Redação Exemplar
O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira
Mens sana in corpore sano
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), não há uma definição exata para saúde mental, contudo, de maneira abrangente, entende-se que o termo está relacionado à forma como um indivíduo reage às exigências, aos desafios e às mudanças da vida humana. Hodiernamente, a cultura da superprodutividade e as redes sociais maculam quem parece estar fora do padrão instituído como normal, causando, assim, dilemas psicossociais gravíssimos.
Em primeiro plano, diante de um contexto de exploração capitalista, em que o lucro é uma prerrogativa soberana, os homens se tornaram máquinas de trabalho e resultado, não sem consequências devastadoras. Para o filósofo sul coreano Byung-Chul Han, em seus títulos A Sociedade do Cansaço e A expulsão do Diferente, o ciclo vicioso da autoexploração e da padronização de condutas e costumes tem feito da onda de doenças mentais um tsunami.
Importante destacar o quanto o estigma de fraqueza e marginalização de quem não atende às expectativas do sistema social é perigoso. As redes sociais, com postagem de vidas perfeitas, pasteurizam o que significa ser feliz e equilibrado. Tal fato cria um deserto de (des)ilusão para os que se veem desamparados em momentos ou em quadros de transtorno emocional, sendo taxados de inertes e improdutivos.
Por fim, faz-se primordial a discussão e a valorização da gestão emocional a partir da união de esforços do Ministério da Educação e da Saúde com medidas preventivas e paliativas. Nas escolas, dentro dos currículos, seguindo as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular, a partir da formação e preparação dos professores, devem ser fortalecidas as competências socioemocionais, promovendo dinâmicas e debates que autorizem o compartilhar das emoções, formando adultos mais preparados psicologicamente para o futuro. Além disso, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) devem ser expandidos e equipados para, que cada vez mais, possam atender e apoiar o cidadão brasileiro que se vê desamparado na luta inglória de manter mente e corpo sãos na era digital.