Musicoterapia e autismo: você sabia que essa combinação tem resultados surpreendentes?
Afinal, a música tem o poder de despertar habilidades básicas de comunicação, como contato visual e interação. Além disso, ajuda a relaxar, promove a atenção e estimula o aprendizado. E isso é fundamental pra pessoas com Transtorno do Espectro Autista.
Desse modo, incluir essa terapia no tratamento multidisciplinar traz inúmeros benefícios. Quer saber quais são eles? Então, acompanhe este post até o final.
Aqui, você vai entender o que é musicoterapia, como ela é aplicada, quem pode aplicá-la e, ainda, vai descobrir que resultados ela traz. Confira!
O que é Autismo?
Antes de mais nada, a gente precisa entender o que é Autismo. O TEA, ou Transtorno do Espectro Autista, é uma disfunção psiquiátrica que é geralmente identificada logo na infância.
De acordo com o Center of Deseases Control and Prevention, um órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, há cerca de um autista pra cada 110 pessoas. Logo, estima-se que, no Brasil, há em torno de 2 milhões de casos, sendo 300 mil só no estado de São Paulo.
Essa síndrome se caracteriza por problemas na comunicação, socialização e no comportamento.
Então, as principais características são dificuldades na fala e pra expressar sentimentos, mal-estar em meio a muitas pessoas e pouco contato visual.
Além disso, também há padrões repetitivos e movimentos estereotipados, como ficar sentado balançando o corpo pra frente e pra trás.
Como há diversos graus e subtipos do transtorno, usa-se o termo “espectro”. Assim, abrange vários níveis, desde pessoas com outras doenças e condições associadas, até pessoas independentes que levam uma vida comum.
Aliás, algumas nem sabem que têm o transtorno porque os sinais são bem leves e nunca receberam um diagnóstico.
Sintomas
Somente um médico pode realizar o diagnóstico. Como a gente comentou, em geral, a síndrome é identificada na infância, normalmente até os 5 anos de idade. E há sinais bastante comuns, como:
- não manter contato visual;
- não atender quando é chamado;
- alinhar objetos, uni-los por cor ou girar brinquedos sem razão aparente;
- hiperfoco, ou seja, muito interesse por um único assunto;
- fazer movimentos pendulares de mãos, tronco e cabeça;
- não olhar quando apontamos algo;
- resistência a mudanças na rotina;
- não se interessar por outras crianças;
- repetir palavras ou frases em momentos inadequados;
- não brincar de faz de conta;
- hipersensibilidade ou hiper-reatividade sensorial;
- não imitar;
- ansiedade ou irritabilidade;
- agressividade;
- não falar nem fazer gestos pra mostrar algo.
Não há exames de laboratório ou de imagem que constatem que uma pessoa tem a síndrome. Então, o médico leva em consideração o histórico do paciente, sintomas, observação do seu comportamento e o relato dos pais.
Tratamento
Só há indicação de medicamentos em casos específicos, como ansiedade, ou se houver alguma outra doença, como a depressão ou epilepsia, por exemplo.
Assim, o tratamento é multidisciplinar, englobando o trabalho em conjunto de diversos profissionais. Entre eles estão médicos, psicólogos, psicoterapeutas, fonoaudiólogos e psicopedagogos.
Isso, é claro, depende muito do grau e das dificuldades que o paciente apresenta. Além disso, o ideal é incluir outras terapias, pois elas enriquecem o tratamento e trazem resultados ainda melhores.
Assim, algumas habilidades que a terapia ocupacional promove são:
- ter independência pra realizar atividades diárias, como ir ao banheiro, vestir-se, pentear os cabelos, escovar os dentes e comer;
- desenvolver a coordenação motora fina;
- estimular o equilíbrio;
- ajudar na percepção de diferenças;
- promover a interação com outras pessoas;
- incentivar a expressão de seus sentimentos de forma correta;
- aumentar a concentração
- suportar lugares com mais ruídos e pessoas.
Nisso, musicoterapia e autismo são excelentes aliados e, mais pra frente, a gente vai descobrir o porquê.
O que é musicoterapia?
Basicamente, a musicoterapia é um tratamento feito por meio da música. Por isso, abrange as seguintes áreas: arte, saúde e neurociência pra tratar pacientes com os mais diversos problemas.
Isso porque, os sons influenciam processos de diversas áreas do nosso cérebro. Normalmente, são as mesmas que regulam os sentimentos, linguagem, coordenação e memória.
Dessa maneira, ela se mostra bastante eficaz, principalmente no tratamento de doenças da mente, incluindo ansiedade e depressão. Então, a musicoterapia é uma ciência que tem como objetivo dar mais qualidade de vida, desenvolver potenciais e restabelecer funções físicas, cerebrais e sociais.
Pra isso, utiliza diversas técnicas, que incluem cantar, tocar instrumentos e ouvir músicas. Logo, funciona como um cuidado complementar a outras terapias e melhora consideravelmente os resultados do tratamento.
Quem pode aplicar a musicoterapia?
É importante esclarecer que somente um profissional pode aplicar essa técnica. Ou seja, é preciso que você seja um musicoterapeuta e isso exige graduação.
Apesar de muitas instituições terem curso de graduação em musicoterapia, você pode seguir outro caminho. Basta ter formação prévia em alguma área da educação, saúde ou música e, em seguida, fazer uma especialização.
Como o tratamento é feito?
Como há vários níveis do TEA, cada paciente é único. Por isso, não há um padrão nas sessões. Cada uma é desenvolvida pra atender especificamente a cada um. Então, de início, o profissional avalia os seguintes pontos do paciente:
- bem-estar emocional;
- saúde física;
- funcionamento social;
- habilidades de comunicação;
- coordenação motora;
- capacidade cognitiva;
- respostas musicais.
Em seguida, associa esses fatores com o diagnóstico da pessoa. Dessa forma, consegue identificar qual é a melhor abordagem pra cada caso. As sessões podem ser individuais ou em grupo. Tudo vai depender das necessidades de cada paciente.
E como a gente já comentou, as sessões incluem cantar, tocar instrumentos e ouvir músicas. Parece simples, mas todas essas atividades exigem bastante do paciente e é justamente por isso que apresenta resultados tão favoráveis.
Musicoterapia e autismo: quais os benefícios?
Essa abordagem terapêutica é cada vez mais reconhecida como uma excelente opção pra tratar transtornos do desenvolvimento, incluindo o autismo. Afinal, a musicoterapia aumenta a qualidade de vida dos pacientes.
Portanto, oferece os seguintes benefícios:
- diminui a ansiedade e o estresse;
- desenvolve a coordenação motora;
- aumenta o foco e a concentração;
- estimula a interação;
- ajuda a expressar os sentimentos;
- contribui pra comunicação por fala e gestos;
- melhora a consciência corporal;
- reduz a hiperatividade.
Além disso, ajuda no bem-estar emocional, autoconfiança, memória, criatividade e na socialização.
Como resultado, há uma resposta melhor às outras terapias que o paciente realiza. Desse modo, os efeitos do autismo são minimizados e o paciente tem uma qualidade de vida muito maior.
Como você viu, musicoterapia e autismo combinam muito bem. Aliás, combinam tão bem que essa abordagem terapêutica tem uma importância enorme no tratamento dos pacientes.
Então, se você ama música e tem o desejo de ajudar as pessoas, por que não unir as duas coisas: musicoterapia e autismo? Essa é uma excelente oportunidade pra você e que certamente vai fazer uma grande diferença na vida dos portadores do transtorno.
E como a gente comentou, é preciso fazer uma especialização. Então, que tal estudar com a gente? Conheça nossos cursos de pós-graduação e escolha o que mais se encaixa com a carreira que você quer!