Matriz energética é toda energia disponibilizada para ser transformada, distribuída e consumida nos processos produtivos. É uma representação quantitativa da oferta de energia, ou seja, da quantidade de recursos energéticos oferecidos por um país ou por uma região. O estudo das matrizes energéticas se mostra cada vez mais importante para a compreensão das possibilidades de melhorias econômicas e sociais do Brasil.
Para entender a situação das matrizes energéticas no Brasil é super importante, antes, estudar o que são as fontes de energia. Confira agora um mapa mental em vídeo explicando tudo que você precisa saber sobre Fontes de Energia:
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Matrizes Energéticas Brasileiras
Diversas análises sobre o Brasil apontam para o potencial emergente do país, decorrente de uma economia mais forte e produtiva, e a possibilidade de diminuição das disparidades sociais, através de medidas de inserção social oriundas do governo, e de maior distribuição de renda. Um dos fatores principais a possibilitar o sucesso brasileiro no futuro é justamente a capacidade de o sistema energético sustentar o aumento da demanda necessária e dar suporte ao desenvolvimento de energias renováveis, pois o melhor posicionamento em relação ao acesso a recursos energéticos de baixo custo e pouco impacto ambiental possibilita importantes vantagens na competitividade global. Por isso a situação energética atual do Brasil inspira cuidados, principalmente quando vemos algumas matrizes com dados preocupantes, como os fatos recentes, que demonstraram que a crise hídrica afetou diretamente a produção de energia elétrica, responsável pelo abastecimento doméstico e de indústrias.
Nesse interim, emerge a necessidade da análise da matriz energética brasileira, pois ela é fundamental para a orientação do planejamento do setor energético, que deve garantir a produção e o uso adequado da energia produzida. É importante salientar, no que se refere ao potencial energético do Brasil: o país se coloca em uma posição de destaque, devido ao seu amplo leque de opções de recursos energéticos e tecnologias capaz de transformar essa riqueza natural em energia, possibilitando a produção de riquezas que gerem desenvolvimento ao país.
Em relação aos modelos energéticos, com foco no setor elétrico, o quadro a seguir ajuda a entender que atores participaram no decorrer do tempo histórico, neste importante setor:
Diferentes matrizes e a situação atual
A demanda energética de um país está fortemente atrelada à sua capacidade econômica: quanto mais robusta for a sua economia, maior será a necessidade de produção de energia, principalmente por causa de alguns fatores, como o aumento da população, ascensão econômica de pessoas de classes baixas, aumento da produção industrial e também aumento do número de veículos automotivos, gerando maior consumo de energia.
O quadro atual brasileiro aponta para a necessidade de uma ampliação da oferta energética que possibilite dar um salto produtivo e econômico. O consumo per capita de energia no Brasil ainda é baixo. Segundo dados, o país consumiu 1,224 toneladas equivalentes de petróleo por habitantes (tep/hab), número seis vezes menor que o consumido nos EUA, 7,05. Isso demonstra que o crescimento da economia gerará a necessidade de maior investimento na produção de energia, principalmente pelo aumento da demanda da produção industrial e de transporte, principais vetores para o crescimento mundial de energia.
É possível identificar no Brasil uma diversificação da sua produção de energia, ainda mais quando fazemos um comparativo com anos anteriores, segundo dados da EPE (Empresa de Pesquisa Energética). Em 1970, duas fontes de energia (petróleo e lenha) correspondiam a 78% do consumo. Em 2000, três fontes de energia (petróleo, lenha e hidráulica) correspondiam a 74% do consumo. A previsão para 2030 é que necessitaremos de quatro fontes energéticas: além de petróleo e hidráulica, a cana de açúcar (biocombustível) e gás natural, diminuindo significativamente o papel da lenha, principalmente pela questão ambiental.
Sobre essa produção energética, cabe destacar o papel das energias chamada “limpas”, que pouco agridem o meio ambiente, fundamentais em tempos de forte apelo à sustentabilidade. Conforme o gráfico abaixo indica, o Brasil apresenta uma situação bem superior à média mundial da produção de energia limpa, o que aponta para boas possibilidades futuras.
Petróleo e derivados
O petróleo é a principal matriz energética do Brasil, com 38,4% do total produzido. É utilizado principalmente no setor de transporte. A sua produção pode ser um fator determinante para a economia brasileira, com destaque para a exploração do pré-sal. A estimativa do setor é que alcancemos em 2020 uma produção de 3 milhões de barris de petróleo por dia.
Apesar da importância dessa matriz energética brasileira, a queda dos preços do barril de petróleo e a exploração do xisto por parte dos Estados Unidos são uma ameaça ao futuro do pré-sal, primeiro porque o alto custo da extração desse petróleo impossibilita o sucesso da operação caso o preço esteja abaixo do valor que possibilite lucro na sua exploração; além disso, a partir da chamada “revolução do xisto”, as previsões apontam um crescimento mais forte do Produto Interno Bruto (PIB), maior geração de empregos, mais receitas para os cofres públicos e um impulso importante à reindustrialização nos EUA, ao baratear o custo da energia, impactando diretamente no preço do barril de petróleo e prejudicando as perspectivas futuras do pré sal.
Gás natural
O Brasil tem hoje uma oferta de gás inferior à demanda. O gás natural assumiu um papel de destaque e estratégico na politica energética brasileira, a partir do momento em que a energia elétrica das usinas hidrelétricas deixou de ser uma “zona de conforto” de baixo custo e atendimento à demanda sem dificuldades. Com a escassez das chuvas e o aumento da demanda, novas fontes energéticas passaram a ser consideradas.
As grandes reservas brasileiras de gás natural se encontram nas bacias de Campos e Santos. Atualmente, o Brasil consegue produzir até 96 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Com a exploração do pré-sal e a continuidade dos investimentos no setor, é possível que esse número chegue à casa dos 250 milhões de metros cúbicos em 2030, demonstrando o potencial energético dessa matriz e as múltiplas oportunidades que esse aumento pode proporcionar na economia brasileira, principalmente com o aumento do uso por parte dos veículos e a ampliação de usinas térmicas a gás.
Hidrelétrica
Principal matriz fornecedora de energia elétrica do país, responsável por 68,4% da energia que abastece casas, indústrias, entre outros setores, a hidrelétrica sempre foi fundamental no setor energético, por ser uma energia barata, limpa e com grandes disponibilidades, pela abundância de rios no território brasileiro. Com o potencial hidráulico do centro-sul sendo praticamente todo aproveitado, as novas hidrelétrica miram principalmente em territórios da região norte, com o intuito de aproveitar o potencial amazônico, como o caso conhecido da usina de Belo Monte, que está sendo construída na bacia do Rio Xingu, próximo ao município de Altamira, no norte do Pará.
O problema desse novo foco são os impactos ambientais graves que são produzidos na construção de usinas hidrelétricas, que demanda um alagamento de grandes áreas, atingindo diretamente a flora e fauna desses locais, além das populações tradicionais dessas áreas. Em relação à potencialidade atual e à demanda futura, dados de 2005 indicavam o consumo brasileiro em 405 TWh/ano (TeraWatts/hora), com previsão de aumento em 2030 para 950 a 1250 TWh/ano, indicando a necessidade de intensos investimentos para comportar esse aumento expressivo. Esse aumento expressivo da demanda de energia elétrica expressa a possibilidade de crescimento econômico e maior distribuição de renda futura.
Outras matrizes energéticas
Podemos destacar o papel que outras matrizes, como biocombustíveis, eólica, nuclear, solar, e biomassa (energia que é gerada por meio da decomposição de materiais orgânicos como esterco, restos de alimentos, resíduos agrícolas que produzem o gás metano, é utilizado para a geração de energia), podem assumir frente aos desafios de crescimento econômico, principalmente por se tratar de fontes de energias limpas, fator cada vez mais preponderante nas discussões sobre crescimento de produção de forma sustentável. A substituição da gasolina por biocombustíveis como o etanol e o biodiesel pode se tornar importante matriz no abastecimento de automóveis, caso as medidas de redução de impactos ambientais com a emissão de poluentes se tornem mais efetivas.
Já existe uma política de aumento do uso desses combustíveis, basta ver que 90% dos carros atualmente saem de fábrica com o selo flex, podendo ser utilizado tanto o etanol como a gasolina. Em relação à energia eólica, o Brasil dispõe de grandes áreas que favorecem a utilização de energia eólica, principalmente no nordeste brasileiro, e o crescimento desta energia alternativa pode ser uma chave para o desenvolvimento da região e dar suporte alternativo no crescimento da produção de energia brasileira.
Sobre a energia nuclear, apesar de toda a polêmica que envolve a sua utilização, por causa dos gravíssimos riscos que um acidente nuclear pode trazer (basta ver o caso de Chernobyl), esse tipo de energia é limpa e tem um grande potencial, principalmente pelo fato de o país ter uma das maiores reservas de urânio do planeta. No entanto, para uma utilização efetiva deste tipo de energia, o Brasil precisa aumentar significativamente o investimento em tecnologia e infraestrutura mais moderna, possibilitando o aumento da exploração da energia nuclear de forma segura.
Por fim, a energia solar é outra energia limpa e muito disponível no Brasil, pelas altas temperaturas e nível de incidência solar disponível em praticamente todo o território e durante o ano todo. Para se ter uma ideia da potencialidade do país nessa energia, o Brasil tem capacidade solar para atender 10% da sua demanda atual de luz, capacitando menos de 5% da área urbanizada do país.
Perpectivas futuras sobre a questão energética.
Em relação ao futuro, podemos dizer que o aumento do consumo, o crescimento da produção e a maior distribuição de renda vão pressionar as matrizes energéticas brasileiras. No entanto, como também foi observado, as potencialidades e variedades de recursos energéticos no Brasil são múltiplas, indicando um possível papel de liderança mundial do Brasil no setor, graças à farta riqueza natural encontrada no território brasileiro.
É preciso investimento e planejamento feito de forma efetiva, para permitir ao país um salto para o desenvolvimento, sustentado pela demanda energética que esse passo futuro necessita. Para tanto, algumas questões precisam ser revistas, como a grande oneração de impostos que o setor encontra no Brasil, dificultando o investimento e a competitividade no cenário internacional. Por todas as oportunidades possibilitadas por esse setor, a energia vem sendo tratada como um ponto estratégico na política mundial dos países, e um dos temas mais relevantes na agenda mundial e no campo de pesquisas, na busca de aumento de eficiência e baixo custo. Por isso, o entendimento do panorama atual, e as perspectivas futuras são fundamentais para os próximos passos que o Brasil quer de uma nação emergente para uma nação expoente, na questão energética, e, possivelmente, desenvolvida.
Exercícios sobre Matriz energética
Questão 1.
O Brasil é um dos países que apresentam os maiores potenciais hidrelétricos do mundo, o que justifica, em partes, o fato de esse tipo de energia ser bastante utilizado no país. As usinas hidrelétricas são bastante elogiadas por serem consideradas ambientalmente mais corretas do que outras alternativas de produção de energia, mas vale lembrar que não existem formas 100% limpas de realizar esse processo. Assinale a alternativa que indica, respectivamente, uma vantagem e uma desvantagem das hidroelétricas.
a) não emitem poluentes na atmosfera; porém não são muito eficientes.
b) são ambientalmente corretas; porém interferem diretamente no efeito estufa.
c) a produção pode ser controlada; porém os custos são muito elevados.
d) ocupam pequenas áreas; porém interferem no curso dos rios.
e) a construção é rápida; porém duram pouco tempo.
Questão 2.
“Brasil é o sétimo maior consumidor de energia do mundo, diz Banco Mundial
O Brasil ficou com a sétima colocação no ranking dos maiores consumidores de energia do mundo. O país ficou atrás de China, Estados Unidos, Rússia, Índia, Japão e Alemanha e conta com cerca de 99% da população já com acesso ao serviço, segundo relatório divulgado nesta terça-feira pelo Banco Mundial.”
O Globo – Economia, 28/05/2013.
Sobre o consumo de energia no mundo, assinale a alternativa correta.
a) No texto, é evidente o papel crescente dos BRICS na demanda energética mundial.
b) O consumo de energia nem sempre acompanha o nível de desenvolvimento de um país, o que explica a presença da Rússia entre os maiores consumidores.
c) China e Estados Unidos são os maiores consumidores de energia em função do fato de esses países serem os mais populosos do mundo.
d) A sétima posição do Brasil em consumo de energia deve-se ao fato de o país ter ampliado a produção de etanol, preferencialmente destinado ao consumo interno.
Questão 3. (UPE)
Leia a manchete a seguir:
“Brasil precisa de investimento em energia limpa”.
16/02/2011 – Jornal Folha de São Paulo.
Sobre o assunto tratado, é CORRETO afirmar que a(o)
a) biomassa, também chamada de energia renovável, é um tipo de energia limpa, desenvolvida por meio de plantações energéticas, porém, mesmo quando é produzida de maneira sustentável, emite grande quantidade de carbono na atmosfera.
b) energia limpa é aquela que não emite grande quantidade de poluentes para a atmosfera e é produzida com o uso de recursos renováveis, a exemplo de biocombustíveis como a cana-de- açúcar e as plantas oleaginosas que são fontes de energia originadas de produtos vegetais.
c) Bacia de Campos, no Brasil, possui as maiores reservas de xisto betuminoso que é considerado uma fonte de energia limpa renovável, não se esgota e pode ser aproveitado indefinidamente sem causar grandes danos ecológicos.
d) lenha, energia eólica e energia solar, apesar de se constituírem em fontes de energia não renováveis, são consideradas energias limpas e se destacam por suprirem a maior parte das necessidades brasileiras de eletricidade e por apresentarem uma série de vantagens ambientais.
e) maior potencial de energia limpa no Brasil está instalado na Bacia do Rio Paraná, onde se localizam grandes reservas de gás natural, um biocombustível avançado de transformação geológica, pois dele é possível se obterem hidrocarbonetos.
GABARITO
1. C
2. A
3. B
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