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Imagem da amazônia com a floresta bem densa, muitas árvores e plantas.

Tudo sobre a Amazônia: clima, vegetação, fauna, queimadas e mais!

Para aprender de vez tudo que você precisa sobre o maior bioma nacional.

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Olá, galerinha! Aqui estamos nós mais uma vez com o objetivo de aprofundar nossos conhecimentos sobre os biomas brasileiros. 

O tema de hoje será a Amazônia, o maior domínio do território nacional. 

Nessa oportunidade vamos procurar sistematizar tudo o que você precisa saber sobre este que é talvez o mais conhecido dos biomas nacionais no Brasil e no mundo em função de, sobretudo, sua riqueza em termos de biodiversidade.

O bioma da amazônia

A amazônia é um bioma que extrapola o território brasileiro e atinge Peru, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Guiana, Suriname, Equador e Guiana Francesa, sendo, portanto, a maior floresta tropical do mundo. 

Dessa maneira, é importante diferenciarmos a Amazônia Internacional, que representa todo domínio do bioma, e a Amazônia Legal, que engloba somente a parte da floresta situada em território nacional. 

Lá está na menos do que a MAIOR bacia hidrográfica do planeta: a bacia do Rio Amazonas, que além do rio principal possui outros vários afluentes famosos (Xingu, Negro, Tapajós, Trombeta…), que juntos cobrem 3,8 milhões de quilômetros quadrados, passando por sete estados.

Os rios da Amazônia apresentam características distintas. Há rios perenes que apresentam águas claras, como o Rio Xingu, mas também há os rios de águas negras ou pretas, como o Rio Negro, e rios de águas brancas, como o Solimões.

O que é um bioma?

Um bioma, por sua vez, representa uma área que apresenta o predomínio de um tipo climático, de uma determinada formação vegetal, de uma fauna e outros organismos vivos, bem como de outras condições ambientais, como a hidrografia, altitude, o solo, entre outros. 

Estas características todas lhe conferem uma estrutura e uma funcionalidade próprias.

Mas, se liga! A Amazônia não é um bioma exclusivamente brasileiro. Ele se expande pela  Venezuela, Peru, Colômbia, Bolívia, Guiana, Suriname, Equador e Guiana Francesa. 

Assim, a parte que compreende o território brasileiro possui uma denominação específica desde 1953: Amazônia Legal, também chamada muitas vezes de Amazônia Brasileira. 

Clima e hidrografia da amazônia

A amazônia, portanto, é o bioma em que ocorre predomínio do clima Equatorial, caracterizado por temperaturas elevadas e um grande índice pluviométrico. 

Essa característica climática vai influenciar na formação de uma vasta rede hidrográfica, de modo que, a região é frequentemente lembrada pela presença da maior bacia hidrográfica do mundo: a bacia do  rio Amazonas (aproximadamente  3,8 milhões de quilômetros quadrados).

Mapa hidrográfico da amazônia.

Vegetação da amazônia

A floresta amazônica situa-se nas regiões onde a precipitação é superior a 1800-2000mm. 

A umidade advinda com esses índices de pluviosidade também contribui para a enorme diversidade vegetal encontrada no bioma amazônico. 

Contudo, essa vegetação não é homogênea. 

No mosaico de florestas dessa região há uma diversidade de associações vegetais agrupadas em três padrões básicos: as matas de terra firme, as matas de várzeas e os igapós. 

Estamos detalhando os três tipos logo abaixo. Veja o vídeo que trouxemos se quiser aprofundar seus estudos:

Matas de terra firme na amazônia

Ocupam aproximadamente 90% do total da região. Situadas  em uma região mais alta do relevo amazônico, onde não há alagamentos. 

Tal característica favorece a proliferação de árvores de grande porte (60-65m), muito próximas entre si, o que faz com suas copas formam um dossel, que retém os raios solares, mantendo assim o interior da floresta muito escuro e úmido.

Importante salientar que, um aspecto muito peculiar dessa formação vegetal é ela não vive dos nutrientes dos solos, que são de baixa fertilidade. 

Na realidade, as florestas vivem sobre o solo, realizando a ciclagem de nutrientes. 

Imagem de matas de terra firma na amazônia.

Matas de várzea na amazônia

As matas de várzea localizam-se sobre terrenos periodicamente alagados. 

Isso faz com que a vegetação mude de acordo com a duração do período em que ela é alagada. Em geral as árvores costumam ser de grande porte. 

Essa vegetação é bastante explorada pelos seringueiros para produção de borracha.

Imagem da mata de várzea na amazônia.

Mata de Igapó na amazônia

Os igapós ocorrem em terrenos baixos próximos aos rios e, por isso, possuem solos permanentemente alagados.

Suas plantas, de menor porte (variam entre 4 e 5 metros) são hidrófilas, ou seja, adaptadas a regiões alagadas. 

É muito comum encontrarmos espécies como as vitória-régia, orquídeas, bromélias, além de arbustos, cipós e raízes escoras e respiratórias.

Imagem de uma área de matas de igapó no rio negro, na amazônia.

Fauna da amazônia

A amazônia detém cerca de 20% da biodiversidade de todo mundo. 

Atualmente existem cerca de trinta milhões de espécies animais catalogadas (imagine o que ainda não foi descoberto!), dos quais, ao menos:

  •  1.294 espécies de aves
  • 427 de mamíferos
  • 378 de répteis
  • 3 mil espécies de peixes 
  • 400 de anfíbios
  • mais de 100 mil invertebrados
  • 40 mil espécies vegetais

Além disso, grande parte dessas espécies são endêmicas, ou seja, que não são encontradas em outros lugares, como o maior golfinho de água doce do mundo, o boto-cor-de-rosa, além do o galo-da-serra, a tartaruga-mata-mata, o sapinho-de-folhiço e o acará-disco.

O problema das queimadas na amazônia

Infelizmente toda essa diversidade que mencionamos está ameaçada. Um dos principais problemas históricos do bioma amazônico são as queimadas. 

Essa prática é bastante antiga e tem suas raízes já no processo de colonização.  Isso porque, em função da necessidade de defesa do território, os portugueses iniciaram a ocupação estratégica da bacia amazônica, através da instalação de fortes militares. 

Com o passar do tempo, a busca pelas chamadas “drogas do sertão” e expansão da pecuária foram pouco a pouco iniciando o processo de destruição do bioma.

O primeiro e segundo ciclos da borracha, ocorridos, respectivamente, entre o  final do século XIX e no início do século XX e entre 1942 a 1945, acentuaram a ocupação na região. 

Isso teve como consequência a intensificação do processo de urbanização e, indiretamente das queimadas, pois havia uma crescente necessidade ampliação do espaço ocupado.

A partir de meados do século XX, a expansão da produção agrícola em direção a região Centro-Oeste coloca a Amazônia como última fronteira de ocupação. 

Os projetos de colonização e integração econômica através da criação de pólos de desenvolvimento pelos governos militares aceleram o avanço das queimadas. 

De lá para cá, os já históricos interesses econômicos na Amazônia mobilizaram uma série de iniciativas, sejam elas privadas ou governamentais, legais ou ilegais, que aceleram a destruição do nosso mais rico bioma.

O setor agro e a mineração ilegal agravam o desmatamento

Nas últimas décadas, as queimadas crescem sobretudo em função do avanço da fronteira agropecuária, que caracteriza-se pela queima da vegetação original para ocupar a terra com a produção de commodities

Um outro problema é a expansão dos extrativismos vegetal (extração de madeira para produção de móveis, por exemplo) e mineral. 

Este segundo é responsável pela queima de toneladas de árvores visando a extração de minerais valorizados no mercado como ouro, manganês, ferro, alumínio, etc.

O ano de 2019 ficará lamentavelmente marcado pela ocorrência de uma série de incêndios devastadores na região. 

As fumaças atingiram diversas regiões do país, fazendo, por exemplo, a cidade de São Paulo escurecer mais cedo, assustando toda população. 

O evento foi marcado por conflitos nos quais o governo federal  demorou a responder ao avanço das chamas, o que fez com que os estragos se prolongassem. 

Estudos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que os mesmos situavam-se nos mesmos locais em que houveram mais desmatamento para fins de atividades econômicas diversas. 

Dessa maneira, conclui-se que os incêndios na região estão relacionados à exploração econômica desordenada acompanhada de uma legislação e  um sistema de fiscalização ambiental frágeis.

Se aprofunde na discussão com o vídeo abaixo:

Por que é importante combater o desmatamento na amazônia

O desmatamento na floresta amazônica representa a liberação de 200 milhões de toneladas de carbono por ano (2,2% do fluxo total global).

Não podemos esquecer que naquela região concentram-se 20% de toda água doce do planeta. 

A derrubada das matas às margens dos rios, pode provocar o assoreamento destes e assim culminar numa redução enorme da vazão e até mesmo na morte do rio, levando consigo  vários organismos aquáticos.

Além disso, milhares de pessoas de diferentes grupos étnicos e culturais vivem diretamente dos recursos provenientes da floresta. 

São aproximadamente  25,5 milhões de pessoas (entre populações tradicionais e familiares). A destruição dos recursos significa a destruição da capacidade de reprodução social desses grupos.

Também é importante não perder o foco no fato de que as florestas da Amazônia funcionam como grandes armazéns de carbono. 

Quando ocorre a derrubada, esse elemento é liberado para atmosfera, gerando uma intensificação do efeito estufa e, consequentemente contribuindo para o aquecimento global. 

Resumo sobre a amazônia

  • É o maior bioma nacional, extrapolando as fronteiras nacionais
  • À parte brasileira do bioma amazônico chamamos de “Amazônia Legal”.
  • Concentra metade de biodiversidade do mundo e cerca de 20% da água doce disponível.
  • A maior bacia hidrográfica do mundo, a bacia amazônica, está nessa região.
  • A vegetação pode ser agrupada em três grupos principais: matas de terra firme, matas de várzea e matas de igapó. 
  •  Detém cerca de 20% da biodiversidade de todo mundo e muitas espécies endêmicas.
  • As queimadas são um problema histórico que vem se intensificando muito nas últimas décadas, sobretudo em razão do  avanço da fronteira agropecuária e a fragilidade das leis e órgãos de fiscalização ambientais.

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