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Resumo: Figuras de Sintaxe

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Olá, meus nobres!

Como foram de fim de semana? Estudando muito?

Para não perder o ritmo, separei um resumo sobre figuras de sintaxe. Você sabe o que é isso ?

Quando escrevemos, pensamos em diferentes maneiras de passar nossos pensamentos para o papel. Damos às diferentes formas de se construir frases o nome de figuras de sintaxe. Vejamos algumas delas:

Pleonasmo: superabundância de palavras para enunciar uma ideia.

a) quando se procura reproduzir a fala popular:

Entra pra dentro, Carlinhos. ” (José Lins do Rego)

b) emprego do adjetivo como epíteto de natureza:

“E a Noite sou eu própria! A Noite escura!! (Florbela Espanca)

Objeto pleonástico:

a) Para dar realce ao objeto direto, é costume colocá-lo no início da frase e, depois, repeti-lo com a forma pronominal o (a, os, as):

“Meu saco de ilusões, bem cheio tive-o.” (Mário Quintana)

b) O pronome lhe também pode reiterar o objeto indireto:

Ao homem mesquinho basta-lhe um burrinho.

c) Para ressaltar o objeto (direto ou indireto), usa-se fazer acompanhar um pronome átono da correspondente forma tônica regida da preposição a:

A mim não me enganas tu.” (Miguel Torga)

Hipérbato: utilizando-se a intercalação de um membro frásico, separam-se palavras que pertencem ao mesmo sintagma.

“Que arcanjo teus sonhos veio

Velar, maternos, um dia? ” (Fernando Pessoa)

Anástrofe: inversão que consiste na anteposição do determinante (preposição + substantivo) ao determinado.

“Vingai a pátria ou valentes
Da pátria tombai no chão!” (Fagundes Varela)

(Observação: gramáticos e teóricos de literatura têm diferentes definições para “hipérbato” e “anástrofe“, o que tem levado a se fazer uma classificação mais geral, unindo as duas figuras sob o termo de “inversão“.)

Elipse: omissão de termos ou expressões que ficam subentendidos na frase.

1) Elipse como processo gramatical:

a) Elipse do sujeito:

Maria foi até o quarto. Acendeu a luz, olhou a cama vazia.

b) Elipse do verbo:

Um hipócrita. Até quando sincero, um hipócrita.

c) Elipse de preposição:

“Miguel foi atrás dela, mãos nos bolsos, falando calmo.”
(Luandino Vieira)

d) Elipse da preposição de antes da integrante que introduz as orações objetivas indiretas e as completivas nominais:

“Uma vez certa que morria, ordenou o que prometera a si mesma.” (Machado de Assis)

e) Elipse da conjunção integrante que:

“Não cuideis seja a masmorra…
Não cuideis seja o degredo…”
(Cecília Meireles)

2) Elipse como processo estilístico (trata-se de um recurso condensador da expressão):

a) na descrição esquemática de ambientes, de estados de alma, de perfis:

E o trabalho, as esperanças perdidas, a magreza, a fome de todo o ano. Sezões e tifos. Sonhos e raivas encobertos em xales e saias escuras, em fatos de bombazina de contrabando, gente de luto.” (Fernando Namora)

b) em anotações rápidas:

“Poucos feridos. Rara gente de luto. Nenhuma tristeza. Muitos espetáculos. Cafés do centro, cheios.” (Mário de Sá-Carneiro)

c) na enunciação de pensamentos condensados, ditos sentenciosos ou irônicos:

“– Meu dito, meu feito.” (Machado de Assis)

d) nas enumerações:

“Jantares, danças, luminárias, músicas, tudo houve para celebrar tão fausto acontecimento.” (Machado de Assis)

Zeugma: é uma forma de elipse. O termo utilizado em um enunciado participa de outro, mas sem estar expresso.

” A igreja era grande e pobre. Os altares, humildes.” [Entenda-se: Os altares eram humildes.] (Carlos Drummond de Andrade)

Prolepse (ou antecipação) : deslocação de um termo de uma oração para outra que a preceda:

” – O próprio ministro dizem que não gostou do ato.” (Machado de Assis)

Sínquise: inversão violenta das palavras de uma frase:

“Da fonte dos meus olhos nunca enxuta

A corrente fatal, fico indeciso,

Ao ver quanto em meu dano se executa.” (Cláudio Manuel da Costa)

Em ordem direta, teríamos: “Ao ver quanto se executa em meu dano, fico indeciso [perante] a corrente fatal da fonte dos meus olhos [que] nunca [está] enxuta”.

Assíndeto: vigoroso processo de encadeamento do enunciado, que exige do leitor uma atenção maior no exame de cada fato.

“A barca vinha perto, chegou, atracou, entramos. “ (Machado de Assis)

Polissíndeto: é o contrário do assíndeto, ou seja, emprego reiterado de conjunções coordenativas, especialmente das aditivas.

“O quinhão que me coube é humilde, pior do que isto: nulo. Nem glória, nem amores, nem santidade, nem heroísmo. “(Otto Lara Resende)

Anacoluto: mudança de construção sintática no meio do enunciado, geralmente depois de uma pausa sensível.

“Umas carabinas que guardava atrás do guarda-roupa, a gente brincava com elas, de tão imprestáveis. “(José Lins do Rego)

Silepse: concordância que se faz não com a forma gramatical das palavras, mas com o seu sentido, com a ideia que elas expressam.

a) Silepse de número:

“Deu-me notícias da gente Aguiar; estão bons. ” (Machado de Assis)

b) Silepse de gênero:

” – V. Ex.ª parece magoado…” (Carlos Drummond de Andrade)

c) Silepse de pessoa:

“Sós os quatro velhos – o desembargador com os três – fazíamos planos futuros. ” (Machado de Assis)

“No fundo a gente se consolava, pensávamos em nós mesmos. ” (Autran Dourado)

Anáfora: repetição de palavras ou expressões no início de versos ou frases.

“Como no tanque de um palácio mago
Dois alvos cisnes na bacia lisa,
Como nas águas que o barqueiro frisa,
Dois nenuferes sobre o azul do lago […]
Então, meus caros, por hoje é só! Curtiram? Deixem um comentário, é sempre bom saber a sua opinião!
Até a próxima!

(fonte: uol vestibular)

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