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Campo de concentração

Auschwitz e a história dos campos de concentração

Conheça a história por trás de um dos maiores genocídios da humanidade e saiba mais sobre os campos de concentração.

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Campos de concentração foram utilizados por diversos países no mundo, principalmente durante as guerras. Entretanto, apenas um caso na história utilizou esses locais para o extermínio em escala industrial.

Na Alemanha nazista, durante a 2ª Guerra Mundial, milhões de pessoas foram brutalmente assassinadas. Conheça agora a história dessas pessoas e dessas prisões que foram responsáveis pelo maior genocídio da história. 

O nazismo e a solução final

Com o final da Grande Guerra, o Tratado de Versalhes impôs duras penalidades à Alemanha. As consequências para o país foram drásticas, pois perdeu seu grande poder bélico e sua capacidade de desenvolvimento. Este cenário, somado à caótica instalação da República de Weimar e a crise de 1929 aprofundou a miséria do país. 

Visto isso, em um contexto de crise, durante a década de 1920 o Partido Nazista, liderado por Adolf Hitler, cresceu. Com respostas simples e grosseiras para resolver problemas complexos, afastou do povo o Partido Comunista e ganhou simpatia. Assim, atraiu a grande massa através de discursos e de muita violência.

Dentre as narrativas nazistas, encontravam-se questões como:

  • A culpa dos Judeus pela crise financeira;
  • A relação judaica com os maiores bancos do mundo e com o bolchevismo;
  • A traição dos comunistas na Grande Guerra;
  • A construção de um mito do arianismo e da superioridade Alemã;
  • A necessidade da conquista do “espaço vital”.

Tais discursos eram elaborados principalmente por Hitler e passaram a ganhar cada vez mais força entre os militares e os populares. No entanto, o principal foco de ataque neste momento foi a comunidade judaica. Esta, a grande culpada, inicialmente sofreu com linchamentos nas ruas. Posteriormente passaram a ser perseguidos e exilados.

Entretanto, na década de 1930, ao ascender ao poder, o nazismo passou a tratar a população judaica mais violentamente. O discurso da “solução final” passou a fazer parte dos relatórios militares nazistas. Agora não bastaria mais o exílio, mas sim o assassinato em massa desses grupos. 

Os Judeus já não eram mais considerados apenas os culpados pelas crises econômicas, mas vistos como “pragas”, “ervas-daninhas”. A mera existência desse grupo, para Hitler, seria um mal para o projeto eugênico e ariano nazista. Estes não deveriam pertencer ao novo mundo que pretendiam construir. 

Os campos de concentração e extermínio pelo mundo

Campo de concentração para japoneses na Califórnia (1942)

Campo de concentração para japoneses na Califórnia (1942)

Como visto, a estratégia da construção de Campos de Concentração não foi uma invenção alemã. Com o início da expansão nazista, as prisões do país ficaram lotadas e novas unidades prisionais foram construídas. O objetivo era meramente prender inimigos, inicialmente comunistas, poloneses e judeus. Posteriormente, ciganos, negros, deficientes físicos e outros grupos receberam o mesmo destino.

Entretanto, vale destacar que outros países já adotavam na época a mesma prática. Muitas vezes, inimigos de guerra eram presos em campos de concentração e torturados. Durante a 2ª Guerra Mundial, podemos destacar:

  • Os internment camps, usados nos Estados Unidos para aprisionar e torturar japoneses;
  • Na Manchúria, nordeste da China, a chamada Unidade 731 foi comandada por japoneses, que torturavam e faziam experimentos em chineses entre 1935 e 1945;
  • Na União Soviética, antes mesmo da revolução, o czarismo utilizava campos de trabalho forçado para inimigos políticos. Com o stalinismo, a perseguição política se tornou ainda maior, prendendo milhões de pessoas no chamados Gulags;
  • No caso brasileiro, campos de trabalho forçado foram comuns na primeira metade do século XX, sobretudo no nordeste, prendendo retirantes. Entretanto, um dos casos mais letais foi o uso do Hospital Psiquiátrico Colônia (Barbacena -MG) como um local de concentração e extermínio de pessoas. Para suas alas eram enviados alcoólatras, pessoas tímidas, moradores de rua, epilépticos, prostitutas e todos os tipos indesejados pela eugenia dos governos. Estima-se que cerca de 60 mil pessoas morreram no local ao longo do século XX.

Observando os casos acima, podemos destacar que muitas vezes houveram diferenças no aprisionamento. Alguns campos serviam apenas para o trabalho forçado de prisioneiros, outros, no entanto, eram voltados diretamente para o extermínio. 

No caso nazista, os campos de concentração eram utilizados para os dois propósitos. Os prisioneiros eram responsáveis por pequenas produções manufaturadas, testes de equipamentos, mineração e outras atividades. Em outros casos, eram utilizados para experimentos científicos e, quando não serviam mais, eram assassinados. 

O campo de concentração de Auschwitz

Na Alemanha, os campos de concentração foram construídos principalmente na década de 1930 e nos primeiros anos de 1940. O primeiro foi Dachau, em 1933, mas os dois maiores exemplos foram Auschwitz e Birkenau (Auschwitz II), em 1940 e 1941. 

A maioria dos campos alemães foram construídos no território polonês. Logo não foi diferente com os campos da rede de Auschwitz, que se estabeleceram ao sul do país. O campo conhecido como Auschwitz I foi o primeiro prédio, para onde enviaram os primeiros prisioneiros. Este acabou se tornando a sede administrativa de todo o complexo.

Entretanto, a unidade mais famosa foi a de Birkernau, também conhecida como Auschwitz II. Esta, construída a 3 km da unidade principal, funcionou como o principal campo de extermínio do complexo. 

Com 175 hectares, torres, arames farpados, guardas e 5 câmaras de gás, chegou a assassinar cerca de 900 mil judeus. Muitos prisioneiros eram mortos pelos próprios trabalhos, ou pelas más condições de vida nos campos. 

Toda essa situação de precariedade e horror foi complexamente planejada pelos nazistas. O complexo de Auschwitz ficava isolado, longe dos centros urbanos e era conectado por linhas férreas. Assim, os “inimigos” capturados eram colocados nos “trens da morte” ou em ônibus e levados para os locais.

Campo de concentração em Auschwitz

Campo de concentração em Auschwitz

Inicialmente, com o desconhecimento interno dos Campos, muitos acreditavam que, de fato, eram apenas prisões. Logo na entrada, o portão principal do Campo de Concentração trazia a frase, em alemão: “o trabalho liberta”. Essa entrada chegava a iludir muitos prisioneiros, que acreditavam na possibilidade de liberdade no futuro.

No entanto, a realidade se revelou outra. Com o tempo, o sumiço cada vez maior de judeus e opositores revelou o horror. O projeto nazista de solução final passou a exterminar em massa todas as pessoas consideradas contrárias aos seus ideais. 

O holocausto

Durante esse período de horror, os números de mortos cresceram exponencialmente. Durante a guerra, muitas vítimas já eram transportadas direto para os campos de extermínio. Dentre elas, inclusive muitas crianças. Assim, para conseguir realizar esse extermínio em massa foi utilizado principalmente a técnica das câmaras de gás.

Esse cruel método de extermínio foi testado pela primeira vez em 1941. Cerca de 800 prisioneiros, entre poloneses e soviéticos, foram trancados em um porão do bloco 11 e expostos ao pesticida Zyklon-B, com base de cianureto. O método, assim, passou a ser aplicado diariamente, sobretudo no banho, quando o gás saía dos chuveiros, ao invés da água.

O “sucesso” no resultado desse teste criou uma máquina de extermínio nos campos de concentração. Com esse mecanismo, centenas de prisioneiros poderiam ser mortos em minutos. Outra forma também muito utilizada foi a cremação. Centenas de pessoas eram incineradas coletivamente em câmaras fechadas. 

Desta forma, a paisagem do sul polonês era normalmente identificável pelas grandes nuvens de fumaça que saíam das chaminés. Construiu-se em Auschwitz uma verdadeira indústria da morte. Todo esse cenário ficou, enfim, conhecido como o Holocausto. Apenas no complexo de Auschwitz, cerca de 1,2 milhões de pessoas foram mortas.

A libertação de Auschwitz em 1945 pelo Exército Vermelho

A libertação de Auschwitz em 1945 pelo Exército Vermelho

 

Este evento traumático encontrou seu fim apenas no final da 2ª Guerra Mundial. Com a derrota dos nazistas e a invasão soviética na Alemanha, os campos foram descobertos. No dia 27 de janeiro de 1945, o Exército Vermelho libertou Auschwitz. Dentre os prisioneiros, muitos já estavam mortos quando encontrados, mas 7500 chegaram a ser libertados. 

 

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