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Introdução ao período contemporâneo

Nesse módulo, a professora Larissa Rocha aborda os pontos mais importantes sobre Schopenhauer, Kierkegaar, Nietzsche e Freud. Fica ligado!

Fragmentos sobre Kierkgaard

Os pensamentos de Schopenhauer

Nietzsche e a moral

Nietzsche e a religião

Freud e a consciência

Introdução ao período contemporâneo

Embora não haja uma data precisa que marque o início da filosofia contemporânea, sabe-se que ela é fruto de uma ruptura com o pensamento moderno, que pode ser verificada a partir de meados do século XIX e que perdura até os nossos dias. Dentre os principais nomes do período destacamos: Kierkegaard, Schopenhauer, Nietzsche e Freud.

Søren Kierkegaard

Søren Kierkegaard (1813-1855) foi um filósofo dinamarquês que ficou conhecido como um dos precursores do existencialismo contemporâneo, que tem como característica principal a imersão na realidade concreta dos indivíduos, tratando de questões como a angústia, o medo, a morte, desespero, a alienação, o absurdo, o tédio, entre outros. Seu pensamento se opôs a algumas das ideias presentes na filosofia de Hegel, como por exemplo, a de que a razão é o único meio capaz de estabelecer a verdade. Por mais que o existencialismo seja comumente associado a uma forma de ateísmo, podemos afirmar que não é bem esse o caso, pois Kierkegaard era um cristão devoto e nunca abandonou a fé. Por isso, suas ideias fazem parte do chamado de existencialismo "cristão".

Para lidar com a angústia, que decorre da incerteza diante das nossas escolhas, Kierkegaard apresenta três tipos de estádios. Os estádios nada mais são do que formas de entender e conduzir a vida.

O estádio estético é o modo de conduzir as escolhas a partir de interferências externas, sem muita reflexão, está ligado ao imediatismo e à superficialidade.

O estádio ético é o modo de guiar as escolhas a partir de valores éticos. Embora nesse estádio haja reflexão, os valores são entendidos como absolutos e inalteráveis, de modo que o indivíduo se torna uma espécie de prisioneiro de si mesmo.

O estádio religioso, apesar do nome, não se trata de um dogmatismo, mas sim de entender a fé, ou seja, de confiar nas próprias escolhas. Nessa perspectiva, o indivíduo realiza o chamado salto na fé, tendo plena consciência de que as suas podem estar erradas, sabendo que as suas expectativas podem não ser cumpridas.

Os pensamentos de Schopenhauer

Arthur Schopenhauer (1788-1860) foi um grande filósofo alemão, conhecido principalmente por sua obra O Mundo como Vontade e Representação, tendo influenciado pensadores como Nietzsche, Kierkegaard, Freud, Jung, e artistas como Jorge Luis Borges, Rilke, entre outros. Schopenhauer se apropria de elementos do budismo e de alguns aspectos da filosofia kantiana para construir uma ética da compaixão. Embora aceite a divisão kantiana da realidade em fenômenos (que podem ser experimentados pelo sujeito) e coisa-em-si (que não pode ser experimentada pelo sujeito), Schopenhauer propõe que aquilo que corresponde à coisa-em-si chega até nós por meio da representação.

Outro ponto importante da filosofia de Schopenhauer é a ideia de vontade. Mas, antes de dizermos o que a vontade é, comecemos por dizer o que ela não é. Vontade não é um simples querer, mas o direcionamento natural para a vida. Para Schopenhauer, a vontade constitui a essência do homem e do mundo e se revela no corpo, no efeito percebido nas questões que envolvem "dor e prazer". Ela se direciona a uma infinidade de desejos, que nunca podem ser completamente satisfeitos. Essa insatisfação é o que nos leva ao sofrimento. Segundo Schopenhauer, só há duas opções para escapar do pessimismo causado pelo sofrimento. Por um lado, a negação constante dos desejos, por outro, lado a contemplação estética.

Nietzsche

Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900) foi um grande filósofo alemão, tendo escrito textos sobre a religião, a moral, a cultura contemporânea, filosofia e ciência. Todo o pensamento nietzschiano se fundamenta num resgate das forças vitais e instintivas do homem, que foram submetidas à razão ao longo da tradição filosófica que remonta, em última instância, à figura de Sócrates. Nietzsche é um crítico ferrenho da chamada moralidade tradicional. Para Nietzsche, há dois tipos de moral: a moral do senhor e a moral do escravo. A primeira, pauta as suas decisões pelas consequências, a segunda se apoia nas intenções.

A morte de Deus

Em sua célebre frase: “Deus está morto”, Nietzsche constata que a fé começa a perder espaço na Europa. Ou seja se, num dado momento histórico do Ocidente, Deus era o centro do conhecimento, da sociedade e das concepções políticas, no período em que Nietzsche está inserido, o que se verifica é a gradativa descrença nessa realidade suprassensível. A partir daí, anula-se toda a tentativa de estabelecer valores que se fundamentem na autoridade da religião e se instaura o questionamento. Dois fatores foram de grande importância para esse processo, quais sejam, o desenvolvimento da ciência como base das explicações e o abandono da ideia de essência. A morte de Deus consiste, portanto, nessa alteração tanto de valores quanto da base das justificativas.

Niilismo e o último homem 

Niilismo é a experiência radical de redução do mundo a nada em seus valores. Diante desse contexto de crise dos valores, o último homem é aquele que possui uma força de superação e que, por isso, é capaz de transformar o niilismo em orgulho e vitalidade. Ele julga estar acima daqueles que ainda buscam um sentido para a realidade, justamente por reconhecer que a vida é uma indeterminação originária, isto é, apenas um jogo de forças e mudanças. Desse modo, Nietzsche critica a busca por uma fundamentação racional dos valores, que perdura desde Sócrates.

Além-do-homem

Para Nietzsche, o super-homem ou além-do-homem é aquele que está sempre se superando e efetuando suas potências. É o homem que se entende como parte da dinâmica da vontade de poder. Esse homem transfigura os valores a partir da dinâmica e da compreensão de que ele mesmo é que deve dar seu sentido de ser. Portanto, sua meta é a criação de novos valores.

Freud

Sigmund Freud (1856-1939) foi um médico neurologista e filósofo responsável pela criação da psicanálise, conjunto de conhecimentos novos sobre a realidade psíquica do ser humano, sobretudo o conceito de inconsciente, que transformou a forma do ser humano enxergar a si próprio e os limites da sua própria consciência.  Aplicou o método investigativo, através do qual seria possível interpretar aquilo que dizemos, assim como nossos sonhos, imaginações, pensamentos vagos, no sentido de tornar conscientes aquelas ideias e desejos que habitam o nosso inconsciente e que, exatamente por isso, temos o hábito de recalcar.  Essas novas ideias deram origem a novas formas de tratamento psíquico. Torna-se possível, através da psicanálise, o tratamento de enfermidades, como a neurose, através da fala e da interpretação daquilo que é dito pelo paciente.

A psicanálise freudiana baseia-se em duas noções fundamentais. A primeira, é a ideia de que grande parte dos processos psíquicos são inconscientes. A segunda, a ideia de que os processos psíquicos inconscientes são dominados por tendências sexuais (libido). Igualmente importante nas teorias de Freud são os conceitos de Id, Ego e Superego. Vejamos:

Id consiste nos nossos desejos e instintos primitivos, é aquilo que, portanto, nasce conosco, a parte psíquica responsável pelas nossas pulsões.  É a partir do Id que surgem os outros dois aspectos de nossa psique.

Ego é a instância psíquica responsável por regular os nossos instintos básicos, buscando certo equilíbrio. Desse modo, o Ego nos ajuda a tentar satisfazer os nossos impulsos de maneira menos imediatista e a nos equilibrar psicologicamente dentro do mundo no qual vivemos.

Superego se refere à representação de ideais e de valores morais por parte dos indivíduos, fazendo com que o Ego perceba aquilo que é ou não, por exemplo, moralmente aceito dentro daquela sociedade da qual o indivíduo faz parte.