Há 70 anos, ocorreu a libertação dos prisioneiros dos campos de concentração nazistas de Auschwitz. Localizados no sul da Polônia e construídos em áreas anexadas pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, os campos de concentração foram o maior símbolo do Holocausto, perpetuado pelo movimento nazista. O Terceiro Reich, que propagou esse movimento, comandado por Adolf Hitler, foi o responsável pela construção desses campos de extermínio, que possuíam como objetivo realizar a prisão e morte em massa de judeus por toda a Europa, conforme iam conquistando territórios durante a guerra. Auschwitz foi o maior campo de concentração nazista: o lugar da morte de certa de 1 milhão de judeus. Hoje, os campos de concentração tornaram-se museus.
As principais mídias do país estão retratando o assunto de formas diversas: por meio de relatos de sobreviventes, notícias que dão um panorama sobre Auschwitz e até mesmo a contextualização do assunto na atualidade. Confira três matérias sobre o assunto:
G1: Após 70 anos, últimos sobreviventes não esquecem horrores de Auschwitz
Libertação do maior campo de extermínio nazista completa sete décadas. Em alguns anos não restarão sobreviventes; veja seus relatos.
Cerca de 300 sobreviventes de Auschwitz regressam nesta terça-feira (27) ao lugar onde viveram um dos piores horrores da história humana, para advertir contra a repetição de um crime semelhante, 70 anos depois da libertação do campo nazista pelo exército soviético, em 27 de janeiro de 1945.
“É o último aniversário de número redondo celebrado na presença de um importante grupo de sobreviventes”, explica Piotr Cywinski, diretor do museu do campo de Auschwitz, instalado em 1940 pela Alemanha nazista no sul da Polônia.
Auschwitz-Birkenau foi o lugar da morte de cerca 1,1 milhão de pessoas, entre elas 1 milhão de judeus de vários países europeus. Transformado em museu e memorial, recebeu no ano passado 1,5 milhão de visitantes.
Trata-se do maior e mais mortífero campo de extermínio e de concentração nazista e o único preservado tal como foi abandonado pelos alemães que fugiram do Exército Vermelho. Outros campos de concentração nazistas na Polônia, como Sobibor, Treblinka ou Belzec, foram destruídos completamente pelos alemães para eliminar as provas.
Zero Hora: Moradora da Capital que sobreviveu a Auschwitz relembra os horrores do nazismo
Aos 90 anos, num abrigo na zona norte de Porto Alegre, Sara Perelmuter ainda é assombrada à noite por pesadelos que a levam de volta ao megacampo de extermínio nazista desmantelado pelo Exército Vermelho em 27 de janeiro de 1945.
Com a voz baixa, o olhar por vezes atento, por outras, distante, Sara Perelmuter, 90 anos, anuncia que se aproxima um dia comemorativo. Tentando se agarrar à memória, que hoje insiste em falhar, sabe que é seu dever rememorar a importância da data, ainda que as lembranças passeiem vagas por sua cabeça. Há exatos 70 anos, em 27 de janeiro de 1945, os soldados soviéticos adentravam os portões do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, libertando os 7 mil prisioneiros remanescentes daquela que foi a maior fábrica de morte da história. Sara é uma das sobreviventes.
– Vai ser o dia das vítimas do Holocausto. Acho que sonhei nesta noite com isso – disse a ex-prisioneira a Zero Hora no domingo.
[…] O ano era 1940, e a guerra se alastrava pelo continente europeu. Não demorou muito para que a jovem e a tia também fossem recolhidas pelos nazistas, em maio de 1941, e levadas a Auschwitz, o maior campo de extermínio. Ao chegar ao local, elas e outras centenas de prisioneiros foram postos em uma fila que se bifurcava em duas levas. Os da direita iam para o trabalho. Os da esquerda, para a morte. Os últimos, segurando sabonetes, acreditavam estar a caminho do banho, mas, em vez de água, eram expostos ao gás e morriam asfixiados.
– Todos nós víamos isso. Eu ia ao banheiro no dia seguinte, e lá estavam os corpos socados no chão. Eles matavam os velhos, as crianças e os deficientes físicos – descreveu Sara há alguns anos, em um relato destinado a guardar a memória do genocídio.
Veja: Nos 70 anos da libertação de Auschwitz, Alemanha pede para que holocausto não seja esquecido
Joachim Gauck, o presidente alemão, pediu que as novas gerações mantenham viva a memória dos horrores para evitar que eles se repitam
O presidente da Alemanha, Joachim Gauck, pediu nesta terça-feira aos seus compatriotas que não esqueçam o holocausto e ressaltou que seu país tem responsabilidade de fornecer “proteção e respeito” aos perseguidos no período. “Não há uma identidade alemã sem Auschwitz”, disse o chefe do Estado perante o Bundestag (a câmara baixa do Parlamento), por ocasião do 70º aniversário da libertação do campo de extermínio de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945, pelo exército soviético.
O presidente disse que Auschwitz sintetiza “o horror industrializado” praticado pelo Terceiro Reich e que, mesmo com suas dimensões “monstruosas”, não foi o único lugar onde o holocausto foi praticado. Por todo o território do Terceiro Reich existiram lugares parecidos, como Treblinka, Soribor e Dachau, nomes que representaram “horror, sofrimento e morte” para milhões de vítimas, lamentou Gauck.
O presidente defendeu a recuperação da “memória desse horror” realizada pela Alemanha, já no pós-guerra, assim como os diferentes processos realizados no país e em Israel contra os responsáveis ou cúmplices do holocausto. Para Gauck, essas ações contribuem para “impedir o esquecimento” dos crimes contra a humanidade. Ele pediu ainda que as gerações futuras mantenham viva essa memória, sem cair em um mero “ritual comemorativo”, pois tentar dar como superado esse capítulo da história significaria um “novo crime contra suas vítimas”.
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