“Andam nus sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa de cobrir nem mostrar suas vergonhas e estão acerca disso com tanta inocência como têm de mostrar no rosto.(…) Eles porém contudo andam muito bem curados e muito limpos e naquilo me parece ainda mais que são como as aves ou alimárias monteses que lhes faz o ar melhor pena e melhor cabelo que as mansas, porque os corpos seus são tão limpos e tão gordos e tão fremosos que não pode mais ser.”
Este trecho foi retirado de uma Carta de Pero Vaz de Caminha, enviada à corte Portuguesa, pouco tempo após a descoberta das terras brasileiras.
É muito importante que saibamos sobre nossas origens e principalmente sobre o nosso elemento nativo, o índio. Desde o descobrimento da terra tupiniquim, com a instalação das colônias de exploração e, posteriormente, as colônias de povoamento – imposta pelo domínio português -, é possível perceber uma mudança brusca advinda dos moldes do padrão europeu. E o índio, ainda que mostrasse seu estilo de vida aos portugueses, ensinasse a sua cultura e a maneira de amar e cuidar da natureza, sem sombra de dúvidas, foi persuadido e dominado pelos portugueses.
E é sobre essa figura tão importante na história do nosso país, que iremos falar hoje. No séculoXVI, deu-se início ao controle das terras brasileiras e, com isso, o início das cartas destinadas a Portugal, para descrever as florestas e o litoral brasileiro. Além disso, como vimos no trecho da carta de Caminha, essas informações também tratavam a respeito da figura indígena. Esse período foi nomeado por estudiosos como literatura informativa, exatamente por descreverem e corroborar sobre os primórdios do conhecimento do novo território.
Um pouco depois, com a chegada dos jesuítas, grande parte dos índios foram catequizados. Segundo os jesuítas, era uma forma de livrá-los de seus “pecados” e conhecer a Deus (além de conquistar novos fiéis ao catolicismo). Vale lembrar que houve uma disputa entre jesuítas e colonos sobre o domínio indígena, uma vez que os índios também foram explorados pelos colonizadores portugueses em função do tráfico da madeira Pau Brasil.
Percebam que no século XVI, infelizmente o índio não foi valorizado e muito menos respeitado como deveria. Mas, posteriormente, teremos no mundo literário, escolas que retomam a essa perspectivam e a alteram, como o Romantismo; para construir a identidade brasileira e, mais tarde, o Modernismo, trabalhando com uma visão nacional, porém crítica sobre a realidade.
Mas isso serão cenas dos próximos capítulos, que eu tenho certeza que você já sabe! Aproveite as férias! =) Feliz 2015!