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Cerrado: resumo sobre clima, vegetação e características

Quer aprender mais sobre cerrado? Então vem conferir o resumo que preparamos pra você.

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O cerrado, também conhecido como a Savana Brasileira é um bioma único e rico, contendo enorme biodiversidade e impactante beleza cênica. Situado no Centro Oeste, possui estações bem definidas entre seco e chuvosas, e apresenta uma vegetação típica de troncos retorcidos pelas queimadas naturais. 

As atividades socioeconômicas do Centro Oeste são muito voltadas para a agropecuária de exportação. Dessa forma, o bioma vem sido substituído sobretudo pelas monoculturas de grãos da região. Vamos estudar um pouco sobre como esse tema pode ser cobrado no seu vestibular. 

Características físicas

Localização

O Cerrado ocupa 23,3% do território brasileiro, numa extensão total de 2.036.448 km² e é o único bioma presente em todas as regiões do país, segundo o IBGE. Seu predomínio é na região Centro Oeste, mais especificamente na região do Planalto Central Brasileiro. Ela é a savana mais rica do mundo em biodiversidade.

mapa para ilustrar o conteúdo sobre um resumo do cerrado

Segundo o ministério do meio ambiente sua área contínua incide sobre os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, e também são encontradas manchas desse bioma no Amapá, Roraima e Amazonas.

Clima

O clima predominante no bioma Cerrado é o tropical sazonal, com estações bem definidas, ora bem chuvosas, ora bem secas. A amplitude térmica também é alta ao longo de todo o ano.

Já as chuvas se concentram no período de outubro a março, correspondendo as estações de primavera e verão. A temperatura média anual vária entre 22 e 23ºC e a precipitação média anual fica entre 1200 e 1800 mm.

Apesar do aspecto seco que se reflete na fisionomia da paisagem, o cerrado surpreende pela sua abundância hídrica, influenciada pela sazonalidade climática.

É nele que se encontra as três nascentes das maiores bacias hidrográficas da América do Sul. São elas, Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata, o que favorece a biodiversidade.

cachoeira para ilustrar o conteúdo sobre um resumo do cerrado

Vegetação

Pôde-se observar que a sua vegetação é substancialmente variada, se dividindo em distintas categorias: Campo-sujo, Campo Limpo, Campo Rupestre, Cerradão e Vereda.

Há a predominância do Cerrado de Altitude, representando um alto nível de arborização sobretudo nos vales e áreas mais úmidas, onde aparecem os “cerradões” – ou, na terminologia atual, savanas florestadas.

floresta para ilustrar o conteúdo sobre um resumo do cerrado

O Campo Limpo se refere a parte com predomínio de herbáceas, com poucos arbustos e nenhuma árvore. O Campo Sujo, contém vegetação predominante herbácea-arbustiva com arbustos espaçados entre si. 

O Campo Rupestre é a parte que encontramos no topo das serras e chapadas, em altitudes superiores a 900m, predominando ervas, arbustos, arvoretas pouco desenvolvidas.

Neles podemos achar o predomínio de espécies endêmicas.O cerradão é o mais denso, engloba as espécies vegetais mais úmidas, das matas de galeria e mais adaptadas as secas, chamadas de xeromórficas.

As Veredas são caracterizadas sobretudo pela presença do Buriti, uma palmeira que aparece em agrupamentos de espécies arbustivas-herbáceas.

Geralmente aparecem em ambientes e solos mais úmidos, chamados solos hidro mórficos pois ficam saturados de água durante a maior parte do ano. São circundadas por campos limpos, ajudando portando a preservar a circulação de umidade in locu. 

Seu aparecimento é condicionado pelo afloramento do lençol freático, que acontece dependendo da camada geológica e seu nível de permeabilidade da água. Existem diferentes camadas mais ou menos permeáveis por conta dos diferentes estratos geológicos.

Portanto, os ambientes de veredas indicam a localização da água, sendo um ótimo refúgio para a fauna descansar, reproduzir e encontrar alimentos em meio aos campos limpos. 

Vereda, Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, TO para ilustrar o conteúdo sobre um resumo do cerrado

Vereda, Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, TO

mata para ilustrar o conteúdo sobre um resumo do cerrado

No que diz respeito à flora, o Cerrado é considerado um laboratório de plantas medicinais: Chapéu de couro, utilizada por nativos para a produção de medicamentos; Pimenta de Macaco, usada para tempero e chá para cólica; Mangabeira, utilizada para sucos e para a produção de picolés.

Queimadas

A fisionomia das árvores de troncos retorcidos acontece por conta do número de queimadas. As queimadas no cerrado acontecem também de forma natural, nos períodos secos de calor intenso.

O interessante é que o bioma é muito adaptado ao fogo, possuindo vegetação altamente resiliente. Uma estratégia adaptativa que as plantas encontraram foi a de manter o caule subterrâneo, de modo que, depois que o fogo passa, ela consegue voltar a crescer.

Boa parte da vegetação do cerrado possui casca grossa, tipo cortiça que atua como protetor térmico, já que o cerrado é propício para o fogo.

O raio do sol nas rochas de cristal de quartzo produz e impulsiona o surgimento de fogo na área, por isso a vegetação do Cerrado já tem uma proteção natural.

Apesar disso o fogo tem um papel fundamental para o cerrado, pois um ano após as queimadas, o local se apresenta muito mais florido do que no ano que não há queima.

Um exemplo disso, é que existem espécies no cerrado que precisam do fogo para se reproduzir. São sementes duras que racham na presença do fogo e, depois que a queimada passa, ela fertiliza no solo. Outro exemplo é a espécie “cabelo-de-índio” que só floresce após as queimadas naturais.

Apesar de ser um bioma adaptado e relacionado ao fogo, o crescente número de queimadas antrópicas tem alterado severamente a capacidade de resiliência da fauna e flora, deixando um rastro de impactos ambientais, sobretudo pelo interesse da expansão agrícola na região.

Histórico de Ocupação

Os garimpos

As primeiras ocupações em termos de atividades econômicas que atraem também os primeiros aglomerados, vilas e cidades, foi a atividade extrativista mineral.

Do ponto de vista geológico, a região é rica em minérios e pedras preciosas. A mineração foi parte da formação socioespacial da região, sendo fundamental no surgimento de diversas cidades e povoados.

Boa parte dos trabalhadores do garimpo que se estabeleceram e formaram algumas cidades do centro oeste eram naturais de outras regiões e estados do Brasil.

A transformação espacial à época se dava a partir da retirada de cobertura vegetal para a construção de minas de exploração. A caça de espécies típicas da região, comum à época, também foi um impacto relevante.

As condições de trabalho eram de insalubridade, gerando a proliferação de diversas doenças, principalmente nas vias respiratórias. Ainda assim, a mineração foi a principal fonte de renda da população muito estimulada pela demanda bélica, nos períodos da 1ª e 2ª Guerra Mundial.

A extração de cristal era exportada para os EUA e para a Alemanha, para suas recuperações econômicas, sendo usados na fabricação de eletrônicos e armas.

Em época de guerra, portanto, a região vivenciava altas na economia. Com a finalização das guerras, no entanto, o cristal foi perdendo o seu valor, além da dificuldade para localizá-los na terra, uma vez que os buracos de exploração só se aprofundaram. Com isso, os nativos começaram a abandonar a atividade.

Ou se trabalhava no garimpo, ou colhendo plantas para a comercialização, pois a pecuária não era forte na região.

Período JK

Os anos 50 foram um marco para a mudança da relação socioespacial na região. Seu desmatamento se acelerou a partir dos anos 50, com a transferência da Capital Federal e com os projetos desenvolvimentistas de JK.

A política de integração e a implantação de importantes redes rodoviárias viabilizaram a chegada da pecuária e agricultura intensiva na região. 

A ideia era modernizar e dar uma função econômica para cada região do Brasil. Sobretudo, parte da elite sulista recebeu a missão de colonizar grandes glebas de terra no centro oeste.

Desenvolvimento, à época, era sinônimo de desmatamento. Hoje existem cidades voltadas sobretudo para a economia do agronegócio. Hoje as monoculturas de grãos são marcantes nas paisagens do cerrado. 

A gradual decadência da mineração na região, também teve elevada influência da criação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros em 1961. A economia do turismo também passa a crescer, sobretudo na década de 1990 com a ascensão do Parque Nacional dos Veadeiros como um polo turístico. 

O parque foi criado durante o governo de Juscelino Kubitschek para proteger a fauna, a flora e os mananciais dos impactos gerados pela mineração e extrativismo que a região historicamente sofrerá. Para o Governo Federal, estava em jogo a manutenção dos recursos naturais mais básicos da região.

Impactos Ambientais Associados

Atualmente, o bioma do cerrado foi muito suprimido por conta do avanço da fronteira agropecuária na região, que é constantemente substituído por monoculturas de soja, trigo, milho, entre outras.

As queimadas para esta intencionalidade se alastram em grande quantidade e frequência, interferindo no poder de resiliência que o bioma possui naturalmente.

Além do desmatamento e queimada, os impactos ambientais que o bioma vive em sua supressão são típicos das atividades agrícolas, como aumento do uso de agrotóxicos que contamina corpos hídricos, aumento do uso das reservas hídricas e compressão do solo pelo uso de máquinas e tratores. 

A região é considerada um hotspot. Os hotspots são áreas de grande biodiversidade, ricas em espécies endêmicas mas que também apresentam um alto grau de ameaça, necessitando atenção urgente e especial.   Atualmente, existem 34 áreas do mundo definidas como hotspots. No Brasil, apenas o Cerrado e a Mata Atlântica levam esse título.

 De todos os hotspots do mundo, porém, o Cerrado é o que possui a menor porcentagem de áreas sobre proteção integral. O Bioma apresenta 8,21% de seu território legalmente protegido por unidades de conservação.

Do total, 2,85% são unidades de conservação de proteção integral e 5,36% de unidades de conservação de uso sustentável. 

E aí, o que achou do texto sobre o tema? Curtiu? Então vem estudar com a gente! Conheça o nosso cursinho preparatório para o Enem!

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