Bom, a palavra “empreender” traz associações tão polidas de liberdade, propósito, entre tantas outras coisas, que às vezes parece que ser dono do próprio negócio é só alegria. Na verdade, muitas coisas podem dar errado na trajetória e o mapeamento de riscos é um bom aliado pra qualquer pessoa empreendedora.
O problema é que muitos não o conhecem. Olha, é importante dizer que ser um empreendedor vai muito além de, simplesmente, ter um CNPJ. Requer conhecimento não só de mercado, mas também de ferramentas que auxiliam a tornar um produto ou serviço atrativos pra persona.
A matriz de riscos (que você vai ver a seguir) é uma dessas ferramentas e faz parte do mapeamento de riscos. De início, esses nomes podem te assustar, mas calma. Entenda que eles servem pra demonstrar de forma clara os potenciais riscos que um projeto apresenta.
A gente citou os empreendedores porque são líderes de negócios, porém, o que você vai ler serve perfeitamente pra qualquer pessoa que gerencia equipes e projetos. Bora lá?
O que é o mapeamento de riscos
Sem planejamento, dificilmente um projeto sai do papel e, quando sai, as chances de flopar são imensas. Todo plano de negócios é composto por planejamento financeiro, de marketing e estratégia — onde se encaixa o mapeamento de riscos.
Trata-se da detecção dos riscos aos quais a empresa está exposta se (e quando) seus gerentes tomarem qualquer decisão corporativa. O formato do “relatório” varia conforme o modelo de gestão das empresas, mas, em essência, o mapeamento é uma coletânea de indicadores de risco.
Mas, quais são esses riscos?
Simples: todos que possam prejudicar a empresa. Portanto, envolve tanto os perigos gerenciais (como mudanças no modelo de negócio) quanto ações práticas da companhia.
Por exemplo: considerando a distribuição física das máquinas em uma fábrica, quais podem ser os riscos de incêndio e outros acidentes? A resposta parte, portanto, de uma verificação na iluminação, no uso de equipamentos apropriados, eletricidade, deficiência no manuseio de materiais químicos etc.
Além disso, os riscos aos colaboradores também são incluídos no mapeamento. Problemas ergonômicos, por exemplo, como levantamento de peso, movimentos repetitivos, posturas inadequadas, também estão no radar de riscos que a empresa precisa se preocupar.
Objetivo do mapeamento de riscos
Após o levantamento dos problemas, uma equipe vai elaborar o mapeamento de riscos. O objetivo é associar cada um ao que pode causá-lo e, assim, analisar o que é melhor: manter o plano original ou ajustar.
Entretanto, nem toda análise desse tipo se aplica a projetos novos, lançamento de produtos, realização de eventos ou qualquer coisa pontual que a empresa esteja planejando. Situações cotidianas, como os problemas ergonômicos que a gente citou, podem trazer algum risco aos colaboradores e isso é de responsabilidade da companhia.
Como fazer esse mapeamento?
O mais importante é conhecer, de ponta a ponta, o nicho em que a empresa atua. Dessa forma, fica muito mais fácil saber o que pode arruinar a cadeia de distribuição, o relacionamento com o cliente ou a relação com parceiros comerciais etc.
Por isso, inclusive, a gente recomenda empreender em algum setor no qual você seja apaixonado. Entretanto, só isso não é o suficiente. Pra conhecer precisamente os possíveis empecilhos, deve haver compromisso na hora de elaborar o mapeamento de riscos — e não só fazer por fazer.
Enquanto você faz uma lista de problemas, convém entrevistar pessoas especialistas na área. Por exemplo: se quer conhecer os riscos existentes no processo de distribuição, entreviste seu líder do departamento de logística. Isso também se aplica a pequenas empresas, onde não há uma divisão tão clara de setores.
Se você tem uma empresa e também cuida da distribuição dos produtos mesmo sem conhecer os processos logísticos, olhe pra fora. Vá até o LinkedIn, contate profissionais da área e busque informações.
Finalmente, o mapeamento de riscos leva à criação de uma matriz de risco.
Mas o que é uma matriz de risco?
É uma ferramenta de análise dos riscos detectados no mapeamento. O objetivo é categorizar cada ameaça pra facilitar a visualização do que é mais prioritário.
Existem duas categorias: impacto e probabilidade, niveladas por “baixo”, “moderado” e “alto” e funciona da seguinte maneira: imagine que você quer analisar o risco que a falta de internet pode representar na empresa.
Considerando que todos os sistemas são integrados e as informações ficam sempre na nuvem, esse problema pode, simplesmente, parar a produção. Portanto, o impacto deste risco é “alto”.
Porém, a companhia de internet é muito confiável e não costuma interromper com frequência o fornecimento do serviço. Assim, a probabilidade desse risco é “baixa”.
Colocando tudo em uma matriz, temos a seguinte demonstração:
A falta de internet, portanto, oferece um risco laranja pro negócio. Cada empresa define como lida com os riscos. Enquanto umas deixam pra resolver os riscos que estão no vermelho, outras tomam medidas pros que já estão no amarelo.
Também é possível adicionar outros níveis, como “muito baixo” e “muito alto”. Tudo vai depender de como a empresa avalia os riscos do negócio e de como ela analisa e toma decisões.
Estilo batalha naval
Se você não entendeu a imagem acima e não sabe como a “falta de internet” foi parar no quadro laranja, a gente explica.
Já jogou batalha naval? Nesse jogo, você tem alguns barquinhos fixos em uma grelha e cada quadrado tem uma identificação. Se seu adversário diz “B5”, por exemplo, você deve fazer a intersecção da coluna B com a linha 5. Assim, chega-se ao quadrado desejado.
Na matriz de risco o princípio é o mesmo, mas as linhas e colunas são, respectivamente, a probabilidade do problema acontecer e o impacto que pode causar. “Falta de internet” tem alto impacto e baixa probabilidade. Cruzando os dados, chegamos ao quadrado laranja.
Especialização na área
É muito importante dar atenção aos riscos de um projeto ou do modelo de negócios de uma empresa. Por isso, a pessoa que gosta dessa área e quer aprofundar seus conhecimentos vai se dar muito bem nos cursos de pós-graduação do Descomplica.
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