Os soviéticos tinham chegado a Cuba muito cedo na década de 1960, esgueirando-se pela fresta aberta pela imediata hostilidade norte-americana em relação ao processo social revolucionário. Durante três décadas os soviéticos mantiveram sua presença em Cuba com bases e ajuda militar, mas, sobretudo, com todo o apoio econômico que, como saberíamos anos mais tarde, mantinha o país à tona, embora nos deixasse em dívida com os irmãos soviéticos – e depois com seus herdeiros russos – por cifras que chegavam a US$ 32 bilhões. Ou seja, o que era oferecido em nome da solidariedade socialista tinha um preço definido.
PADURA, L. Cuba e os russos. Folha de São Paulo, 19 jul. 2014 (adaptado).
As relações de dependência entre Cuba e União Soviética durante a Guerra Fria demonstram a subordinação da ilha em relação a potência hegemônica. Isso pode ser percebido através do endividamento cubano com a URSS, assim como pela crise ocorrida no país após o fim da Guerra Fria. Tal relação subordinação também pode ser percebida no desfecho da “crise dos mísseis”, quando as negociações foram realizadas entre EUA e URSS sem a participação das lideranças cubanas.