Sócrates é um dos maiores pensadores de todos os tempos. Nascido em Atenas, entre os anos de 471 a.C e 468 a.C, ele é considerado o fundador de preceitos básicos da filosofia Ocidental, desenvolvendo ideias sobre a alma humana e a essência da natureza. Por sua importância, quem vai prestar o vestibular precisa entender suas frases, métodos e o período pré-Socrático.
A filosofia socrática é tão importante, que a filosofia grega clássica é dividida em pré-socrática, socrática e pós-socrática, sabia? Por não ter deixado trabalhos escritos, o conhecimento das principais ideias de Sócrates foi preservado graças aos escritos de seus discípulos, Platão e Xenofontes.
Sócrates, inclusive, é um dos principais personagens dos diálogos escritos por Platão!
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Resumo sobre o período pré e pós-socrático
A filosofia pré-socrática é marcada pela preocupação com a origem do mundo e com o desenvolvimento de explicações racionais para substituir os mitos.
No período socrático, a filosofia se voltou a entender as formas de organização política, além de questões relacionadas à sociedade e ao indivíduo.
No período pós-socrático, a filosofia ampliou suas discussões, tratando de assuntos variados, como o materialismo, o determinismo e a liberdade.
O que é o Método Socrático e como ele funciona?
O modelo de filosofia e de busca pelo conhecimento é chamado de Método Socrático. Ele possui a intenção de promover a construção do conhecimento em vez de transmitir ideias.
Por meio dele, alunos e discípulos deveriam fazer parte e ter papel ativo na construção do conhecimento.
Sócrates desenvolveu a troca de conhecimento por meio do diálogo e do uso de duas etapas: ironia e maiêutica.
À época, os métodos de ensinamentos socráticos não agradaram a elite grega. Acusado de corromper a juventude e de perturbar a ordem vigente, Sócrates foi condenado à morte e, em 399 a.C., morreu após ingerir cicuta.
Sócrates, ironia e maiêutica
Sócrates era um exímio orador e, por meio do diálogo, propagava suas lições e pensamentos, ao lado do discípulo Platão.
Em suas reflexões, ele dizia que havia verdades universais, que, por sua vez, eram válidas para qualquer indivíduo, independentemente do tempo e espaço. Para encontrar a verdade, entendia-se que era preciso que o indivíduo refletisse sobre ela.
Antes de iniciar a busca pela verdade, no entanto, o homem precisaria conhecer a si mesmo, suas falhas e defeitos. Desta forma, reconheceria sua ignorância e, a partir daí, conduziria sua caminhada em busca da verdade. A este primeiro método filosófico se deu o nome de ironia.
A ironia representa o constante questionamento e a refutação. A jornada em busca da verdade é resumida pela clássica frase “Conhece-te a ti mesmo”.
Logo depois, na segunda fase, Sócrates propôs o uso da maiêutica. Ele pedia ao seu interlocutor no diálogo que apresentasse vários exemplos do assunto que estava sendo discutido. Então, buscava encontrar quais eram as características comuns a todos esses exemplos. A maiêutica é, portanto, a análise sucessiva de respostas em busca da verdade.
Segundo Sócrates, a verdade estava contida em todos os homens, mas nem sempre era acessada, pois o homem encontrava-se imerso em uma falsa realidade, cheia de falsas ideias e de métodos inadequados.
A chegada ao conhecimento verdadeiro e universal, atingida após o uso da refutação e da maiêutica, é chamada por Sócrates de virtude.
Como o último discurso de Sócrates pode ajudar no vestibular?
Quer saber como o último discurso de Sócrates, em sua defesa, pode te ajudar no vestibular? Leia um trecho de “A Apologia de Sócrates” e confira!
“A Morte de Sócrates”, 1787, de Jacques-Louis David
A “Apologia de Sócrates”, relato da defesa feita pelo pensador ateniense no tribunal que o condenou a morte, é o texto fundador da noção de filósofo. É olhando para atitude altiva de Sócrates, sua postura destemida diante da morte e do perigo, unicamente devotada ao compromisso da verdade, que os homens de todos os tempos podem compreender, por um exemplo concreto, o que significa a atitude filosófica. Nesta, pois, peço a vocês a liberdade de transpor alguns dos mais belos trechos da “Apologia”. Que ao olharmos para Sócrates, nos sintamos convidados a assumir a atitude que ele assumiu, atitude daquele para quem nada, nem a morte, nem o dinheiro, nem as honrarias e vaidades humanas, são mais significativas do que a busca incessante do conhecimento:
“Ora, é possível que alguém perguntasse: ‘Sócrates, não poderias viver longe da pátria, calado e em paz?’ Eis justamente o que é mais difícil fazer e aceitar a alguns dentre vós. Se digo que seria desobedecer ao Deus e que, por essa por essa razão, eu não poderia ficar tranquilo, não acreditaríeis em mim, supondo que tal afirmação é, de minha parte, uma fingida ingenuidade. Se, ao contrário, digo que o maior bem para um homem é justamente este, falar todos os dias sobre a virtude e os outros argumentos sobre os quais me ouvistes raciocinar, examinando a mim mesmo e aos outros e, que uma vida sem esse exame não é digna de ser vivida, ainda menos acreditaríeis ouvindo-me dizer tais coisas. Entretanto, é assim, como digo, ó cidadãos, mas aqui não é fácil ser persuasivo
(…)
Por não terdes querido esperar um pouco mais de tempo, atenienses, ireis obter, da parte dos que desejam lançar o opróbrio sobre a nossa cidade, a fama e a acusação de haverdes sido os assassinos de um sábio, de Sócrates. Porque, quem vos quiser desaprovar me chamará, sem dúvida, de sábio, embora eu não o seja. Pois bem, tivésseis esperado um pouco de tempo, a coisa seria resolvida por si: vós vedes, de fato, a minha idade. E digo isso não a vós todos, mas àqueles que me condenaram à morte. Digo, além disto, mais o seguinte a esses mesmos: É possível que tenhais acreditado, ó cidadãos, que eu tenha sido condenado por pobreza de raciocínios, com os quais eu poderia vos persuadir, se eu tivesse acreditado que era preciso dizer e fazer tudo para evitar a condenação. Mas não é assim. Caí por falta, não de raciocínios, mas de audácia e imprudência, e não por querer dizer-vos coisas tais que vos teriam sido gratíssimas de ouvir, choramingando, lamentando e fazendo e dizendo muitas outras coisas indignas, as quais, é certo, estais habituados a ouvir de outros.
Mas, nem mesmo agora, na hora deste grande perigo, eu faria nada de inconveniente, nem mesmo agora me arrependo de me ter defendido como o fiz; antes prefiro mesmo morrer, tendo-me defendido deste modo, a viver daquele outro.
Nem nos tribunais, nem no campo, nem a mim, nem a ninguém convém tentar todos os meios para fugir da morte. Até mesmo nas batalhas, de fato, é bastante evidente que se pode evitar morrer, jogando fora as armas e suplicando aos que perseguem; e muitos outros meios há, nos perigos individuais, para evitar a morte quando se ousa dizer e fazer alguma coisa.
Mas, ó cidadãos, talvez o difícil não seja fugir da morte. Bem mais difícil é fugir da maldade, que corre mais veloz que a morte. E agora eu, preguiçoso como sou, e velho, fui apanhado pela mais lenta, enquanto os meus acusadores, válidos e lépidos, foram apanhados pela mais veloz: a maldade.
Assim, eu me vejo condenado à morte por vós, condenados de verdade, que sois criminosos de improbidade e de injustiça. Eu estou dentro da minha pena, vós dentro da vossa. E, talvez, essas coisas devessem acontecer mesmo assim. E creio que cada qual foi tratado adequadamente”
(…)
É a hora de irmos: eu para a morte, vós para as vossas. vidas; quem terá a melhor sorte? Só os Deuses sabem.”
Já pensou em quantas coisas você pode contextualizar o discurso de Sócrates? Na sua redação, em questões dissertativas, sem contar que isso pode te ajudar até mesmo em alguma questão de múltipla escolha sobre o filósofo!
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