Sabe aquele tema de redação que nós indicamos para você no Plano de Estudos da Semana 11? Ele virou um modelo de redação aqui no blog, feito pelo monitora Weslley Carvalho, para você se inspirar e comparar com a sua própria redação. Confira!
Veja aqui a coletânea de textos completa para este tema: “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia.
Democracia prejudicada
A ‘’camarotização’’não é um fenômeno recente na história do Brasil. Considerando vários períodos, autores como Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda abordaram em suas obras situações de privilégios vividos pelas famílias que tinham melhores condições financeiras. A divisão entre classes sociais não é uma ação benéfica à sociedade que deseja ser cada vez mais justa, pois ela fere os princípios básicos da democracia, entre os quais a igualdade se inclui.
Com isso, um novo apartheid, dessa vez social, tem cada vez mais ficado em evidência. A recusa em dividir espaços, principalmente os públicos, ajuda na construção do muro da segregação social. Em 2014, um grupo de moradores de Higienópolis, bairro de classe média alta de São Paulo, resistiu em aceitar que ali fosse construída uma estação de metrô. Um dos argumentos apresentados por aqueles que eram contrários à obra era de que estavam com medo de uma ‘’invasão de pessoas mais pobres’’. Tal pensamento elitista escancarou um preconceito social que ainda é gritante, e para esses moradores, os que pouco têm não devem se misturar com os que muito têm.
Não bastasse isso a desigualdade tem gerado tantas outras disparidades. Enquanto aqueles que possuem melhores condições financeiras têm acesso a serviços de qualidade, tais como saúde e educação, a população carente sofre para ter suas necessidades básicas supridas. A Constituição Brasileira preconiza que todos são iguais perante a lei, no entanto, o Estado não garante, de maneira satisfatória, igualdade a todos, o que contribui ainda mais para a disseminação dos contrastes.
Torna-se evidente, portanto, que a realidade da segregação social descrita por Sérgio Buarque de Holanda e Gilberto Freyre ainda é uma problemática atual. Para alterar tal ideia, é preciso a intervenção do setor público a fim de garantir melhores condições às classes mais baixas, promovendo sua ascensão social, como também garantir seus direitos perante a lei. Ademais, os cidadãos devem ser mais ativos politicamente, com o intuito de assegurar uma sociedade mais harmônica e igualitária, na qual todos possam usufruir dos mesmos privilégios, sem que haja nenhuma distinção.