Leia o resumo “O que é o Barroco?” e resolva os exercícios abaixo.
1. (UNICAMP)A arte colonial mineira seguia as proposições do Concílio de Trento (1545-1553), dando visibilidade ao catolicismo reformado. O artífice deveria representar passagens sacras. Não era, portanto, plenamente livre na definição dos traços e temas das obras. Sua função era criar, segundo os padrões da Igreja, as peças encomendadas pelas confrarias, grandes mecenas das artes em Minas Gerais.
(Adaptado de Camila F. G. Santiago, “Traços europeus, cores mineiras: três pinturas coloniais inspiradas em uma gravura de Joaquim Carneiro da Silva”, em Junia Furtado (org.), Sons, formas, cores e movimentos na modernidade atlântica. Europa, Américas e África. São Paulo: Annablume, 2008, p. 385.)
Considerando as informações do enunciado, a arte colonial mineira pode ser definida como:
a) renascentista, pois criava na colônia uma arte sacra própria do catolicismo reformado, resgatando os ideais clássicos, segundo os padrões do Concílio de Trento.
b) barroca, já que seguia os preceitos da Contrarreforma. Era financiada e encomendada pelas confrarias e criada pelos artífices locais.
c) escolástica, porque seguia as proposições do Concílio de Trento. Os artífices locais, financiados pela Igreja, apenas reproduziam as obras de arte sacra europeias.
d) popular, por ser criada por artífices locais, que incluíam escravos, libertos, mulatos e brancos pobres que se colocavam sob a proteção das confrarias.
2. (ENEM)
(BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.)
Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem forte influência do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedra-sabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua obra revela:
a) liberdade, representando a vida de mineiros à procura da salvação.
b) credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais.
c) simplicidade, demonstrando compromisso com a contemplação do divino.
d) personalidade, modelando uma imagem sacra com feições populares.
e) singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras divinas.
3. Leia com atenção o poema a seguir e marque a opção correta.
À INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
(Gregório de Matos Guerra)
Sobre o tema central do soneto acima é correto dizer:
a) o eu-lírico aborda a superficialidade sobre as aparências.
b) há uma visão dicotômica entre a grandeza divina e a pequenez do homem.
c) há a preocupação com a efemeridade da vida.
d) o eu-lírico expõe sobre o sofrimento amoroso em função do sentimento de culpa.
e) o eu lírico expõe a dualidade dos sentimentos do homem barroco.
4. (FEI)
“Em tristes sombras morre a formosura,
em contínuas tristezas a alegria”
Nos versos citados acima, Gregório de Matos empregou uma figura de linguagem que consiste em aproximar termos de significados opostos, como “tristezas” e “alegria”. O nome desta figura de linguagem é:
a) metáfora
b) aliteração
c) eufemismo
d) antítese
e) sinédoque
GABARITO
1. B
Resolvendo passo-a-passo:
As artes plásticas do barroco, no Brasil, só desenvolveram grande impulso, no século XVIII, também conhecido como “século do ouro”. Nesse período, as igrejas seguiam as influências barrocas em sua construção, junto aos preceitos da Contrarreforma, com o intuito de reforçar o sentimento religioso, o que confirma a letra B. As letras A, C e E estão erradas porque, nas artes plásticas, as obras seguiam as demandas de corporações eclesiásticas e voltava-se também à exigência de um público aristocrático.
2. C
Resolvendo passo-a-passo:
Uma das vertentes de Gregório de Matos, era a produção da lírica filosófica, com o intuito de provocar reflexão e abordar sobre a transitoriedade do tempo; presente em vários versos do poema, como “Porém se acaba o Sol, por que nascia?” e “A firmeza somente na inconstância.”, confirmando a letra C. Não há a presença de sofrimento amoroso, ou a presença da dualidade de pensamentos, características da lírica amorosa. Além disso, se o eu lírico aborda sobre a efemeridade da vida, distancia-se da superficialidade sobre as aparência, o que anula as letras A, B, D e E.
3. D
Resolvendo passo-a-passo:
A antítese, que consiste na oposição de termos “tristezas” e “alegrias”, é uma das figuras de linguagem mais utilizadas na estética barroca, por reforçar a dualidade de pensamentos, confirmando a letra C. Já as outras figuras de linguagem, não correspondem com a proposta do enunciado, que consiste na aproximação de significados opostos, visto que a metáfora é uma comparação subjetiva; o eufemismo, a amenização de uma expressão mais rude; a aliteração, a repetição de consoantes e a sinédoque, que aborda a inclusão existente entre dois nomes e a substituição de um, pelo outro.