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Redação: Tipos de Texto no Vestibular

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Redação: Tipos de Texto no Vestibular

Turma da Noite: 19:45 às 20:45

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Material de Apoio

MATERIAL DE AULA AO VIVO

Na aula passada, trabalhamos o conceito de texto, a tipologia da linguagem e os pressupostos da escrita e da leitura. Hoje, propomos a você uma atividade bastante interessante: analisar os principais modelos textuais cobrados no vestibular. Trata-se de uma “pincelada” geral em alguns dados que serão retomados no nosso curso no futuro. A fim de criar uma espécie de linha de raciocínio, sugerimos um roteiro de análise textual, abaixo transcrito.
ROTEIRO DE ANÁLISE TEXTUAL
1) Tipo de texto.
2) Assunto desenvolvido.
3) Vocabulário empregado.
4) “Distanciamento” do emissor (texto pessoal ou impessoal).
5) “Objetivo” ou função do texto – em relação ao leitor.

COLETÂNEA DE TEXTOS

Texto 1

Amazônia em Risco

O governo Lula tem pressa em conceder 13 milhões de hectares da Amazônia a empresas privadas nacionais ou estrangeiras para fins de exploração por até 60 anos. Dia 14, nove dias depois de retirar o regime de urgência do projeto de lei 4776/2005, que prevê a concessão de florestas públicas, o Executivo reapresentou o pedido à Câmara, conseguindo estender por mais 45 dias o limite para sua votação. O recuo momentâneo foi necessário porque quando o presidente da República solicita que projetos de lei de sua autoria tramitem em regime de urgência, a Câmara tem 45 dias para votar a matéria, e o Senado mais 45 dias para apreciá-la. Quando o governo agiu, evitando um desgaste maior em sua empreitada de aprovar o projeto a qualquer custo, faltavam apenas dois dias para expirar o prazo estipulado. Caso isso acontecesse, nada poderia ser votado antes que o projeto fosse apreciado, trancando a pauta de deliberações da Casa, e aumentando a polêmica já existente em torno do projeto que, para os críticos, é o início da privatização da Amazônia. O prazo para votação na Câmara, a partir de agora, é 29 de maio.

(Marcelo Netto Rodrigues, Fonte Brasil de Fato, 25/04/2005)

Texto 2
Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? Vocês têm coragem de aplaudir este ano uma música que vocês não teriam coragem de aplaudir no ano passado; são a mesma juventude que vai sempre, sempre, matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem! Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada. Hoje não tem Fernando Pessoa! Eu hoje vim dizer aqui que quem teve coragem de assumir a estrutura do festival, não com o medo que sr. Chico de Assis pediu, mas com a coragem, quem teve essa coragem de assumir essa estrutura e fazê-la explodir foi Gilberto Gil e fui eu. Vocês estão por fora! Vocês não dão pra entender. Mas que juventude é essa, que juventude é essa? Vocês jamais conterão ninguém! Vocês são iguais sabe a quem? São iguais sabe a quem? – tem som no microfone? – àqueles que foram ao Roda Viva e espancaram os atores. Vocês não diferem em nada deles, vocês não diferem em nada!

(Trecho do discurso de Caetano Veloso à juventude no III Festival da Canção da Rede Record)

Texto 3
Nossa missão – Atuar na área de preparação para vestibulares militares e universidades públicas, respeitando o equilíbrio entre quantidade de alunos por turma e qualidade de ensino, visando liderar todas as estatísticas referentes à educação no país. Assim, é ressaltada a excelência do ensino que praticamos, possibilitando a expansão e também a perpetuação da nossa escola. Pensi. Você em primeiro lugar!

(Adaptado da Revista Institucional e Promocional Pensi, janeiro de 2007)

Texto 4
De vez em quando me chamam saudosista.
Como se quisessem enfiar um canivete de escoteiro nas costas, empurrar pela goela abaixo um pote de óleo de fígado de bacalhau ou orelha adentro uma piada do “PR-K 30” — como se quisessem denunciar um crime de corrupção cultural, gritam da janela de algum edifício balança mas não cai da intelectualidade hodierna. Saudosista isso, saudosista aquilo. Passo batido com a minha camiseta punk onde está escrito “No future at all”. Sou ouvido mouco, paciência moura, altivez loura. Deixo que digam. Não dói.
Eu, que não troco meu pente de plástico Flamengo por nenhum arrebite da nova cosmética masculina; eu, justo eu que vi a exposição de 80 anos de publicidade no GLOBO e fui às lágrimas com a reaparição da garrafinha de Coca-Cola com um isqueiro dentro — eu ouço o pretenso vitupério com honradez cívica e nem me esfalfo. Sorrio frio.

(Joaquim Ferreira dos Santos)

Texto 5
A ideia da remoção de favelados, se sempre foi vista com antipatia, passou a ser odiosa, porque significa agora a demolição de residências muitas vezes construídas pelos moradores com suas próprias mãos – e sempre com grande sacrifício. Nem por isso, entretanto, o Rio precisa estar condenado a aceitar passivamente a convivência eterna com as favelas, hoje em dia praticamente todas sob o domínio do poder paralelo dos narcotraficantes. O que em termos práticos significa seu crescimento gradual, porque nada há de mais difícil do que evitar esse inchamento contínuo, do qual a Rocinha é exemplo gritante. Urbanizar, sempre que for possível implantar a infraestrutura, delimitar a área para impedir o crescimento das favelas – a estas e outras soluções é indispensável acrescentar a possibilidade de remoção. É claro que não se pode desrespeitar os moradores dos morros despejando-os em novas moradias que não sejam decentes, ou que estejam a dezenas de quilômetros de distância sem que tenha sido providenciado um fundamental meio de transporte adequado. Mas, tomados os devidos cuidados, a alternativa da remoção não deve ser descartada.

(Adaptado da Coluna “Nossa Opinião”, In: O Globo, 21/06/04)

Texto 6
Quando Ana me deixou, eu fiquei muito tempo parado na sala do apartamento, cerca de oito horas da noite, com o bilhete dela nas mãos. No horário de verão, pela janela aberta da sala, à luz das oito horas da noite podiam-se ainda ver uns restos de dourado e vermelho deixados pelo sol atrás dos edifícios, nos lados de Pinheiros. Eu fiquei muito tempo parado no meio da sala do apartamento, o último bilhete de Ana nas mãos, olhando pela janela os dourados e o vermelho do céu. E lembro que pensei agora o telefone vai tocar, e o telefone não tocou, e depois de algum tempo em que o telefone não tocou, então pensei agora a campainha vai tocar. Mas a campainha também não tocou, e eu continuei por muito tempo sem salvação parado ali no centro da sala que começava a ficar azulada pela noite, feito o interior de um aquário, o bilhete de Ana nas mãos, sem fazer absolutamente nada além de respirar.

(Adaptado de: Caio Fernando Abreu, “Sem Ana, blues” In: Os dragões não conhecem o paraíso. São Paulo, Companhia das Letras, 1988)

Texto 7

Sem título

Exercícios

Texto 1

Massa!

Pô, Erundina, massa! Agora que o maneiro Cazuza virou nome num pedaço aqui em Sampa, quem sabe tu te anima e acha aí um point pra bota o nome de MAgdalena Tagliaferro, Cláudio Santoro, Jaques Klein, Edoardo de Guarnieri, Guiomar Novaes, João de Souza Lima, Armando Belardi e Radamés Gnatalli. Esses caras não foi cruner de banda a la “Trogloditas do Sucesso”, mas se a tua moçada não manjar quem eles foi dá um look aí na Enciclopédia Britânica ou no Groves International e tu vai saca que o astral do século 20 musical deve muito a eles.

(Julio Medaglia, di-jei do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, In: “Painel do Leitor, Folha de São Paulo, 04/10/90)

1. (UNICAMP) Que grupo social pode ser identificado pelo estilo de linguagem utilizado? Transcreva as marcas linguísticas características desse grupo presentes no texto.

2. (UNICAMP) Em que campo da cultura deram contribuição importante os nomes mencionados na carta e que passagem(ns) do texto permitem afirmar isso?

3. (UNICAMP) O texto contém uma crítica implícita. Qual é e a quem é dirigida?

Texto 2

Nunca esteve tão bom para nós, mulheres. Nem tão difícil. Os salários não são iguais, as creches continuam insuficientes, o sexo é uma confusão total entre o agir e o sentir, o trabalho é complicadíssimo em termos psíquicos para a mulher: fonte de culpa e medos. Nunca foi tão difícil. Muito está colocado, mas tudo está por fazer. Esta é uma hora para se parar e pensar. Pensar pelo que brigamos até agora, o que conseguimos, onde fomos usadas pelo sistema, o que deu errado, o que fazer de agora em diante. Sinto que existe todo um trabalho a ser feito de conscientização feminina – pois o que se passa no Piauí não é o mesmo das grandes capitais – já que as lutas não serão primordialmente mais no nível do “queremos”, “exigimos” das passeatas, mas da prática do obter e do ser. É uma luta mais intimista de um lado, fora dos jornais, mais difusa na realidade. A luta é de base, de formiguinha, onde o confrontamento não será mais com a polícia e o governo somente, mas basicamente com os companheiros de trabalho, amigos e marido.

(Marta Suplicy, “Reflexões sobre o cotidiano”, 1986)

4. Segundo o texto 2, a luta fundamental para as mulheres é:

a) de cada mulher, para conscientizar os colegas, amigos e marido;
b) de todas as mulheres, contra todos os governos que as oprimem;
c) dos companheiros de trabalho, amigos e marido, por melhores salários;
d) dos governos, pela melhoria das condições de vida das mulheres;
e) das mulheres todas, para exigir seus direitos publicamente em passeatas.

5. Assinale a opção que transcreve a passagem do texto 2, cujo sentido corresponde ao fragmento de Marina Colasanti: “Culpadas estão quase todas as que trabalham. Porque não estão em casa, onde sempre lhes disseram que deveriam estar. Porque não estão coladas nos filhos. Porque, cumprindo a sua vida, não se sentem cumprindo à perfeição aquelas que são consideradas suas atribuições primordiais.”

a) “Nunca esteve tão bom para nós, mulheres”
b) “o que se passa no Piauí não é o mesmo das grandes capitais”
c) “Os salários não são iguais, as creches continuam insuficientes”
d) “o trabalho é complicadíssimo em termos psíquicos para a mulher”
e) “É uma luta mais intimista de um lado, fora dos jornais”

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