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Tema de Redação: A Crise de Representatividade Política

O Tema de Redação da Semana 46 já está liberado! Quer saber qual é? Confira: A crise de representatividade política.

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Tema de Redação: A Crise de Representatividade Política

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Confira, abaixo, a proposta de redação.


O partido dos que não votam
Preocupa cada vez mais o chamado partido dos “sem voto”, que nas últimas eleições chegou, em algumas cidades, a superar os votos recebidos pelo vencedor somados às abstenções, aos votos nulos e em branco. É apenas um gesto de desgosto com a política ou algo mais? Até onde vai o desencanto e onde começa o protesto?
É democrático porque está previsto em lei. É também um voto útil? Talvez não. Ou melhor, é útil para os candidatos que disputam a eleição, especialmente para o que lidera a disputa. Segundo o jurista formado em Harvard Joaquim Falcão, é ilusório acreditar que existe o não voto. “Quem não participa, aceita, contribui, se resigna com o resultado provável”. E acrescenta: “No fundo, vota em quem vai ganhar”, diz ele num artigo em O Globo. Não existe, portanto, segundo ele, a possibilidade de lavar as mãos, porque quem não vota também está votando. É só isso ou existe algo mais profundo no atual abandono do voto por parte de milhões de brasileiros? De quem é a culpa por esse paradoxo de que não votar é votar em quem vai ganhar? É um problema grave para a democracia. Sem dúvida, a culpa não é do eleitor desiludido com a política, mas do sistema de democracia representativa atual.
A solução seria uma mudança radical na lei eleitoral, começando para que o voto, no Brasil e na grande maioria das democracias do planeta, seja livre e não obrigatório. As leis deveriam permitir que viessem para a política aqueles que realmente querem se empenhar no bem da sociedade e não em chegar ao poder com todos os privilégios que isso implica. Hoje existe quase uma casta de candidatos, às vezes clãs familiares, que são aqueles que acabam disputando e vencendo as eleições. No final, a chave da corrupção política está aí, pois hoje em dia as campanhas eleitorais são caríssimas. Ninguém se elege sem muito dinheiro à disposição. Como mudar isso?
É verdade que segundo a lei, como afirma o jurista brasileiro, o eleitor acaba sendo culpado pelo resultado da eleição votando ou não. No entanto, neste momento acredito que o protesto que implica não votar ou anular o voto vai mais longe. É tão grande que, mesmo ainda não influenciando o resultado final, é um aviso para a classe política. O que aconteceria se num país como este, em que o voto é obrigatório, 80% dos eleitores deixassem de votar? E se ninguém votasse?
O interesse em participar da vida pública é sinal de uma democracia viva e consciente. Da mesma forma, o desprezo pelo voto, o desinteresse pela coisa pública, a rejeição daqueles que se candidatam para serem eleitos, são o pior alerta de que algo não funciona. Uma democracia que aparece sequestrada por interesses bastardos de políticos cada vez mais comprometidos com o crime e mais distantes da realidade viva das pessoas carrega em seu seio os germes do fascismo.
O partido do não voto parece querer lançar um alerta no Brasil que os políticos deveriam ouvir. E 2018 está aí. Uma data que poderia decidir e comprometer o futuro do país. Serão as presidenciais do pós-impeachment e do pós-Lava Jato. Os brasileiros terão um candidato realmente ficha limpa a quem confiar a esperança e o bem-estar deles e de seus filhos?

Juan Arias
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/25/opinion/1477430164_717014.html

Os texto de Juan Arias, colunista da versão brasileira do jornal ElPaís, reflete sobre um problema que parece fazer parte não só do Brasil, mas também de diversas outras nações: a crise de representatividade política. Considerando as suas experiências cotidianas e leituras a respeito do assunto, produza um texto dissertativo-argumentativo de até 25 linhas trazendo fatos e explicações que fundamentem seu ponto de vista acerca da reflexão. Dê um título ao seu texto.

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