A dissertação argumentativa, hoje, é o tipo textual mais cobrado nos principais vestibulares. Provas como a UNESP, a FUVEST e o próprio ENEM exigem esse tipo textual e, por isso, é importantíssimo que você conheça cada uma de suas características. Seja na questão do conteúdo, da estrutura ou da linguagem preferencial, esse tipo de texto precisa estar na ponta da língua! Vamos conhecê-lo?
Que conteúdo é esperado em uma redação dissertativa-argumentativa?
Quando lemos uma redação, é muito comum buscarmos sempre avaliar a qualidade argumentativa de um parágrafo. Mas o que significa argumentar? Qual é o objetivo desse texto?
Na redação dissertativa-argumentativa, dissertar significa defender uma ideia, um ponto de vista, uma opinião. Dessa forma, todas as temáticas apresentadas exigem uma reflexão por parte do candidato, de forma que, com os conhecimentos adquiridos em estudos, leituras e aulas, o seu texto possa ter uma opinião definida.
Depois de definido um ponto de vista, usando esses mesmos conhecimentos de mundo, é necessário, nesse tipo textual, defender essa ideia. Aqui está a impotância da argumentação: fundamentar, confirmar essa opinião é um trabalho de convencimento do leitor, o principal objetivo da dissertação-argumentativa.
A estrutura do texto
O texto dissertativo-argumentativo se constrói de forma bem natural: com um início, um meio e um fim. Especificando os nomes, temos uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão.
Na introdução, o ideal é que se apresente a proposta temática, contextualizando seu direcionamento, e que seja definido um ponto de vista, assim como já conversamos anteriormente.
Já no desenvolvimento, espera-se que o aluno trabalhe os argumentos, fundamentando suas ideias e trazendo informações importantes no papel de convencimento do leitor. Em geral, as redações apresentam entre dois e três parágrafos de desenvolvimento, o que é o ideal – mas falaremos sobre isso mais tarde.
Por fim, na conclusão, é importante sintetizar o ponto de vista trabalhado no texto e apresentar mais algumas informações extras que serão discutidas mais tarde, em outro momento.
E a linguagem?
A linguagem nesse tipo de texto precisa ser predominantemente impessoal. É importante trabalhar sempre verbos na terceira pessoa, a fim de que as opiniões e sua fundamentação pareçam verdades absolutas – o que ajuda (e muito!) no trabalho de convencimento.
Apesar disso, pode ser interessante, em discussões mais sociais, com propostas de conscientização, apresentar alguns trechos com a primeira pessoa do plural (“nós”), de forma que a discussão inclua o leitor, facilitando, mais uma vez, o convencimento – lembre-se: o objetivo do texto dissertativo-argumentativo é convencer. Conhecendo esse objetivo, o resto fica mais fácil!
E aí, descomplicamos?
Que tal fazermos alguns exercícios sobre o assunto? Qualquer dúvida, é só gritar! Não se esqueça de treinar com as nossas propostas semanais!
EXERCÍCIOS:
1. Sobre as características do texto dissertativo-argumentativo, podemos afirmar que:
a) Suas principais características são contar uma história ou narrar algum acontecimento, verídico ou não.
b) Apresentar informações sobre um objeto ou fato específico, enumerando suas características através de uma linguagem clara e objetiva.
c) Tem por finalidade instruir o leitor/interlocutor, por isso o predomínio dos verbos no infinitivo.
d) Trata-se de um texto da opinião, no qual as ideias são desenvolvidas com a intenção de convencer o leitor.
e) Seu objetivo é explanar ou explicar um assunto, tema, coisa, situação ou acontecimento.
Veja o passo-a-passo da resolução!
2. (ENEM)
Não somos tão especiais
Todas as características tidas como exclusivas dos humanos são compartilhadas por outros animais, ainda que em menor grau.
INTELIGÊNCIA
A ideia de que somos os únicos animais racionais tem sido destruída desde os anos 40. A maioria das aves e mamíferos tem algum tipo de raciocínio.
AMOR
O amor, tido como o mais elevado dos sentimentos, é parecido em várias espécies, como os corvos, que também criam laços duradouros, se preocupam com o ente querido e ficam de luto depois de sua morte.
CONSCIÊNCIA
Chimpanzés se reconhecem no espelho. Orangotangos observam e enganam humanos distraídos. Sinais de que sabem quem são e se distinguem dos outros. Ou seja, são conscientes.
CULTURA
O primatologista Frans de Waal juntou vários exemplos de cetáceos e primatas que são capazes de aprender novos hábitos e de transmiti-los para as gerações seguintes. O que é cultura se não isso?
BURGIERMAN, D. Superinteressante, n.º 190, jul. 2003.
O título do texto traz o ponto de vista do autor sobre a suposta supremacia dos humanos em relação aos outros animais. As estratégias argumentativas utilizadas para sustentar esse ponto de vista são
a) definição e hierarquia.
b) exemplificação e comparação.
c) causa e consequência.
d) finalidade e meios.
e) autoridade e modelo.
Veja o passo-a-passo da resolução!
GABARITO
1. D
2. B