Nascida no berço das mudanças artísticas da Europa, o Surrealismo ganhou espaço no cenário contemporâneo por transmitir as experiências do mundo dos sonhos para as telas e literaturas. Sendo assim, também é um dos recursos expressivos mais pedidos pelos vestibulares. Vamos conhecer um pouco mais sobre essa corrente de arte?
Origem do Surrealismo
O início do século XX europeu foi palco para inúmeras modificações no mundo das artes, dentre elas as Vanguardas Europeias. Ocorridas pelas instabilidades do período entre guerras (1918-1939), representam um compilado de correntes culturais e artísticas que modificaram a interpretação social. Dessa relação nasceu o Surrealismo, não se restringindo à pintura, mas também voltado para a literatura, música, dança, etc. O marco inicial dessa corrente ocorreu em 1924, com o Manifesto Surrealista, escrito pelo poeta André Breton. Nele, é possível perceber as reais intenções dessa nova forma de expressão, bem como sua função principal: SURREALISMO, s.m. Automatismo psíquico puro pelo qual se propõe exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausência de todo controle exercido pela razão, fora de toda preocupação estética ou moral. ENCICL. Filos. O Surrealismo repousa sobre a crença na realidade superior de certas formas de associações desprezadas antes dele, na onipotência do sonho, no desempenho desinteressado do pensamento. Tende a demolir definitivamente todos os outros mecanismos psíquicos, e a se substituir a eles na resolução dos principais problemas da vida. BRETON, André. Manifesto Surrealista, 1924. De modo geral, o surrealismo foi o movimento vanguardista que buscou ampliar a relação da arte com o irracional e o subjetivo. Em meio às tantas reestruturações de sociedade e contextos, podia-se encontrar uma Europa fragmentada pelas guerras, mas voltada para o progresso. Desse modo, é de característica surreal evidenciar as mais profundas emoções do ser. Características do Surrealismo
Como Breton menciona, experimentação é termo base para essa corrente artística. Entretanto, vejamos as principais características do movimento:Surrealismo nas artes plásticas
- Pintura com elementos surreais;
- Formas baseadas no onírico (influência dos sonhos);
- Ilusões ópticas;
- Construções dissociativas, caracterizadas pelos sonhos e sentidos.
Surrealismo na literatura
- Textos repletos de humor, utopia e irrealidade;
- Repúdio ao romance e à poesia tradicionalista e convencional;
- Livre associação de ideias - recortes cotidianos e intertextualidade.
Principais representantes do Surrealismo
Agora que já conhecemos o conceito e as características mais importantes, vejamos os principais representantes dessa corrente artística. Salvador Dalí (1904 - Catalunha)
Reconhecido como a maior referência do Surrealismo mundial, Salvador Dalí buscou, em seu estilo alternativo, explorar o ápice da irracionalidade humana, sendo ícone da cultura artística moderna.
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DALÍ, Salvador. A persistência da memória, 1931.[/caption]
Joan Miró (1893 - Catalunha)
Famoso por suas gravuras, Miró foi inspirado por Breton e adotou uma temática mais lúdica e fantasiosa sobre a representação da arte. Viveu na França por um tempo, local em que também pôde conhecer outros movimentos artísticos vanguardistas da época.
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MIRÓ, Joan. Paisagem catalã, 1923.[/caption]
Max Ernst (1891- Alemanha)
Poeta e pintor alemão, Ernst conquistou espaço no Surrealismo com obras que dominavam o “assombro” do movimento. Foi um dos únicos representantes da corrente artística voltada para a literatura, possuindo grande reconhecimento no espaço.
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ERNST, Max. Pietà, 1923. [/caption]
René Magritte (1898 - Bélgica)
Designer de cartazes até meados da década de 20, Magritte dedicou sua pintura à arte Surrealista. Com obras carregadas de intensidade e ironia, tornou-se uma das principais referências do movimento.
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MAGRITTE, René. A traição das imagens, 1929.[/caption]
Remedios Varo (1908 - Espanha)
Uma das únicas mulheres que representaram a corrente artística no contexto europeu, Remedios Varo trouxe às telas a profundidade do ser, de sua expressão e vontade de liberdade. Forçada a se exilar no México devido ao contexto nazista de 41, transformou do local temporário sua morada até o dia de seu falecimento, sendo reconhecida em ambos continentes.
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VARO, Remedios. Ascensión al monte Análogo, 1960. [/caption]
Frida Kahlo (1907 - México)
Como a própria pintora mencionou, após ter sido classificada como surrealista, “pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade”. Frida Kahlo foi a representação mais forte do movimento na América, entrelaçando sua arte com aspectos e sentimentos pessoais, além de envolver acontecimentos de sua trajetória de vida em cada tela.
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KAHLO, Frida. As duas Fridas, 1939.[/caption]
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