Entender a complexa questão da Palestina é fundamental não apenas do ponto de vista histórico e geopolítico, mas também para compreender as tensões regionais e globais que moldam o mundo contemporâneo.
Neste texto, vamos explorar as origens do conflito entre israelenses e palestinos, bem como destacar a relevância desse tema para quem está se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A compreensão das raízes históricas, dos interesses das partes envolvidas e das implicações globais desse conflito é crucial não apenas para responder questões do ENEM, mas também para uma apreciação mais profunda das dinâmicas políticas, culturais e sociais que permeiam a região do Oriente Médio e, de fato, o mundo em geral.
Questão Palestina: você sabe por que os conflitos no Oriente Médio estão acontecendo?
Se você pesquisar sobre o Oriente Médio neste momento, com certeza encontrará inúmeras matérias recentes falando sobre refugiados, conflitos entre israelenses e palestinos, etc. De fato, um barril de pólvora. Mas você sabe por que esses conflitos estão acontecendo? Não? Então você precisa ler esse resumo!
O que é o Oriente Médio?
O Oriente Médio é um termo que se refere a uma área geográfica à volta das partes leste e sul do mar Mediterrâneo. Essa área geográfica inclui países como Turquia, Jordânia, Arábia Saudita, Irã, Iraque, Iêmen e a região da Palestina, onde também se encontra o Estado de Israel.
Apesar das diferentes etnias que ocupam esta região, existem elementos que lhes dão uma identidade comum, como a língua árabe e a religião islâmica, professada por algumas sociedades. O islamismo, uma das três maiores religiões monoteístas do mundo, possui grande expressividade no Oriente Médio.
Por isso, para entender os conflitos na Palestina, é necessário entender como se deu a fragmentação do Império Islâmico, também chamado de Império Turco-Otomano, ocorrida no pós-Primeira Guerra Mundial, com o fim da chamada Era dos Impérios. Com o desmembramento do Império, nem todos países tiveram sua independência reconhecida, como foi o caso do Iraque e da nossa protagonista, Palestina, que ficaram sob a tutela da Inglaterra.
Essa dependência potencializará conflitos entre os povos do Oriente Médio a partir de um importante episódio: a criação do Estado de Israel.
Mapa do oriente médio Israel e Palestina
Entender o mapa do Oriente Médio é fundamental para uma compreensão completa da questão da Palestina, pois essa região geograficamente complexa desempenha um papel central no conflito entre israelenses e palestinos. O Oriente Médio é o epicentro de importantes recursos naturais, estratégias geopolíticas e tensões religiosas. Diversos países, etnias e culturas coexistem nessa área, o que gera um cenário de complexidade política e histórica. Compreender a disposição dos países, fronteiras e os interesses de potências regionais e globais no Oriente Médio é essencial para analisar a dinâmica do conflito israelo-palestino, as alianças e rivalidades existentes, bem como os desafios e oportunidades que moldam a busca por uma solução duradoura. Portanto, o mapa da região é uma ferramenta crucial para contextualizar a questão da Palestina e suas múltiplas dimensões.
O sionismo e o Estado de Israel
Durante muitos anos e depois de inúmeras diásporas, os judeus buscavam sua terra santa. No fim do século XIX, surgiu o movimento sionista, que tinha como objetivo criar um Estado judeu na região da Palestina, considerada berço do judaísmo. No entanto, essa região estava ocupada por árabes-palestinos.
Com o holocausto ocorrido na Segunda Guerra Mundial, cresceram as migrações de povos judaicos para a região da Palestina, aumentando as pressões pela criação do Estado de Israel, que acabou sendo fundado pela ONU em 1948. A Organização das Nações Unidas decidiu dividir o território da Palestina em dois Estados Independentes, o Estado da Palestina e o Estado de Israel, decisão que não foi bem recebida pelos palestinos.
De acordo com a divisão feita pela ONU, os árabes ficariam com a região da Cisjordânia e da Faixa de Gaza; Jerusalém, como região sagrada para as principais religiões monoteístas, seria um território neutro. Porém, isso gerou um grande descontentamento entre os árabes, que, apesar de representarem 2/3 da população, ficaram com apenas pouco mais de 40% do território. Não demorou para que eclodissem intensos conflitos entre palestinos e israelenses.
Conflitos entre palestinos e israelenses
Diante das crescentes insatisfações, os países árabes criaram a Liga Árabe para lutar contra Israel. Anos depois, em 1964, surgiu a Organização pela Liberdade da Palestina (OLP), que, através do FATAH, liderado por Yasser Arafat, defendia a luta armada com o objetivo de destruir o Estado de Israel.
O primeiro conflito não tardou. Logo após a criação do Estado de Israel, ocorreu a Primeira Guerra Árabe-Israelense: a Liga Árabe, insatisfeita com a Partilha da Palestina, declarou guerra a Israel. A vitória israelense impulsionou um processo expansionista de Israel que ocupou a Galiléia e o deserto de Neguev. A partir da década de 1950, já havia quase um milhão de palestinos vivendo em campos de refugiados.
Outros importantes conflitos ocorreram entre palestinos e israelenses, como a Guerra dos Seis Dias e a Guerra do Yom Kippur. Insatisfeito com as ofensivas árabes, Israel manteve sua política expansionista e anexou a Península do Sinai, a Cisjordânia e as Colinas de Golã, na Guerra dos Seis Dias.
Como resposta, os árabes atacaram Israel durante um importante feriado judeu, o dia do Yom Kippur (dia do perdão). Com a ajuda dos Estados Unidos, os israelenses derrotaram os árabes, que não se deram por vencidos. Os países árabes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) realizaram uma grande represália aos Estados Unidos, prejudicando toda a economia mundial: aumentaram os preços do barril de petróleo em 300%, iniciando a primeira crise do petróleo, de 1973.
Diante da medida árabe, os Estados Unidos começaram a pensar em medidas conciliatórias entre palestinos e israelenses.
Leia também o post: 4 principais conflitos do Oriente Médio
A ocupação e colonização da faixa de gaza
A ocupação e colonização da Faixa de Gaza remontam às tensões históricas e complexas na região do Oriente Médio. Inicialmente, a Faixa de Gaza foi parte do Mandato Britânico da Palestina, que se estendeu de 1920 a 1948. Após a criação do Estado de Israel em 1948 e a subsequente guerra árabe-israelense, a Faixa de Gaza foi ocupada pelo Egito, que a controlou até 1967.
Nesse ano, durante a Guerra dos Seis Dias, Israel tomou o controle da Faixa de Gaza, juntamente com a Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Embora Israel tenha desengajado unilateralmente da Faixa de Gaza em 2005, retirando suas tropas e colonos, manteve um bloqueio que limitou severamente a entrada e saída de pessoas e bens, efetivamente mantendo um controle significativo sobre a região. Essa ocupação e colonização da Faixa de Gaza têm sido um dos principais impulsionadores do conflito israelo-palestino, gerando contínuos debates e tensões no cenário internacional.
E agora?
A partir da década de 80, as relações entre árabes e israelenses se acirraram. Alguns jovens palestinos, que consideravam a atuação da OLP muito moderada, criaram o Movimento de Resistência Islâmica, o Hamas, que teve forte atuação no movimento contra a opressão de Israel, nos anos 80 e 90, a partir das chamadas Intifadas (rebeliões populares).
Em 1993, mediado pelos Estados Unidos, israelenses e palestinos assinaram os Acordos de Oslo, no qual representantes da OLP reconheceram a criação do Estado de Israel. No entanto, atualmente, setores radicais israelenses e palestinos ainda mantêm intensos conflitos pela ocupação da região da Palestina.
Veja também o vídeo do nosso canal explicando o Ataque do Hamas em Israel em Outubro de 2023
Exercícios sobre a questão da Palestina
Questão 1. (Ufrs)
A ocupação e colonização da Faixa de Gaza, Cisjordânia e das Colinas de Golan por Israel sobre seus vizinhos árabes, foi iniciada a partir da
a) Guerra dos Seis Dias (1967).
b) Guerra do Yom Kippur (1973).
c) Revolução Islâmica (1979).
d) Intifada (1987).
e) Guerra do Golfo (1991).
Questão 2. (Cesgranrio)
Quanto aos conflitos entre árabes e israelenses, podemos dizer que:
I – se aceleram com a partilhada Palestina realizada pela ONU em 1947, que deu origem ao Estado de Israel ede que decorreu a guerra de 1948/49, que terminou com um acordo de cessar fogoem que ficava estabelecida a divisão de Jerusalém e a fixação das fronteirasentre Israel e os países árabes.
II – na década de 1960, osconflitos adquirem maior violência em função do aumento dos atos terroristaspalestinos e da aliança militar e política entre Egito, Síria e Jordânia, o queleva ao bloqueio econômico de Israel e dá Início à Guerra dos Sete Dias.
III – na década de 1970, osconflitos determinam a explosão da Guerra do Yom Kippur, em 1973, de queresulta a fixação dos limites territoriais no Oriente Médio e o reconhecimentopor parte de Israel, da OLP, comandada por Arafat, como representante legítimados interesses palestinos.
Assinale a opção que contéma(s) afirmativa(s) correta(s):
a) Apenas I
b) Apenas I e II
c) Apenas II
d) Apenas II e III
e) Apenas III
GABARITO
1. A
Comentário da questão 1:
A questão se refere às principais consequências da Guerra dos Seis Dias, na qual Israel, em uma medida expansionista, anexou ao seu território as regiões da Faixa de Gaza, da Cisjordânia e as Colinas de Golã.
2. A
Comentário da questão 2:
Os conflitos na região da Palestina se intensificaram com a criação do Estado de Israel, fruto da Partilha da Palestina. Após esse episódio, ocorreram diversos conflitos, como a Guerra dos Seis Dias e a Guerra do Yom Kippur, que teve como principal consequência o aumento do preço dos barris de petróleo e a crise do petróleo.
Quer se aprofundar nos conteúdos sobre a questão da palestina? Baixe agora o material sobre “Israel x Palestina” do Fofoca Geopolítica!
Confira também todos os matérias aprofundados sobre Geopolítica.
Conheça o cursinho de preparatório para o Enem da Descomplica e mergulhe em um aprendizado dinâmico que vai te preparar para fazer a melhor prova da sua vida!