Retrato de homem
A paisagem estrita
ao apuro do muro
feito vértebra a vértebra
e escuro.
A geração dos pelos
sobre a casca e os rostos
em seus diques de sombra
repostos.
Os poços com seu lodo
de ira e de tensão:
entre cimento e fronte
— um vão.
As setas se atiram
às margens de ninguém,
ilesas a si mesmas
retêm.
Compassos de evasão
entre falange e rua
sondando a solitude
nua.
E na armadura de coisa
salobra, um só segredo:
a polpa toda é fruição
de medo.
ARAÚJO, L.C. Cantochão. Belo Horizonte: Imprensa Publicações — Governo do Estado de Minas Gerais, 1967.
As imagens contidas ao longo do poema “escuro”, “sombra”, “vão”, evasão”, “nua” e “medo” reforçam a ideia de que existem sentimentos de vazio e angústia, termos contidos na opção A.