Questão 41 da prova azul do primeiro dia do Enem 2020

Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público, certo de que a língua portuguesa é emprestada ao Brasil; certo também de que, por esse fato, o falar e o escrever em geral, sobretudo no campo das letras, se veem na humilhante contingência de sofrer continuamente censuras ásperas dos proprietários da língua; sabendo, além, que, dentro do nosso país, os autores e os escritores, com especialidade os gramáticos, não se entendem no tocante à correção gramatical, vendo-se, diariamente, surgir azedas polêmicas entre os mais profundos estudiosos do nosso idioma — usando do direito que lhe confere a Constituição, vem pedir que o Congresso Nacional decrete o tupi-guarani como língua oficial e nacional do povo brasileiro.

BARRETO. L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 26 jun. 2012

Nessa petição da pitoresca personagem do romance de Lima Barreto, o uso da norma-padrão justifica-se pela

  1. situação social de enunciação representada.
  2. divergência teórica entre gramáticos e literatos.
  3. pouca representatividade das línguas indígenas.
  4. atitude irônica diante da língua dos colonizadores.
  5. tentativa de solicitação do documento demandado.

Gabarito da questão

Opção A

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Comentário da questão

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Por se tratar de pedido feito ao Congresso Nacional, utilizando prerrogativas da Constituição, é natural que seja necessária a adequação da linguagem ao contexto de enunciação social. Por isso, Policarpo fez uso da norma culta padrão. 

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