Questão 129 da prova azul do segundo dia do Enem 2015

Aquarela

O corpo no cavalete
é um pássaro que agoniza
exausto do próprio grito.
As vísceras vasculhadas
principiam a contagem
regressiva.
No assoalho o sangue
se decompõe em matizes
que a brisa beija e balança:
o verde – de nossas matas
o amarelo – de nosso ouro
o azul – de nosso céu
o branco o negro o negro

CACASO. In: HOLLANDA, H. B (Org.). 26 poetas hoje. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2007.

Situado na vigência do Regime Militar que governou o Brasil, na década de 1970, o poema de Cacaso edifica uma forma de resistência e protesto a esse período, metaforizando:

  1. as artes plásticas, deturpadas pela repressão e censura.
  2. a natureza brasileira, agonizante como um pássaro enjaulado.
  3. o nacionalismo romântico, silenciado pela perplexidade com a Ditadura.
  4. o emblema nacional, transfigurado pelas marcas do medo e da violência.
  5. as riquezas da terra, espoliadas durante o aparelhamento do poder armado.

Comentário da questão

Integrante do grupo da poesia marginal, Cacaso explora a bandeira nacional, representada por meio de suas cores, que simbolizam as riquezas da pátria, em um contexto marcado por violência e opressão.

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Gabarito da questão

Opção D

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Assunto

Cacaso

Interpretação Textual

Poesia Marginal