O resumo sobre a Industrialização Brasileira durante os Governos Militares que vai salvar a sua prova da escola ou do vestibular está te esperando bem aqui.
O período da ditadura militar (1964-1985) apresentou diversos aspectos que foram importantes para o desenvolvimento da industrialização brasileira. Este momento da história foi caracterizado por um dualismo composto pela continuidade do processo de industrialização brasileira, iniciado com Vargas e JK, atrelado ao crescimento econômico que se verificou no País.
Em um segundo momento, verificou-se que ao mesmo tempo em que foram realizados grandes projetos, como a construção da usina hidrelétrica de Itaipu e a ponte Rio-Niterói, o endividamento público crescia em proporções astronômicas. Ou seja, aproveitando a centralização do poder político que o autoritarismo permitia, o que possibilitou a atração de grandes remessas de empréstimos internacionais e posteriormente o crescimento industrial permitiu que, no período da ditadura, o país apresentasse números expressivos de crescimento econômico, que teve um custo alto a ser pago posteriormente.
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O início do governo militar e sua relação com a industrialização brasileira
Os primeiros momentos dos governos militares não foram marcados por grandes avanços na industrialização brasileira, nem pelos grandes projetos, pois o país enfrentava um grave quadro de endividamento externo, fruto da política de internacionalização da economia proposta por Juscelino Kubitschek (JK), que buscou o empréstimo de capital estrangeiro como um dos pilares do tripé econômico para o investimento em indústrias de bens de consumos duráveis.
Verificou-se que o Brasil da década de 1960, então, podia ser considerado um país com uma indústria com bases estabelecidas. Apesar da importância da época de JK, a indústria de bens duráveis, simbolizada principalmente pela indústria automobilística, proporcionou não só benefícios, mas problemas graves para a sociedade brasileira, como concentração industrial e concentração de renda.
Podemos definir, então, que esse primeiro período dos governos militares, que vai dos anos de 1964 até 1967, foi marcado por uma retração na economia e pouco crescimento da industrialização brasileira.
O milagre brasileiro
A partir de 1968, o País experimentou uma nova fase de sua economia e de seu processo de industrialização brasileira. A recuperação financeira, fruto da reforma tributária, criação de fundos de poupança compulsória (PIS, PASEP, FGTS) e ampliação do crédito lançaram bases para o momento considerado o “milagre brasileiro”. Entretanto, fatores externos também explicam esse crescimento, como o crescimento da economia mundial nestes anos, que permitiu o acesso a um abundante crédito externo, possibilitando o endividamento e criando espaço para a diversificação e o crescimento das exportações brasileiras.
O fraco desempenho da indústria e economia no início da década de 60 também deu margem para um grande crescimento com o aumento do nível de investimento e captação de recursos externos do país.
Como forma de legitimar o seu poder autoritário, os governos ditatoriais investiram fortemente em obras de impacto, em áreas como transporte e energia. Dentre essas obras podemos destacar a Usina Hidrelétrica de Itaipu, binacional (Brasil-Paraguai), responsável por produzir 17% da energia nacional e, até 2008, a maior hidrelétrica do mundo.
A implantação da usina nuclear de Angra é outra marca do investimento em energia do período. Também podemos citar a ponte Rio-Niterói, expressão da modernidade e de grande complexidade, tendo o maior vão em viga reta construído pelo homem. É a 13ª no mundo em extensão.
Além disso, ocorreu a construção de rodovias com a ampliação da malha viária de 3 mil para 45 mil quilômetros, sem falar nos estádios de futebol, como o Castelão, em Fortaleza, e o Mineirão, em Minas Gerais, que serviram como forma de expressão e propaganda da ditadura.
O saldo do período registrou uma percentual anual de crescimento industrial de 12,7%. Já o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu entre 1968 e 1973 11,3%, superando com grande margem o período anterior, quando o crescimento médio anual havia sido de 3,2%.
A primeira crise do petróleo, em 1973, causada pela guerra do Yom Kippur fez com que a concessão de empréstimos diminuísse levando o Brasil para o período que ficou conhecido como Marcha Forçada.
Pós Milagre-econômico
Uma das consequências da década perdida foi a diminuição de postos de trabalho. Após toda a euforia vivida com o milagre econômico, a realidade foi exposta na década seguinte, com os anos 80, considerada a década perdida, devido ao preço pago pelo grande endividamento externo e explosão da inflação a níveis estratosféricos, corroendo o salário do trabalhador.
É importante destacar que o crescimento apresentado no período do milagre econômico foi baseado também em um grande arrocho salarial, em um contexto mundial no qual as empresas multinacionais perceberam que poderiam reduzir custos instalando-se em países que possibilitassem mão-de-obra barata, legislação ambiental frágil, grande quantitativo de recursos naturais e infraestrutura básica. Esse movimento estrangeiro permitiu que as empresas nacionais, que disputavam o mercado em condições de extrema desigualdade, fossem sendo absorvidas pelas multinacionais, o que provocou uma intensa concentração de capital nas mãos destas grandes e poucas empresas.
O mesmo fenômeno de concentração pôde ser percebido no campo onde a tecnologia expulsou milhares de trabalhadores, que migraram para as áreas urbanas em busca de sobrevivência. Isso tudo caracterizou uma sociedade fortemente desigual, com a renda concentrada na mão de poucos. Com o aumento do endividamento e as crises internacionais do petróleo, nos anos de 1973 e 1979, os juros sobre a dívida aumentaram significativamente, e a medida de emitir papel-moeda no mercado só serviu para explodir a inflação, de forma que isso tudo trouxe uma grande retração econômica e da produção industrial, proporcionando o fim do período militar e a entrada na democracia com um país em grave crise econômica.
Podemos sinalizar que o espaço brasileiro teve grandes transformações, principalmente levando em questão a integração que as rodovias construídas no período militar proporcionaram, permitindo uma maior integração no território nacional. Apesar disso, ocorre uma concentração espacial das indústrias principalmente na região sudeste, com destaque para São Paulo, fato que só começa a diminuir no período democrático, pós-ditadura, com o processo de fuga para cidades menores e com maiores atrativos econômicos para as empresas, como isenção de impostos, solos urbanos mais baratos, menor congestionamento, entre outras características.
Esse processo de descontração espacial vai ajudar na própria desmetropolização, devido ao maior dinamismo e crescimento de cidades médias, em muitos casos, fruto da instalação de grandes indústrias, levando desenvolvimento econômico e crescimento populacional para essas cidades, devido a esse novo pólo atrativo.
Agora que você já sabe tudo sobre a industrialização brasileira, teste seus conhecimentos com os exercícios comentados!
EXERCÍCIOS
1. (UFAM) Durante o governo Médici, o Brasil assistiu a um vigoroso desenvolvimento que as manifestações ufanistas patrocinadas pelo governo batizaram de “milagre econômico”. A esse respeito, pode-se afirmar que:
a) O sucesso das cifras econômicas deveu-se à criação do Plano de Metas, idealizado pelo então ministro Antonio Delfim Neto.
b) Enquanto o PIB subia a taxas em torno de 10% ao ano, ocorreu, paradoxalmente, um aumento da concentração de renda e da pobreza.
c) O “milagre” foi decorrência direta da transformação da economia brasileira, que então abandonava suas bases rurais e passava a se concentrar na produção urbano industrial.
d) A arrancada econômica foi fruto do abandono da indústria de base e da adoção de uma política de substituição de importações que tornou o Brasil menos dependente do mercado mundial.
e) Favorecido pela política de recuperação salarial da classe média posta em prática nos anos sessenta, o “milagre” chega ao fim com o arrocho salarial imposto pelo governo Geisel.
2. (UFF) Uma das características da economia brasileira posterior aos anos 1950 foi a consolidação da chamada sociedade de consumo, acompanhada pelo desenvolvimento da propaganda. Apesar de a crise econômica ter marcado o período 1962-1967, o aumento do consumo de eletrodomésticos nos domicílios de trabalhadores de baixa renda mostrou-se constante, até, pelo menos, a crise do “milagre” brasileiro, na década de 1970.
Uma das explicações para esse aumento do consumo envolveu:
a) o favorecimento, pelo então Ministro Roberto Campos, das empresas industriais estatais, que puderam baratear o custo dos bens de consumo duráveis que produziam.
b) o aumento do salário real das classes trabalhadoras, beneficiadas pela nova política salarial do governo Castelo Branco, voltada para a desconcentração da renda no país.
c) o fortalecimento das pequenas e médias empresas industriais nacionais, as maiores produtoras de bens de consumo duráveis, favorecidas pela criação do Imposto sobre a Produção Industrial, nos anos 1960.
d) as facilidades do crédito concedidas ao consumidor, após 1964, de modo a preservar a rentabilidade das indústrias produtoras de bens de consumo duráveis, alvos da política econômica, então inaugurada.
e) os constrangimentos tributários impostos pelo governo às multinacionais produtoras de bens de consumo duráveis, que perderam a concorrência para as estatais desse mesmo setor.
3. Entre as décadas de 50 e 70, as ações governamentais que tinham, entre seus objetivos, a integração do território nacional, promoveram uma pequena redução nas fortes desigualdades econômicas existentes no Brasil.
Entre as razões que permitiram a redução das desigualdades regionais, encontram-se as relacionadas abaixo, EXCETO:
a) a criação de pólos de crescimento regional, como a Zona Franca de Manaus.
b) a concessão para a exploração da infra-estrutura energética e de telecomunicações.
c) a política fiscal que oferecia incentivos aos investimentos feitos nas áreas de fronteira.
d) a construção, pelo Estado, de rodovias de integração inter-regional, como a Belém-Brasília.
e)a atuação das superintendências de desenvolvimento regional, como a SUDENE.
GABARITO
1. B
2. D
3. B