo econômico vigente desde o fim da Guerra Fria, em 1991, o qual estimula o consumo em massa. Nesse âmbito, a tecnologia, aliada aos interesses do capital, também propõe aos usuários da rede produtos que eles acreditam ser personalizados.

Partindo desse pressuposto, esse cenário corrobora o termo “ilusão da contemporaneidade” defendido pelo filósofo Sartre, já que os cidadãos acreditam estar escolhendo uma mercadoria diferenciada mas, na verdade, trata-se de uma manipulação que visa ampliar o consumo.

Infere-se, portanto, que o controle do comportamento dos usuários possui íntima relação com aspectos educacionais e econômicos.

Desse modo, é imperiosa uma ação do MEC, que deve, por meio da oferta de debates e seminários nas escolas, orientar os alunos a buscarem informações de fontes confiáveis como artigos científicos ou por intermédio da checagem de dados, com o fito de estimular o senso crítico dos estudantes e, dessa forma, evitar que sejam manipulados.

Visando ao mesmo objetivo, o MEC pode, ainda, oferecer uma disciplina de educação tecnológica nas escolas, através de sua inclusão na Base Comum Curricular, causando um importante impacto na construção da consciência coletiva. Assim, observar-se-ia uma população mais crítica e menos iludida“.

Redação 2 – Universidade Federal Fluminense – Nota 10

Tema: A relação entre o homem e o tempo

Sob controle

Raras são as pessoas que, no mundo contemporâneo, podem passar um dia sequer sem consultar um relógio. Seja pela necessidade de atender a um compromisso, seja para saber a hora de um programa na TV, ou até mesmo por puro vício, o fato é que todos dependemos da medição do tempo. Isso é de tal forma comum, que muitos chegam a pensar que essa escravidão é uma marca da vida moderna. Será?

Um olhar atento para a história permite verificar algo que nos esquecemos quando prestamos atenção apenas no presente: o homem sempre quis controlar o tempo. Os relógios de sol de antigas civilizações são uma prova cabal disso. Ou mesmo a percepção de fenômenos naturais que indicavam a mudança das estações. Sobre esse prisma, não há como negar que a relação do homem com o tempo está distante de ser uma novidade que nos deixe alarmados.

Na verdade, o que ocorreu com o passar dos séculos foi uma transformação na maneira de realizar o controle do tempo, pois, com tecnologias cada vez mais sofisticadas, o ser humano passou a administrar essa medição com uma enorme exatidão e nas menores frações, o que acabou por produzir uma relação viciosa: quanto mais preciso é o controle do tempo, mais rápidas são as atividades; quanto mais rápidas as atividades, maior a necessidade de controlar o tempo.

Diante desse histórico, poderíamos ficar com a sensação de que, em essência, pouco mudou. Afinal, do relógio de sol ao relógio digital, a diferença é apenas quantitativa. No entanto, esse não é um detalhe desprezível, haja vista a presença de relógios em todas as esferas da vida humana, regendo o funcionamento da sociedade atual. Não deixa de ser irônico: o homem queria ter o tempo sob controle; agora, ele próprio está sob controle de sua invenção”.

Agora que você já sabe o que é um texto dissertativo-argumentativo e aprendeu tudo sobre a estrutura dele, já pode fazer uma redação maneira no Enem!

Vem com a Descomplica! Conheça o nosso cursinho para o Enem e como funciona o nosso gabarito Enem!

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