A Revolução Mexicana foi o primeiro grande movimento social ocorrido no século XX. Diversas camadas da sociedade, como a burguesia e os camponeses, estavam insatisfeitas com a ditadura de Porfírio Diaz, que já vigorava há mais de 30 anos.
Nesse sentido, as principais características da Revolução Mexicana foi seu caráter anti-latifundiário e anti-imperialista. Prontos para entender passo-a-passo o que foi essa importante revolução?
Contexto da Revolução Mexicana
Alguns anos após sua independência, o México caiu nas mãos de um caudilho, Porfírio Diaz, que instituiu uma ditadura e governou de 1876 até 1911. Ou seja, quase 35 anos! Durante o governo de Porfírio Diaz, o porfiriato, houve uma expressiva modernização da sociedade mexicana.
Nesse período, o México se tornou o país com uma das maiores taxas de crescimento, suas exportações cresceram em aproximadamente seis vezes.
Você deve estar pensando: “Nossa! Então o porfiriato foi maravilhoso, Karenn!” Não, exatamente. Esse crescimento econômico ocorreu de forma desigual, e por isso, juntamente com ele, cresceu a desigualdade social.
Além disso, no âmbito político, cresciam as insatisfações com o regime antidemocrático de Porfírio Diaz, que se reelegeu sete vezes com fraude eleitoral.
Percebe-se, dessa forma, que problemas políticos – a ditadura de Porfírio Diaz – e sócio-econômicos – a desigualdade social – fizeram com que a população mexicana se levantasse contra o Porfiriato, iniciando a Revolução Mexicana.
O início da Revolução Mexicana: A ascensão de Francisco Madero
Considera-se que o início da Revolução Mexicana se deu com a derrubada de Porfírio Diaz e a ascensão de Francisco Madero ao poder. Francisco Madero pertencia a uma das famílias mais ricas do México nesse período.
Ele era contrário a ditadura de Porfírio Diaz e professava uma ideologia democrática-liberal. Por esse motivo, acabou ingressando no Partido Democrático que, dentre outros, defendia o fim da reeleição.
Pela primeira vez em trinta anos, Diaz enfrentou uma oposição autêntica. Madero tentou se eleger democraticamente, lançando-se às eleições presidenciais. No entanto, não foi nada fácil acabar com o porfiriato: temendo a derrota, o ditador prendeu Madero e mais uma vez se reelegeu.
Mas e aí? Como Madero saiu dessa? Com uma ajudinha dos amigos, claro! Vocês estão lembrados que existiam muitos setores insatisfeitos com o porfiriato?
Um deles era o dos camponeses, que vinham perdendo grande parte de suas terras para os latifundiários; por isso, aliaram-se a Madero, que fugiu da prisão e proclamou seu Plano de San Luís Potosí contra a ditadura porfirista.
Os camponeses, liderados por Pancho Villa e Emiliano Zapata, pegaram em armas e ajudaram a derrubar Diaz para colocar Madero no poder. Entretanto, quando Francisco Madero assumiu o poder, ignorou a principal reivindicação camponesa, a reforma agrária, o que acabou gerando indignação entre os trabalhadores rurais.
Insatisfações no campo
Neste período, a vida no campo não era nada fácil. Em meio ao crescimento econômico proporcionado pelo porfiriato e a mecanização da agricultura, muitas populações indígenas e camponesas perdiam suas tradicionais comunidades agrárias para os grandes latifundiária.
Atrelado a isso, crescia a censura e perseguição a camponeses que se manifestassem contra o governo, o que fez a indignação aumentar ainda mais.
Com a generalização da insatisfação camponesa, iniciou-se um movimento armado no campo. Sob o lema Tierra y liberdad, os principais líderes do movimento revolucionário camponês foram Emiliano Zapata, representando o sul do México, e Pancho Villa, que pegou lutou junto aos mexicanos do norte. Ambos apoiaram a ascensão de Madero e se revoltaram com a não realização da reforma agrária.
Os camponeses acabaram se tornando oposicionistas do governo de Madero e iniciando uma revolução popular no México. Em 1911, Zapata anunciou o famoso Plano de Ayala, que tinha o objetivo de expropriar 1/3 das terras dos latifundiários, ou seja, realizar a tão desejada reforma agrária.
Em meio a essa instabilidade política, Madero foi assassinado pelo General Huerta, que assumiu o poder apoiado pelos porfiristas.
De Huerta a Carranza
O assassinato de Madero gerou uma reviravolta na Revolução Mexicana! Villa e Zapata acabaram se unindo com opositores, como o liberal Venustiano Carranza, e iniciando um movimento constitucionalista. Diante das ameaças, Huerta deixa o poder abrindo espaço para a ascensão de Carranza.
As reivindicações por reforma agrária se mantêm. No entanto, Carranza convoca uma Assembleia Constituinte que não conta com a participação camponesa. Mais uma vez, Villa e Zapata tomam uma rasteira: é promulgada a Constituição de 1917, de caráter progressista, de valorização dos direitos individuais e direito à propriedade.
Carranza incorporou algumas propostas do Plano Ayala à Constituição, como a nacionalização do solo e do subsolo, mas nada de reforma agrária. Com isso, o movimento revolucionário de Zapata e Villa acabou desmobilizado e ambos os líderes camponeses foram assassinados.
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