Pra entender todo o desenvolvimento por trás da revolução haitiana, é necessário comentar sobre a divisão de terras.
No final do século XV, os espanhóis colonizaram a ilha que se encontra o Haiti e a República Dominicana e denominaram o local como Hispaniola.
Entretanto, no decorrer do século XVI, a porção norte e oeste da região, gradativamente recebeu corsários financiados pela coroa francesa, o que posteriormente culminou em uma divisão do local entre as reconhecidas por Luís XIV (rei da França) em 1665.
Desse modo, através do Tratado de Ryswick, em 1697, a coroa espanhola reconheceu a porção oeste da ilha como território francês.
A colônia francesa
A partir de então, denominaram a região como São Domingos e adotavam o sistema de plantation que consiste em:
- Latifúndios;
- Monocultura;
- Regime escravista africano.
Tornando-se uma das colônias mais prósperas do mundo, São Domingos produzia imensas quantidades de açúcar, além de tabaco, café, algodão e rum, também em abundância. Por isso, recebeu o apelido de “Pérola das Antilhas”.
Sendo assim, conseguimos concluir que foi um regime extremamente exploratório, já que uma porção pequena de terra foi reconhecida como uma das maiores exportadoras de commodities do mundo. Estima-se que havia quase 500 mil escravos pra aproximadamente 50 mil franceses.
Diversas rebeliões aconteceram no decorrer das décadas, principalmente, devido a superioridade numérica e a intensa exploração que ocorria.
A Revolução Francesa e seus reflexos na independência do Haiti
Os ideais iluministas chegaram a São Domingos por meio de jovens elitistas que viajaram pra Europa com o intuito de estudar.
Além disso, a elite colonial, buscava o afastamento da coroa durante esse momento conturbado, pra manter seus privilégios e o escravagismo. Os livros proibidos na América chegavam através do contrabando, propagando as ideias liberais.
Consequência disso está presente na bandeira após a independência do Haiti, composta pelas cores vermelho, azul e branco, significando fraternidade, liberdade e igualdade respectivamente.
Os escravos no anseio de quebrar a corrente exploratória vigente na colônia, iniciaram uma revolução em 1791.
A revolução haitiana
O processo de independência do Haiti tem raízes violentas. Os escravos, exaustos do sistema opressor, queimavam as propriedades dos colonialistas e assassinavam os cidadãos franceses e suas famílias.
No meio do caos, a coroa se viu obrigada a decretar a libertação de todos os escravos de São Domingos, ordem confirmada em 1794.
Tropas francesas ordenaram diversos ataques pra tentar restabelecer o controle da região, mas a resistência permanecia de pé.
E assim, nomes de importantes líderes revolucionários como Toussaint Louverture entraram pra história do país. Além do mais, Toussaint liderou ataques contra soldados ingleses e espanhóis que permaneciam no território.
Os embates entre coroa e colônia continuavam, e a França por breves períodos de tempo retomava o controle, Louverture foi preso e morto por inanição e complicações de doenças.
Posteriormente Jean-Jacques Dessalines assume o movimento como líder e vence de uma vez por todas os franceses em novembro de 1803.
Por fim, em 1° de janeiro de 1804, a tão sonhada independência do Haiti é decretada e Dessalines é seu primeiro governante. Tornando-se o único país americano a ter sua independência conquistada por meio da revolução de escravos africanos.
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