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Imagem de mulheres protestando em uma via pública para ilustrar artigo sobre feminismo

O que é Feminismo? História e resumo

Atualmente tudo e todos estão falando sobre feminismo, mas você sabe o que é e de onde ele veio? Vem com a gente!

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O  feminismo, hoje, talvez seja uma das palavras mais citadas nas discussões. Para o bem e para o mal, o termo caiu na boca do povo. Muitas pessoas utilizam de forma incorreta e acabam caindo nas fake news que inventam acerca desse tema importante para a sociedade.

Acusadas de quererem implantar uma ditadura das mulheres, aquelas que se intitulam feministas sofrem constantes ataques na internet. Mas será que você está por dentro do que consiste de fato o feminismo? Então vem com a gente para chegar naquele debate prontx pra esbanjar conhecimento. Chama na leitura, bebê.

Origem da luta

Ao longo de todo o processo histórico as mulheres lutaram para conquistar direitos. É importante pontuar que isso não é uma novidade do movimento contemporâneo. Infelizmente a historiografia e diversos outros campos científicos invisibilizam a luta e a existência dessas mulheres durante o percurso da história humana.

É difícil precisar o surgimento do termo feminismo, mas alguns estudiosos apontam que sua utilização data do século XIX e estava atrelado a ideia do feminino.  Contudo, a luta precede ao nome uma vez que diversos movimentos pelo direito das mulheres já haviam eclodido anteriormente.

Um exemplo muito claro disso, é a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã escrito em 1791 no contexto da Revolução Francesa. O texto jurídico tem autoria de Marie Gouze e reivindicava a assimilação plena da mulher a essa nova sociedade, baseada na “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, que estava surgindo.

O movimento feminista nasceu com o intuito de romper com a ordem patriarcal que valorizava a figura do homem em detrimento da mulher. Se a modernidade estava sendo construída em cima de novos modelos sociais, as mulheres também reivindicam o fim do tratamento desigual que se manteve dentro dessa “nova” sociedade.

As Sufragistas

A princípio, a movimentação em torno das mulheres vai estar ligada ao processo do sufrágio feminino. O enfoque vai se dar na luta pelo reconhecimento dessa mulher enquanto uma cidadã plena e que possui seus deveres e direitos. É comum chamar esse período de luta como a “Primeira Onda”(+/- 1850 – 1950)  do feminismo.

Como uma luta ampla e diversa, ela abraçou vários locais e tomou diferentes formas devido a especificidade de cada local. Nessa primeira onda, os Estados Unidos e a Europa são considerados os principais palcos dessa luta por igualdade.

A reivindicação dessas mulheres nasce de uma contradição da sociedade contemporânea, que nasce pregando a liberdade e a igualdade, mas somente para o sexo masculino. Essas mulheres ganharam as ruas e reivindicaram pouco a pouco o seu direito de tornar-se uma cidadã e a garantia do seu acesso a educação e aos direitos trabalhistas.

Os badalados anos 60

Com o advento de duas guerras mundiais e a necessidade de utilizar a mão de obra feminina em larga em escala, principalmente, nas indústrias, a luta feminista vai ganhar um novo impulso. Movidas pelas contradições da própria sociedade, essas mulheres começam a lutar pelo fim de outras opressões provenientes do patriarcado.

O epicentro da luta vai ser os Estados Unidos, que não por acaso vai estar passando pelo movimento dos direitos civis das pessoas negras, pelo surgimento do movimento hippie e entre outros movimentos. Na onda de questionamento da ordem vigente, a quebra da relação público x privado se tornou o símbolo das novas lutas. 

Fruto do seu tempo,  a “Segunda Onda Feminista” (1960-1980) reivindicou pontos importantes, como o direito das mulheres de decidirem o que fazer com seus corpos, a politização dessas mulheres e o fim de distinções sexistas na sociedade. Conhecido como feminismo radical, seu principal lema era “O pessoal é político” cunhado pela ativista CarolHanisch.

Cartaz utilizado por uma indústria nos EUA convocando as mulheres para o trabalho braçal durante a Segunda Guerra Mundial.

Críticas ao movimento feminista

Ao longo do tempo, o feminismo se construiu em cima de uma base bem conservadora.  Diversas críticas foram, e ainda são, feitas ao movimento que muitas vezes se pretende universal. Essa generalização acaba apagando as diferenças raciais, sociais e culturais da sociedade.

A “Terceira Onda” do feminismo é acoplada a necessidade de criar novas vertentes, como o Feminismo Negro, para abarcar a pluralidade feminina. Entretanto, é importante ressaltar que as mulheres desses locais periféricos, como América Latina e o Oriente Médio, ou consideradas subalternas, como as mulheres negras, já lutavam por seus direitos bem antes desse momento.

E essa exclusão do movimento feminista já era percebida durante todo o processo histórico e Sojourner Truth é um ótimo exemplo desse questionamento. Ativista pelos direitos dos negros e das mulheres nos EUA, ela vai participar de uma Convenção de Mulheres em Ohio, em 1851, e vai fazer o seguinte discurso:  

“Aquele homem ali diz que é preciso ajudar as mulheres a subir numa carruagem, é preciso carregar elas quando atravessam um lamaçal e elas devem ocupar sempre os melhores lugares. Nunca ninguém me ajuda a subir numa carruagem, a passar por cima da lama ou me cede o melhor lugar! E não sou uma mulher? Olhem para mim! Olhem para meu braço! Eu capinei, eu plantei juntei palha nos celeiros e homem nenhum conseguiu me superar! E não sou uma mulher? Eu consegui trabalhar e comer tanto quanto um homem – quando tinha o que comer – e também aguentei as chicotadas! E não sou mulher? Pari cinco filhos e a maioria deles foi vendida como escravos. Quando manifestei minha dor de mãe, ninguém, a não ser Jesus, me ouviu! E não sou uma mulher?”

Interseccionalidade

Com a Terceira Onda, o conceito de Interseccionalidade vai ganhar cada vez mais força. Aumentam as críticas ao feminismo “padrão” que apenas se preocupava com a igualdade das mulheres perante os homens na sociedade. Com a interseccionalidade, as mulheres passam a negar a ideia de uma padronização feminina e reivindicar as suas diferenças.

Múltipla e diversa, a nova fase do feminismo vai correlacionar a opressão sexista a outras formas de discriminação. Mas existe outras mesmo? Claro! Precisamos lembrar que cada local, pessoa e país se desenvolveu de forma diferente. 

Então, vai se falar sobre a questão racial, social e de gênero somada a questão do sexismo, teorizando sobre as diferentes formas de opressão e como elas se correlacionam. Aqui as mulheres consideradas subalternas e invisíveis, que já levantavam a  sua voz, gritaram cada vez mais alto contra os apagamentos das suas demandas.   

O protagonismo Latino-Americano

Atualmente se discute a existência de uma “Quarta Onda” que estaria ligada a América Latina e ao “reavivamento” do movimento feminista na região. Bem, se aqui é ou não o novo epicentro da discussão feminista não faz diferença, porque a treta já está armada aqui em torno dele.

Essa nova onda estaria correlacionada ao crescimento de movimentos como “Ni una menos” (“Nem uma a menos”) que eclodiu na América Latina durante os anos 2010. Manifestações eclodiram em diversos locais devido ao aumento dos casos de feminicídio e mulheres promoveram uma série de paralisações como forma de protestar e chamar atenção para esses casos. 

Além disso, o período marca a expansão de outras vertentes do feminismo voltadas para minorias, como as mulheres trans, reafirmando a importância do conceito de interseccionalidade tão aclamado na onda anterior.

Feminismo x Femismo

Ah mas e a tal ditadura da mulher, existe? No feminismo, não. Como dito anteriormente, o que o movimento pretende é acabar com as desigualdades baseadas no sexo/gênero. Segundo Chimamanda Ngozi Adichie em discurso do TEDxEuston: “Feminista: é uma pessoa que acredita na igualdade social, política e econômica entre os sexos.”

Mas existe o conceito chamado de femismo que prega a supremacia da mulher em relação ao homem. Tal ideal seria exatamente o oposto do machismo, onde os homens se pretendem superiores às mulheres. Muita confusão é feita com relação aos dois termos, o que gera muita discussão. 

É importante esclarecer os conceitos para que não sejam criados e perpetuados estereótipos acerca do feminismo. Críticas a qualquer movimento social são sempre necessárias, mas devem ser feitas de forma consciente, justa e embasada teoricamente. 

Indicação é bom e todo mundo gosta!

Nós fizemos um pequeno rolê histórico pelo movimento feminista e agora chegou o momento que todos esperam. Chama nas indicações, bebê! É importante que tenhamos um pensamento crítico e, para isso, é essencial consumir conteúdos de qualidade.

E se liga, o vestibular vai te cobrar isso.  As provas estão sempre conectadas aquilo que está ocorrendo no mundo. Segue aquelas indicações basiquinhas. Não marca bobeira, einh! 

  • O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras – bell hooks
  • Sejamos Todos Feministas – Chimamanda Ngozi Adichie
  • Mulheres, raça e classe – Angela Davis

Tenha mais acessos a conteúdos como esse, que vão te ajudar na preparação para o Enem. Conheça os Planos do Cursinho Pré-Enem da Descomplica.

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