Ainda está em dúvida sobre o que é pleonasmo? Então confira o conteúdo que nossos monitores prepararam sobre o tema.
“Fatos reais”, “conclusão final”, “entrar para dentro”, etc. Quem nunca cometeu a redundância ao querer enfatizar um termo? O texto de hoje é sobre o “pleonasmo”, uma figura de linguagem muito usada por autores, mas também encarada como desvio da norma.
Podendo ser literário ou vicioso, embora faça parte da gramática, sua utilização cotidiana é vista como erro.
Conceito: vício ou figura de linguagem?
De acordo com a origem da palavra, o termo “pleonasmo” vem do grego “pleonasein’, que significa “ser mais que o suficiente”. Dessa forma, o significado em português faz referência a sua antiga definição, uma vez que demonstra “redundância”.
Na gramática, o termo é encarado como uma figura de linguagem que é caracterizada, de modo sucinto, pela reiteração não necessária, sendo chamado de “literário”. Além disso, também é visto como um vício na fala e escrita, sendo denominado como “pleonasmo vicioso”.
Vejamos abaixo a diferença entre o pleonasmo literário e o vicioso, de modo a construir exemplificações que nos auxiliarão na hora da produção escrita.
Pleonasmo literário x Pleonasmo Vicioso
Pleonasmo literário
Consiste no uso de palavras em sua redundância com o foco de enfatizar o que está sendo dito. Chama-se de “literário” por ser um recurso muito utilizado entre autores de prosas, poemas e peças teatrais que buscam trazer maior subjetividade textual.
Em outras palavras, é uma forma de reforçar aquilo que a literalidade não traga com tanta potência para o texto. Exemplo:
Soneto da fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento antes
E com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
Vinicius de Moraes
Quem ri, obrigatoriamente já remete ao próprio riso, tornando redundante o verso do soneto de Vinicius de Moraes.
Pleonasmo vicioso
Na percepção do termo quando encarado como vício, há a repetição de ideias de modo desnecessário e improdutivo. O sentido completo da mensagem já é transmitido sem a necessidade de reiteração, tornando a utilização de algumas palavras sem funcionalidade. Seja por falta de atenção ou por desconhecimento, tornam-se erros perante à gramática. Exemplo:
Sair para fora
Quando algo ou alguém sai, já é indicado ser para fora de algum local. Nesse sentido, somente o termo “sair” já faria sentido na frase.
Não somente é importante conhecer o conceito, como também aprender por meio de exemplificações. Assim, vejamos algumas formas cotidianas do vício de linguagem, a fim de evitar o desvio da norma culta.
- Adiar para depois: O termo “adiar” já faz referência ao atraso ou à extensão do prazo.
- Descer para baixo: quem está descendo, já é para algum lugar abaixo de sua posição atual.
- Outra alternativa: por alternativa, entende-se outra ideia, forma, posição, etc.
- Ver com os olhos: de acordo com o corpo humano, há a possibilidade de enxergar somente com os olhos, tornando redundante.
- Protagonista principal: o protagonista já é, necessariamente, o personagem principal do romance, novela, etc. Dessa maneira, não é preciso enfatizar a sua importância com as mesmas palavras.
E aí, com um conteúdo desses fica fácil entender o que é pleonasmo, né? O que acha de vir estudar mais com a Descomplica? Conheça o nosso cursinhos preparatório para o Enem e vestibulares.