Na interação gênica, descobrimos que nem sempre a Primeira Lei de Mendel se aplica.
E aí! Então, galera, na Primeira Lei de Mendel, vimos que cada par de genes expressa uma característica (como a cor das ervilhas, ou a textura da casca), e que esses genes vêm dos pais, cada um doando um para o filho, através dos gametas. Na interação gênica, descobrimos que nem sempre é assim, e que dois ou mais pares de genes podem estar envolvidos na expressão de uma única característica.
Os exemplos mais clássicos vistos na hora de estudar Genética geralmente envolvem galinhas e camundongos, mas isso não significa que esses fenômenos não ocorram na espécie humana. Agora vamos dar uma olhada nisso. 😉
1) Epistasia e Albinismo
Todos conhecem o albinismo lá dos exercícios de Primeira Lei de Mendel. O que vocês talvez não saibam é que o albinismo é, também, uma epistasia recessiva! Vejam bem, quando os genes recessivos aa estão juntos, eles inibem a ação de outros genes, aqueles responsáveis pela pigmentação da pele. A epistasia é exatamente isso: um gene inibindo outro par que não é seu alelo; ela pode se manifestar de forma dominante (quando o gene dominante é o epistático) ou recessiva (quando o par recessivo é o epistático, como o caso do albinismo).
2) Genes Complementares e Surdez
Genes complementares, ou herança qualitativa, são vários genes não-alelos atuando de forma complementar na expressão de uma característica qualitativa, como é o caso da crista das galinhas (que possui diferentes formatos de acordo com a presença de determinados genes!).
Na espécie humana, a surdez hereditária é o melhor exemplo. O gene D determina o desenvolvimento embrionário de uma região importante para a audição, enquanto o gene E é responsável por condicionar a formação do nervo acústico. Se o indivíduo for homozigoto recessivo para algum desses genes, ele será surdo, já que não haverá a formação de uma parte fundamental do aparelho auditivo. Sendo assim, o genótipo de um indivíduo normal deverá ser, obrigatoriamente, D_E_.
3) Herança Quantitativa e Cor da Pele
A Herança Quantitativa ocorre quando vários genes não-alelos atuam de forma aditiva na expressão de uma característica quantitativa, com fenótipos não muito bem diferenciados.
Na espécie humana, o exemplo mais claro disso é a cor da pele, que simplificamos dizendo que é definida por S e T. Quanto mais aditivos, mais escura será a pele, ou seja, um humano sstt será branco, enquanto SSTT será negro. Os fenótipos intermediários variam em tons de mulato, dependendo da quantidade de aditivos (Sstt, por exemplo, só tem um aditivo, logo, é um mulato claro, enquanto SSTt possui três aditivos, sendo um mulato escuro).
4) BÔNUS: Pleiotropia e Síndrome de Marfan
A pleiotropia não é uma interação gênica. Na verdade, ela é justamente o oposto: é um par de genes expressando diversas características. Estamos aproveitando o gancho aqui pra falar dela e mostrar que nem sempre as Leis de Mendel se aplicam, tanto pra diversos genes formando uma característica quanto para um par expressando diversas.
A Síndrome de Marfan é expressa por um par de alelos, e condiciona diversas alterações no portador, como aracnodactilia (dedos alongados), defeitos cardíacos (o peito inclusive é afunilado, formando uma depressão no centro) e problemas na formação dos olhos.
Então é isso, pessoal. Esses são alguns exemplos de Interação Gênica, um tema que costuma cair no vestibular. Até a próxima!
JÁ SACOU TUDO SOBRE INTERAÇÃO GÊNICA? AGORA CONFIRA NOSSA PÁGINA DO GABARITO ENEM 2016!