Olá, pessoal!
Como prometi, hoje voltei com mais uma redação pronta sobre um tema sempre importante: a relação entre os meios de comunicação e a censura. Essa temática pode cair em qualquer vestibular, e é sempre bom ter argumentos sólidos e fortes.
Este é o tema de 2008 da UERJ: “Os meios de comunicação devem sofrer alguma forma de controle, ou todo controle representa uma censura indevida?”. Tema polêmico e bastante pertinente. Confiram:
DE OLHOS BEM ABERTOS
No panorama contemporâneo, muito se tem discutido sobre o papel que devem exercer os meios de comunicação nas sociedades atuais. Países, como o Brasil, que já sofreram com governos ditatoriais, entendem as feridas que o processo de censura traz, não só para os artistas e jornalistas, que se calam, mas para a própria população, que se vê tolhida de direitos básicos. É certo, no entanto, que os meios massificados podem apelar para banalização e vulgaridade para atender aos interesses do capital. Por isso, uma discussão sobre censura e liberdade de expressão se faz mais do que necessária.
Em primeiro, lugar, é necessário entendermos que os meios de comunicação já são, de alguma maneira, controlados. A imparcialidade jornalística é um mito utópico, uma vez que já é necessário algum tipo de parcialidade para escolher o que vincular nos jornais impressos e na televisão, por exemplo. Considerando que essas estruturas comunicacionais, massificadas como as conhecemos, atendem a interesses individuais de seus proprietários, é coerente afirmar que fatores como o lucro advindo da venda de exemplares, ou do ibope recebido, são determinantes. Logo, pensar em liberdade irrestrita é uma visão ingênua e míope.
Entretanto, devemos evitar qualquer tipo de teoria conspiratória radical, como gostam de defender aqueles que pregam que os meios de comunicação moldam de maneira completa e determinante as mentes de seus consumidores. Já foi comprovado que assuntos como violência e sexo atraem a atenção dos espectadores de televisão. Dessa forma, produtos com esses conteúdos são exibidos de maneira exaustiva, banalizando-os. Para isso, existem organizações não-governamentais, como o Observatório da Imprensa, que acompanha seus passos sem regulá-la, e coloca a disposição da população todas as suas pesquisas e conclusões, evitando alguma possível censura governamental, mas valorizando o bem da sociedade.
Por fim, é válido fincarmos essa discussão na contemporaneidade, uma vez que os meios de comunicação nos dias de hoje são completamente diferentes daqueles de poucos anos atrás. Na atualidade, a internet exerce um poder imenso na parcela mundial que a utiliza, e a credibilidade que os blogs individuais receberam nos últimos tempos afirma o cidadão como ser ativo no processo da informação, atuando como receptor e produtor. Essa falta de restrições faz com que alguns conteúdos sejam equivocados, ou até apelem para a espetacularização e o crime. Cabe, no entanto, ao próprio indivíduo discernir sobre o que deve ou não consumir. Ele tem livre arbítrio e capacidade de raciocínio, e não precisa de uma censura instituída.
Dessa forma, podemos perceber que a censura não é uma opção plausível e aceitável de controle dos meios de comunicação, pois ela fere as liberdades individuais e de imprensa, o que vai contra o próprio conceito de democracia. Se faz necessária, contudo, um forte processo de educação da população com relação ao que deve apreender e consumir nesses meios. As escolas possuem papel fundamental, ao educar crianças e jovens sobre o equilíbrio entre informação adequada e entretenimento proveitoso. Além dela, os pais também devem, em casa, instruir seus filhos de maneira correta. Devemos valorizar e prezar as liberdades de opinião e de escolha, nas suas mais variadas formas.
Volto ainda essa semana com mais algumas questões sobre essa temática. Ate lá, não deixem de estudar! O ENEM já é nesse fim de semana!
Beijos!