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Questões Comentadas: Variabilidade Linguística

Resolva questões de vestibulares sobre Variabilidade Linguística e aprenda o passo-a-passo da resolução. Prepare-se e #RalaConcorrente!

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Leia o resumo O que é variabilidade Linguística e resolva as questões abaixo.

 1.

 Sem título

O humor do cartum se baseia no emprego de uma variabilidade linguística. Com base nas falas da família que volta de viagem, determine se essa variabilidade apresenta valor positivo ou negativo. Justifique sua resposta com frases completas, utilizando exemplos do texto.
 
2. (UNICAMP):
O autoclismo da retrete
            RIO DE JANEIRO – Em 1973, fui trabalhar numa revista brasileira editada em Lisboa. Logo no primeiro dia, tive uma amostra das deliciosas diferenças que nos separavam, a nós e aos portugueses, em matéria de língua. Houve um problema no banheiro da redação e eu disse à secretária: “Isabel, por favor, chame o bombeiro para consertar a descarga da privada.” Isabel franziu a testa e só entendeu as quatro primeiras palavras. Pelo visto, eu estava lhe pedindo que chamasse a Banda do Corpo de Bombeiros para das um concerto particular de marchas e dobrados na redação. Por sorte, um colega brasileiro, em Lisboa havia algum tempo e já escolado nos meandros da língua, traduziu o recado:  “Isabel, chame o canalizador para reparar o autoclismo da retrete.” E só então o belo rosto de Isabel se iluminou.

(Ruy Castro, Folha de S. Paulo.)

Em São Paulo, entende-se por “encanador” o que no Rio de Janeiro se entende por “bombeiro” e, em Lisboa, por “canalizador”. Isto permitiria afirmar que, em algum desses lugares, ocorre um uso equivocado da língua portuguesa? Justifique sua resposta.
 
3. Uma reforma que viesse a uniformizar a ortografia da língua portuguesa em todos os países que a utilizam evitaria o problema de comunicação ocorrido entre o jornalista e a secretária. Você concorda com essa afirmação? Justifique.
 
4. (ENEM): No romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o vaqueiro Fabiano encontra-se com o patrão para receber o salário. Eis parte da cena:
            Não se conformou: devia haver engano. (…) Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria?
            O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda.
            Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não.

(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro: Record, 2003.)

No fragmento transcrito, o padrão formal da linguagem convive com marcas de regionalismo e de coloquialismo no vocabulário. Pertence à variedade do padrão formal da linguagem o seguinte trecho:
a) “Não se conformou: devia haver engano.”
b) “e Fabiano perdeu os estribos.”
c) “Passar a vida inteira assim no toco.”
d) “entregando o que era dele de mão beijada!” e) “Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou.”
 
5. (ENEM):
Óia eu  aqui de  novo xaxando
Óia eu aqui de novo pra xaxar
Vou mostrar pr’esses cabras
Que eu ainda dou no couro
Isso é um desaforo
Que eu não posso levar
Que eu aqui de novo cantando
Que eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo mostrando
Como se deve xaxar.
Vem cá morena linda
Vestida de chita
Você é a mais bonita
Desse meu lugar
Vai, chama Maria, chama Luzia
Vai, chama Zabé, chama Raque
Diz que tou aqui com alegria.

(BARROS, A. Óia  eu  aqui de  novo. Disponível  em <www.luizluagonzaga.mus.br > Acesso em 5 mai  2013)

A letra da canção de  Antônio Barros manifesta aspectos do repertório  linguístico e  cultural do Brasil. O  verso que singulariza uma  forma do falar  popular  regional é:
a) “Isso é um desaforo”
b) “Diz que  eu  tou aqui com alegria”
c) “Vou  mostrar pr’esses cabras”
d) “Vai, chama  Maria, chama  Luzia”
e) “Vem  cá, morena linda, vestida de chita”
 
 
 

GABARITO

1.  O valor é negativo. Tal fato é percebido pela vergonha que a criança apresenta diante da variabilidade linguística empregada.
 
2. O valor é negativo. Tal fato é percebido pela vergonha que a criança apresenta diante da variabilidade linguística empregada.
 
3. Não, pois a uniformização ortográfica não afeta as diferenças lexicais, que dizem respeito ao emprego do vocabulário e ao sentido das palavras.
 
4. A
Resolvendo passo-a-passo a questão:
Ao contrário das demais, que apresentam expressões informais como “perder os estribos”, “no toco”, “de mão beijada”, “baixou a pancada e amunhecou”, a alternativa A não apresenta nenhum vocábulo de uso mais coloquial e regionalista.
 
5. C
Resolvendo passo-a-passo a questão:
O aluno deve estar atento ao que se pede: identificar o verso que singulariza uma  forma do falar  popular  regional. Mesmo que o texto apresente expressões típicas da linguagem oral (“óia”, ‘’tou”),   a resposta para esta questão é a alternativa C, uma vez que  no verso “Vou  mostrar pr’esses cabras”, ‘’cabras’’, principalmente em alguns lugares da região nordestina, substitui ‘’homens’’.

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