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Polissemia no Enem: como cai na prova?

Teste seus conhecimentos para o vestibular: resolva uma questão da FUVEST, sobre Polissemia, e confira a resposta comentada por nossos monitores.

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Você já ouviu falar sobre polissemia no Enem? Ela tem tudo a ver com a forma com a qual falamos e escrevemos. Aspectos essenciais pra qualquer prova que você realize, principalmente quando o foco são os vestibulares. 

Nesse sentido, quando não se tem um conhecimento da ortografia e semântica das palavras, não é possível repassar um sentido na mensagem que está tentando construir, concorda? 

Por isso, a polissemia deve ser um assunto da língua portuguesa que você precisa sempre estudar e ficar atento.

No ramo da linguística, são questões sobre esse tema que sempre caem nas provas. Afinal, por mais que algumas vezes sejam simples de resolver, na correria e desatenção, os estudantes acabam se enganando em sua interpretação.

Veja que esse assunto da língua portuguesa é isso: totalmente interpretação. Continue a leitura e entenda sobre esse conceito, sua importância, a diferença entre ele a ambiguidade e como ele é cobrado nas provas, sobretudo no Enem

O que é a polissemia?

É um conceito da área de linguística, na língua portuguesa, mais especificamente do grupo da semântica, que caracteriza uma palavra com mais de um significado. 

pessoa escrevendo para ilustrar o conteúdo sobre polissemia enem

Só cuidado pra não confundir com a ambiguidade (você vai entender melhor a diferença no próximo tópico) ou com a homonímia — que são as palavras que têm a mesma pronúncia ou grafia, mas com significados diferentes. 

Pra ilustrar melhor o que é a polissemia veja esses exemplos:

A palavra “língua” é um termo polissêmico, pois pode significar tanto uma parte do corpo humano, quanto um idioma. Sua definição e interpretação vai depender do contexto da frase que está inserida.

Por exemplo: João machucou a língua na hora de comer. | Maria não fala a nossa língua. 

Outras palavras que se encaixam nesse sentido são: boca, dama, banco, letra, vela, gato, cabeça, e muito mais.

Portanto, a polissemia é uma condição essencial no sentido de uma determinada língua. Se não, pensa só como seria difícil atribuir diversos sentidos a uma palavra, causando uma sobrecarga na memória das pessoas?

Por isso que a polissemia é um fator fundamental pra economia e a flexibilidade de um idioma. 

Polissemia e ambiguidade no Enem

Uma das maiores confusões na hora de estudar esse conceito é a sua relação com ambiguidade. Embora sejam temas muito parecidos, eles têm suas diferenças e são bem fáceis de identificar. Como assim?

Ambas têm como função agrupar as palavras com mais de um significado, só que o que as diferencia é o contexto em que são utilizadas. 

A polissemia é um termo que possui mais de um sentido e, por isso, dependendo de onde uma determinada palavra foi colocada, se estiver fora de contexto, ocasiona a ambiguidade, dando um duplo sentido no enunciado. 

Importante lembrar que polissemia não é causar duplo sentido, mas somente ter uma palavra com mais de um sentido, desde que, no contexto, ela esteja dando apenas um deles.  Confira esses exemplos:

O cachorro do Mário é meu amigo. Aqui você pode entender que está falando do cachorro, animal, ou uma adjetivação ao Mário. 

Agora se a frase fosse: “Olha aquela estrela no céu!” — Por mais que a palavra ‘estrela’ possa ter outro significado, como uma pessoa famosa, conhecida, no contexto, está se referindo ao corpo celeste mesmo. 

Portanto, é essa diferença que deve ser identificada ao se ler uma frase. Assim, você consegue entender se está presente uma polissemia ou uma ambiguidade.

Exemplos de questões sobre polissemia no Enem

Sabendo a definição do termo polissemia e a diferença entre ambiguidade e homonímia. Somente com foco, atenção e prática é que você vai conseguir ir bem nas provas.

Por mais que pareça fácil resolver uma questão dessa, ela pode possuir algumas pegadinhas ou talvez embaralhar a sua mente. Confira alguns exercícios pra praticar:

1. (FGV – IBGE/2016) – A polissemia – possibilidade de uma palavra ter mais de um sentido – está presente em todas as frases abaixo, EXCETO em:

a) Os dentes do pente mordem o couro cabeludo;

b) Na vida tudo é passageiro, menos o motorista;

c) Não deixe pra amanhã o que pode fazer hoje; 

Gabarito:

Alternativa C

Bom, na primeira opção a palavra ‘dentes’ tem dois significados: parte do corpo e aqueles que são parte do pente ou escova.

Na segunda opção há um jogo com a palavra ‘passageiro’, em que significa tempo, no sentido de passar rápido ou uma pessoa que pega ônibus. 

Na terceira opção não existe nenhuma palavra nesse sentido, por isso é a resposta correta. 

Bora pra mais um exemplo?

2. (UFAL) velar³. v. (Etm. do latim: vigilare). 1. v.t.d. e v.i. Manter-se acordado; não dormir; ficar ao pé de algo ou de alguém: velava as noites em sofrimento; velava o filho morto; 2. v.t.d. e v.t.i. Proteger; oferecer proteção a: velava a reputação da filha; o prefeito vela pela cidade. 3. v.t.d. Vigiar; manter-se de vigia: os soldados velavam o quartel.

As acepções da forma verbal “velar” no verbete caracterizam o que é chamado precisamente de

a) homonímia, diferentes palavras pra um só sentido.

b) polissemia, diferentes sentidos pra uma mesma palavra.

c) ambiguidade, de sentido incerto.

d) antonímia, de sentido oposto.

e) paronímia, diferentes palavras com sons semelhantes.

Gabarito:

Alternativa B, pois é a que melhor define as palavras destacadas no enunciado da questão. 

3. (FUVEST) Examine a tirinha e responda ao que se pede.

tirinha-1

a) O sentido do texto se faz com base na polissemia de uma palavra. Identifique essa palavra e explique por que a indicou.
b) A tirinha visa produzir não só efeito humorístico mas também efeito crítico. Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta.

Gabarito:

a) A polissemia tem a função de atribuir a uma mesma palavra diferentes valores semânticos, dependendo do contexto em que a mesma esteja inserida. Na tirinha, a palavra que adquire esse valor é “veículo”. No primeiro quadrinho, esse termo ganha o significado de transmissão, meio de comunicação, enquanto que no quarto quadrinho, a palavra “veículo” é retomada com o valor semântico de condução, meio de transporte.

b) Sim. Esse senso crítico é visível a partir do terceiro quadrinho, em que as onomatopeias simbolizam cenas violentas, que são transmitidas pelos meios de comunicação e podem influenciar o interlocutor. Além disso, essa ideia é confirmada no quarto quadrinho, com o uso polissêmico da palavra “veículo”, que induz ao amigo leitor, o despertar de um senso crítico em relação à mídia e a programação exposta na TV, mostrando programas inapropriados para crianças.

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