Questão 44 da prova azul do primeiro dia do Enem 2012

Próximo da Igreja dedicada a São Gonçalo nos deparamos com uma impressionante multidão que dançava ao som de suas violas. Tão logo viram o Vice-Rei, cercaram-no e o obrigaram a dançar e pular, exercício violento e pouco apropriado tanto para sua idade quanto posição. Tivemos nós mesmos que entrar na dança, por bem ou por mal, e não deixou de ser interessante ver numa igreja padres, mulheres, frades, cavalheiros e escravos a dançar e pular misturados, e a gritar a plenos pulmões “Viva São Gonçalo do Amarante”.

Barbinais, Le Gentil. Noveau Voyage autour du monde. Apud: TINHORÃO, J. R. As festas no Brasil Colonial. São Paulo: Ed. 34, 2000 (adaptado).

O viajante francês, ao descrever suas impressões sobre uma festa ocorrida em Salvador, em 1717, demonstra dificuldade em entendê-la, porque, como outras manifestações religiosas do período colonial, ela

  1. seguia os preceitos advindos da hierarquia católica romana.
  2. demarcava a submissão do povo à autoridade constituída.
  3. definia o pertencimento dos padres às camadas populares.
  4. afirmava um sentido comunitário de partilha da devoção.
  5. harmonizava as relações sociais entre escravos e senhores.

Comentário da questão

Por mais que pareça algo contrário ao sentido exploratório do Brasil Colônia as devoções e manifestações religiosas tinham por muitas vezes um caráter interativo e popular. Isso evidencia o sincretismo religioso e deixa claro a intensão da inserção de novos fiéis por parte da igreja católica. Todo esse cenário impactou o viajante francês, pois, este tipo de interação não era comum na Europa.

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Gabarito da questão

Opção D

Questões correspondentes

37 30 34

Assunto

Brasil Colônia

Sincretismo Cultural

Sincretismo Religioso