Leia o resumo “A industrialização brasileira durante os Governos Militares” e resolva os exercícios abaixo.
1. (UFAM) Durante o governo Médici, o Brasil assistiu a um vigoroso desenvolvimento que as manifestações ufanistas patrocinadas pelo governo batizaram de “milagre econômico”. A esse respeito, pode-se afirmar que:
a) O sucesso das cifras econômicas deveu-se à criação do Plano de Metas, idealizado pelo então ministro Antonio Delfim Neto.
b) Enquanto o PIB subia a taxas em torno de 10% ao ano, ocorreu, paradoxalmente, um aumento da concentração de renda e da pobreza.
c) O “milagre” foi decorrência direta da transformação da economia brasileira, que então abandonava suas bases rurais e passava a se concentrar na produção urbano industrial.
d) A arrancada econômica foi fruto do abandono da indústria de base e da adoção de uma política de substituição de importações que tornou o Brasil menos dependente do mercado mundial.
e) Favorecido pela política de recuperação salarial da classe média posta em prática nos anos sessenta, o “milagre” chega ao fim com o arrocho salarial imposto pelo governo Geisel.
2. (UFF) Uma das características da economia brasileira posterior aos anos 1950 foi a consolidação da chamada sociedade de consumo, acompanhada pelo desenvolvimento da propaganda. Apesar de a crise econômica ter marcado o período 1962-1967, o aumento do consumo de eletrodomésticos nos domicílios de trabalhadores de baixa renda mostrou-se constante, até, pelo menos, a crise do “milagre” brasileiro, na década de 1970.
Uma das explicações para esse aumento do consumo envolveu:
a) o favorecimento, pelo então Ministro Roberto Campos, das empresas industriais estatais, que puderam baratear o custo dos bens de consumo duráveis que produziam.
b) o aumento do salário real das classes trabalhadoras, beneficiadas pela nova política salarial do governo Castelo Branco, voltada para a desconcentração da renda no país.
c) o fortalecimento das pequenas e médias empresas industriais nacionais, as maiores produtoras de bens de consumo duráveis, favorecidas pela criação do Imposto sobre a Produção Industrial, nos anos 1960.
d) as facilidades do crédito concedidas ao consumidor, após 1964, de modo a preservar a rentabilidade das indústrias produtoras de bens de consumo duráveis, alvos da política econômica, então inaugurada.
e) os constrangimentos tributários impostos pelo governo às multinacionais produtoras de bens de consumo duráveis, que perderam a concorrência para as estatais desse mesmo setor.
3. Entre as décadas de 50 e 70, as ações governamentais que tinham, entre seus objetivos, a integração do território nacional, promoveram uma pequena redução nas fortes desigualdades econômicas existentes no Brasil.
Entre as razões que permitiram a redução das desigualdades regionais, encontram-se as relacionadas abaixo, EXCETO:
a) a criação de pólos de crescimento regional, como a Zona Franca de Manaus.
b) a concessão para a exploração da infra-estrutura energética e de telecomunicações.
c) a política fiscal que oferecia incentivos aos investimentos feitos nas áreas de fronteira.
d) a construção, pelo Estado, de rodovias de integração inter-regional, como a Belém-Brasília.
e)a atuação das superintendências de desenvolvimento regional, como a SUDENE.
GABARITO
1. B
Comentários:
a) O plano de Metas não foi estabelecido durante o período militar, mas sim durante o governo JK.
b) O forte crescimento econômico foi marcado pela concentração de renda e da pobreza, devido ao arrocho salarial, a migração campo-cidade que criou um aumento significativo das periferias e pela falta de competitividade das empresas nacionais frente às multinacionais que se instalaram no país, em alguns casos absorvendo as próprias industrias nacionais, gerando concentração dos lucros nas mão de poucos.
c) O milagre foi resultado do crescimento industrial, mas o país não abandonou sua base rural. Pelo contrário, acentuou o investimento em tecnologia no campo, além de ter o seu crescimento baseado também em setores como energia, transporte e telecomunicações.
d) O crescimento esteve atrelado à substituição de importações, mas não abandonou a indústria de base, que foi fundamental para impulsionar o crescimento das outras industrias, principalmente a siderurgia, necessárias para obras de grande porte, como a ponte Rio-Niterói e a usina de Itaipu.
e) Não ocorreu uma recuperação salarial durante o período militar, e sim um arrocho salarial, demonstrando que, apesar do grande crescimento econômico, não houve uma distribuição dos recursos, ocasionando o aumento da concentração de renda.
2. D
Comentários:
a) Não houve um favorecimento das indústria estatais, e sim uma atração a indústrias estrangeiras, principalmente a indústria de bens de consumo duráveis.
b) A classe trabalhadora não teve um aumento salarial e nem ocorreu uma política de desconcentração de renda no país.
c) As pequenas e médias indústrias não foram beneficiadas. Pelo contrário, sofreram com a concorrência forte das multinacionais.
d) De fato, o crédito foi facilitado como forma de permitir o sucesso das indústrias de bens de consumo duráveis, principalmente a indústria automotiva, fato comprovado pelo modelo rodoviarista implantado no país.
e) As indústrias multinacionais tiveram facilidade de se instalar, e não sofreram com a concorrência de estatais.
3. B
Comentários:
a) A criação do Zona Franca de Manaus foi uma ação muito positiva para reduzir as desigualdades regionais e levar crescimento econômico para a zona norte.
b) As obras de infraestrutura de energia e telecomunicações foram realizadas pelo Estado, no período citado na questão, então não ocorreram concessões.
c) As políticas fiscais que buscaram atrair investimentos para áreas de fronteira também exemplificam medidas na busca pela diminuição das disparidades encontradas no território brasileiro.
d) A construção de rodovias possibilitou que áreas antes isoladas atraíssem investimentos e gerassem uma rede de comércio entre locais que permitiu uma desconcentração de recursos pelo território nacional.
e) Apesar de não terem obtido muito sucesso após a sua efetivação, as superintendências que buscavam o desenvolvimento regional foram medidas interessantes na busca pela diminuição das diferenças econômicas entre as regiões brasileiras.