Olá, queridos!!
Aqui estou eu de novo! =)
Vamos descansar de Português e mergulhar em Literatura?
Hoje vou publicar um materialzinho esperto para que todos vocês arrasem nas próximas provas! =)
Com vocês, BARROCO!
Contexto Histórico
– Renascimento (Antropocentrismo,Hedonismo).
– Contrarreforma (Teocentrismo, Ascetismo*).
* Exercício prático que leva à efetiva realização da virtude.
“O Renascimento caracterizou-se pelo predomínio da linha reta e pura, pela clareza e nitidez de contornos. O Barroco tenta a conciliação, a incorporação, a fusão (o fusionismo é a sua tendência dominante) do ideal medieval, espiritual, supra-terreno, com os novos valores que o Renascimento pôs em voga: o gosto pelas coisas terrenas, as satisfações mundanas e carnais. A estratégia pertenceu à Contrarreforma, no intuito, consciente ou inconsciente, de combater o moderno espírito, absorvendo-o no que tivesse de mais aceitável. Daí nasceu o Barroco, novo estilo de vida, que traduz em suas contradições e distorções, o caráter dilemático da época, na arte, filosofia, religião, literatura.”
“(…) São, por isso, o dualismo, a oposição ou as oposições, contrastes e contradições, o estado de conflito e tensão, oriundos do duelo entre o espírito cristão, antiterreno, teocêntrico, e o espírito secular, racionalista, mundano, que caracterizam a essência do espírito barroco. Daí uma série de antíteses – ascetismo e mundanidade, carne e espírito, sensualismo e misticismo, religiosidade e erotismo, realismo e idealismo, naturalismo e ilusionismo, céu e terra, verdadeiras dicotomias ou “conflitos de tendências antitéticas” (Meissner), “violentas desarmonias” (Wellek), tradutoras de tensão entre as formas clássicas e o ethos cristão, entre as tradições medievais e o crescente espírito secularista inaugurado pelo Renascimento. A alma barroca é composta pelo dualismo, desse estado de tensão e conflito, exprimindo uma gigantesca tentativa de conciliação de dois pólos considerados então inconciliáveis e opostos: a razão e a fé. O movimento era de fundo religioso, visando a restaurar os valores medievais de vida contra a corrente renascentista. Ao mesmo tempo, contudo, o homem ocidental não mais se conformava em abrir mão das virtualidades da vida terrena que o humanismo renascentista e o alargamento espacial da Terra lhe revelaram. Por isso o conflito entre o ideal de fuga e renúncia do mundo e as atrações e solicitações terrenas. Diante do dilema, em vez da impossível destruição, tentou a conciliação, a incorporação, a absorção…”
2. Características Gerais
Palavra-chave: Conflito
2.1 Características temáticas
– Dualismo, contrastes e contradições, evidenciando o conflito interno do homem barroco. (carne x espírito; religiosidade x erotismo; céu x terra;). Tentativa de conciliação de dois polos considerados então inconciliáveis e opostos: a razão e a fé.
Algumas das bases vividas pelo homem entre as experiências carnais e a paz conferida àqueles que não vivem em pecado. Nessa perspectiva, os textos barrocos também trabalham a figura da mulher, que aparece como um anjo belíssimo, mas que pode tentar o homem e leva-lo à perdição.
– Presença de forte religiosidade.O eu-lírico barroco é marcado por uma profunda angústia diante de um mundo conflituoso e instável. Muitas vezes, a religiosidade é resgatada com o objetivo de aplacar essa angústia de existir.
– Retomada do carpe diem: consciência da efemeridade dos aspectos positivos da vida mundana.
– Preferência por aspectos cruéis, dolorosos, repugnantes.
2.2 Características formais
– Predomínio de sonetos.
– Uso intenso de figuras de linguagem como:Antítese, Paradoxo, Hipérbato eHipérbole. “Em uma tentativa do eu-lírico evidenciar sua angústia, seu conflito existencial e sua perplexidade diante do mundo.”
– Cultismo(jogo de palavras) e Conceptismo(jogo de ideias).
3. Produção Nacional
– Gregório de Matos (“Boca do Inferno”)
– Maior representante da poesia barroca no Brasil;
– Poesia satírica;
– Uso recorrente de antíteses, metáforas, conceptismo e cultismo.
– Padre Antônio Vieira
– Destacou-se principalmente na prosa
– Uso constante do conceptismo, cultismo, presença marcante de antíteses e linguajar apurado.
–x –
A Cristo S. N. Crucificado, estando o poeta na última hora de sua vida.
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Porque, quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto um pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido,
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida, e já cobrada
Glória tal, e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na sacra história:
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada
Cobrai-a, e não queirais, Pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
Confira agora um mapa mental em vídeo resumindo tudo que você acabou de aprender sobre Barroco:
Baixe aqui o mapa mental e revise sempre que precisar!
Ah, gente, a imagem que está ilustrando este post é de Bernini, artista Barroco italiano. Na escultura há a retratação de uma freira, entidade religiosa, com traços de orgasmo, prazer. A partir desta imagem, vê-se com clareza o ideal alçado pelo Barroco que é, como já está claro aqui, explorar a oposição, a dualidade e, principalmente, o contraste entre prazer e religião.