A palavra CULTURA tem o mesmo radical que CULTIVO, CULTO. Na definição do antropólogo Edward Burnett Taylor, é “todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.
Nessa lista vamos abordar quatro argumentos que podem ser utilizados na sua redação dentro do eixo temático de Cultura e Comportamento.
1. Perda da capacidade de reflexão
Refletir é diferente de pensar. Pensar é um ato inconsciente, inato e refletir é consciente. Mas para que isso aconteça, é preciso luz. Luz é uma metáfora da razão, da lógica. A reflexão acontece quando não apenas servimos de espelho, mas utilizamos a razão para criar um pensamento crítico, uma opinião. A alienação, a falta de interesse do homem por se informar acerca do que acontece ao redor e a globalização juntamente com rapidez das informações, fazem parte de uma sociedade que busca o consumo instantâneo de informação – Informação Fast Food – , sem uma análise ou estudo sobre aquilo que é apresentado são as causas mais comuns para a desvalorização do ato de refletir.
Ser ou não ser, eis a questão.
2. O indivíduo na sociedade de massa
“Pense, fale, compre, beba
Leia,vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste, viva”
Como disse a cantora Pitty, o homem na sociedade de massa não pensa por si só. Pensa coletivamente, como massa, e absorve atitudes e pensamentos que poderiam ser diferentes caso o indivíduo estivesse sozinho. Hoje, não só existe a massificação das opiniões, mas também conceitos, roupas, ideais, perfis ou kits de identidade que são estereótipos disfarçados. Tudo isso provoca uma homogeneização comportamental: todos tendem a ser iguais.
“Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente, eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema”
3. Sociedade de consumo
O “eu” é uma ilusão? A ideia de ilusão, nesse caso, quer dizer que existe um sensação falsa, enganosa de que os gostos e as escolhas individuais são desprovidos de influências. Esse tema, conectado ao anterior, explora a possibilidade de se argumentar em uma dissertação sobre o forte consumismo que enfrentamos há algumas décadas. Forte exemplo disso é a maneira como os produtos são divulgados e como o consumidor é atingido por essas propagandas. Normalmente, os bens de consumo são apresentados como inovadores e até mesmo o aumento de seu preço impulsiona sua compra, devido à impressão de conquista de status. Sendo assim, a propaganda influencia na sociedade porque provoca esse desejo de consumo, que muitas vezes é supérfluo.
4. O mal-estar contemporâneo?
“Digam o que disserem
O mal do século é a solidão
Cada um de nós imerso em sua própria
arrogância
Esperando por um pouco de afeição” (Renato Russo)
Em uma espécie de neo-romantismo, a civilização ocidental contemporânea parece viver uma espécie de mal-estar no mundo: a solidão. Sempre vista como um sentimento ruim, já que somos seres sociais e sociáveis, a solidão hoje ganha força como uma vantagem, um benefício para o ser humano.
Ela pode ser uma forma de promover autoconhecimento, onde o indivíduo para pra refletir quais são os seus gostos, suas vontades, suas necessidades sem necessariamente se espelhar no outro. Serve também como fuga da pressão do dia a dia, uma possibilidade de recarga de energias. Um bom exemplo disso está no filme “Na Natureza Selvagem”, que conta a história de Christopher McCandless, um jovem que embarca numa jornada de autoconhecimento e busca pela real felicidade.
“Qual o segredo da felicidade?
Será preciso ficar só pra se viver?” (Paula Toller)