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Movimentos sociais e a crise da Primeira República

O resumo sobre Movimentos Sociais e a crise da Primeira República que vai salvar a sua prova da escola ou do vestibular está te esperando bem aqui.

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O resumo sobre Movimentos Sociais e a crise da Primeira República que vai salvar a sua prova da escola ou do vestibular está te esperando bem aqui.

O Brasil, apesar de agora republicano, manteve suas estruturas fundiárias e seu “alinhamento” com a Europa (Inglaterra principalmente). Porém, esse momento republicano inicial trouxe alguns prejuízos financeiros para o país, como a renegociação da dívida com a Inglaterra, que “obrigou” ao Brasil a contração de um novo empréstimo. Em outras palavras, houve um aumento da dívida externa, o que futuramente geraria uma “bola de neve”. Houve também um grande endividamento com a compra do Acre, que, posteriormente, quase não deu lucro devido à descoberta inglesa (entre os anos de 1903 e 1906) de látex no sul da Índia, que era sua colônia. Além disso, o Convênio de Taubaté, devido à retração da compra do café pelo mercado internacional, numa ocasião de “preparação” para a Grande Guerra, causou o endividamento dos estados, a socialização dos custos e uma superprodução cafeeira. Foi esse o contexto que culminou nos movimentos sociais e posteriormente na crise da primeira república.

 

Movimentos Sociais

1. Revolta da Vacina (1904 – governo de Rodrigues Alves): Devido a um crescimento desordenado da cidade do Rio de Janeiro (processo de imigrantismo e o fato de o estado ser polo industrial brasileiro até 1910), as condições de higiene eram precárias, não havendo saneamento básico e ocasionando uma grande difusão de doenças. Porém, com isso, o “túmulo dos turistas”, como era conhecido o Rio, ganhou uma “repaginada”: a chamada Reforma Pereira Passos. Os cortiços foram derrubados, foram feitos investimentos em saneamento básico, construção de bondes e o embelezamento da cidade. Em relação às doenças, a campanha de vacinação obrigatória causou uma insatisfação popular, com inúmeras manifestações, que foram contidas com a prisão de uma média de 2000 trabalhadores.

2. Revolta da Chibata (1910 – governo de marechal Hermes da Fonseca): A marinha possuía, apesar da abolição, uma mentalidade escravocrata, com castigos diferenciados para marinheiros negros. Um negro da marinha, Marcelino Rodrigues, foi condenado a 250 chibatadas, levando-o a óbito. Um encouraçado brasileiro, liderado por João Cândido (“o marinheiro negro”), mobilizou marinheiros para tomar duas embarcações e ameaçar bombardear a cidade do Rio de Janeiro. O governo, a principio, perdoou os revoltosos e deu cabo aos castigos da marinha. Visto que isso não ocorreu, os fuzileiros ficaram insatisfeitos novamente, o governo reage novamente aprisionando os participantes da revolta.

3. Greve Geral de 1917: Devido às péssimas condições de trabalho nas fábricas e à influência do anarco-sindicalismo, chegamos à famosa greve de 17. O movimento queria acabar com a propriedade privada, devido à ideologia do anarquismo (ideologia de esquerda que busca a superação do capitalismo) e também ao sindicalismo (poderia ocorrer tanto no comunismo quanto no capitalismo, sendo eles grupos que defendiam os trabalhadores). O governo conteve o levante com a lei Adolfo Gordo (“imigrante é caso de polícia”).

4. Movimento Tenentista (década de 1920): Os tenentes estavam insatisfeitos desde a República das Espadas, já que, como jovem oficialidade do exército, participavam pouco da política. Além disso, acreditavam na moralização da política, com uma reforma política, a implementação do voto secreto e fim da corrupção eleitoral. O estopim foi a demissão de Hermes da Fonseca do clube militar, difundindo o movimento pelo exército. Em 1922, houve o movimento dos “18 do forte de Copacabana” e depois a criação da coluna Prestes, que deu mais visibilidade ao movimento.

              

A crise da primeira república

Devido à crise de 1929 (subconsumo e superprodução), o Brasil já sofreu muito em relação a economia. Além disso, a indicação de Júlio Prestes por Washington Luís (que contrariava a política do café-com-leite) deixou os mineiros muito insatisfeitos e rompeu sua aliança. Houve então a formação da aliança liberal Rio de Janeiro, Paraíba e Rio Grande do Sul ao lado de Minas Gerais. Essa nova aliança propunha voto secreto, voto feminino, leis trabalhistas e estímulo à industrialização (ganhando apoio dos tenentes, mulheres, operários e classe média, respectivamente). Júlio Prestes ainda assim é eleito, porém acusado de corrupção eleitoral. João Pessoa, que era candidato a vice de Vargas, é assassinado, o que deslegitima em muito o novo governo. As massas insatisfeitas vão às ruas acusando Prestes e os governantes decidem: “Vamos fazer a revolução antes que o povo a faça!”.

 

EXERCÍCIOS

1. (UFRJ) Segundo Anita Prestes, “o tenentismo vinha preencher o vazio deixado pela falta de lideranças civis aptas a conduzirem o processo revolucionário brasileiro que começava a sacudir as já caducas instituições políticas da República Velha”.

(PRESTES, Anita. “A Coluna Prestes”. São Paulo: Brasiliense, 1995, p. 73.)

De acordo com o texto, é correto afirmar que:

a) os “tenentes” queriam moralizar a vida política nacional, propondo uma ampla aliança de esquerda.

b) os “tenentes” queriam deixar de ser meros “jagunços” nas mãos das oligarquias estaduais, amparados por um programa democrático.

c) os “tenentes” queriam pôr fim à política democrática instaurada com a República Velha e promover um regime ditatorial único e capaz de finalizar o atraso econômico representado pelas antigas oligarquias cafeeiras.

d) os “tenentes” apresentaram-se como substitutos dos frágeis partidos políticos de oposição aos regimes oligárquicos e à desorganização da sociedade.

e) o tenentismo representou um movimento que buscava romper com a tradição de intervenção militar na política, presente desde a Proclamação da República.

VEJA COMO RESOLVER PASSO-A-PASSO ESTA QUESTÃO!

 

2. (Fei) “Não seria exagero dizer que a cidade do Rio de Janeiro passou, durante a primeira década republicana, pela fase mais turbulenta de sua existência. Grandes transformações de natureza econômica, social, política e ideológica, que se gestavam há algum tempo, precipitaram-se com a mudança do regime político e lançaram a capital em febril agitação, que só começaria a ceder ao final da década.”

(CARVALHO, José Murilo de. OS BESTIALIZADOS: O RIO DE JANEIRO E A REPÚBLICA QUE NÃO FOI. São Paulo: Cia. das Letras, 1987) 

Dentre os movimentos populares que agitaram o Rio de Janeiro no início do século, um destacou-se: aquele que vinha contrariar a política de saneamento e de reurbanização da cidade, com a demolição dos cortiços e quiosques do centro. Esse movimento foi:

a) a Revolta da Chibata

b) a Revolta de Canudos

c) o movimento do Contestado

d) a Revolta da Armada

e) a Revolta da Vacina

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3. (ENEM) As ruínas do povoado de Canudos, no sertão norte da Bahia, além de significativas para a identidade cultural, dessa região, são úteis às investigações sobre a Guerra de Canudos e o modo de vida dos antigos revoltosos.

Essas ruínas foram reconhecidas como patrimônio cultural material pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) porque reúnem um conjunto de

a) objetos arqueológicos e paisagísticos.

b) acervos museológicos e bibliográficos.

c) núcleos urbanos e etnográficos

d) práticas e representações de uma sociedade.

e) expressões e técnicas de uma sociedade extinta.

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GABARITO

1. D

2.  E

3. A

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