Questão 09 da prova azul do primeiro dia do Enem 2020

É possível afirmar que muitas expressões idiomáticas transmitidas pela cultura regional possuem autores anônimos, no entanto, algumas delas surgiram em consequência de contextos históricos bem curiosos. “Aquele é um cabra da peste” é um bom exemplo dessas construções.

Para compreender essa expressão tão repetida no Nordeste brasileiro, faz-se necessário voltar o olhar para o século 16. “Cabra” remete à forma com que os navegadores portugueses chamavam os índios. Já “peste” estaria ligada à questão da superação e resistência, ou mesmo uma associação com o diabo. Assim, com o passar dos anos, passou-se a utilizar tal expressão para denominar qualquer indivíduo que se mostre corajoso, ou mesmo insolente, já que a expressão pode ter caráter positivo ou negativo. Aliás, quem já não ficou de “nhenhe-nhém” por aí? O termo, que normalmente tem significado de conversa interminável, monótona ou resmungo, tem origem no tupi-guarani e “nhém” significa “falar”.

Disponível em: http:///leiturasdahistoria.uol.com.br. Acesso em: 13 dez. 2017

A leitura do texto permite ao leitor entrar em contato com

  1. registros do inventário do português brasileiro.
  2. justificativas da variedade linguística do país.
  3. influências da fala do nordestino no uso da língua.
  4. explorações do falar de um grupo social específico.
  5. representações da mudança linguística do português.

Gabarito da questão

Opção A

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Comentário da questão

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O texto faz o retrospecto de algumas expressões de uso popular, como “cabra da peste” e “nhe nhe nhe”. Por isso a resposta correta fala sobre um inventário do português brasileiro, ou seja, trata-se de uma descrição, uma enumeração dos percursos semânticos desses termos até o uso nos nossos tempos.

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