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menina procurando um livro em uma estante de livros para estudar um resumo sobre o período colonial

Confira um resumo sobre período Brasil Colônia e veja o que aconteceu

Pensando na sua preparação paro Enem, preparamos um conteúdo completo sobre a Brasil Colônia para você. Confira aqui e estude com a gente.

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Nos estudos da história do Brasil colonial, muitas vezes o foco é a parte econômica. Os famosos “ciclos”, do açúcar, do ouro, do café e de outros produtos recebem grande atenção.

Entretanto, outros aspectos desse passado também são relevantes, sobretudo em vestibulares. A história cultural, abordando a mentalidade colonial, as manifestações artísticas, as festas. A história social, compreendendo a relação entre os colonizadores, nativos e a escravidão.

Assim, destaco, por ora, a importância também da história política do período colonial no Brasil. Afinal, o que foi o período colonial no brasil? Como ocorreu a administração da colônia americana? Como se dava a instituição dos poderes entre os colonizadores? Como foi imposto os interesses da metrópole?

Mapa de Joan Blaeu de 1640 já com a nova denominação de várias capitanias.

Tratados e limites

Antes da chegada dos portugueses em 1500, a organização política da colônia já estava acordada. Em 1494, o Tratado de Tordesilhas definiu politicamente os limites entre os territórios espanhóis e portugueses.

O acordo foi remodelado ainda outras vezes, como em 1713, com o Tratado de Utrecht e, em 1750, com o Tratado de Madri. Tais acordos foram fundamentais para que a colônia portuguesa demarcasse e ampliasse seu território. 

Vale destacar que essas fronteiras durante séculos foram contestadas e bagunçadas pelos colonos. Entre 1580 e 1640, por exemplo, com a criação da União Ibérica, os bandeirantes adentraram e ocuparam parte do território espanhol. Logo, com o fim da União, novos acordos políticos foram necessários. 

Essas questões mais internacionais também influenciaram na ocupação e administração da colônia. Apesar dos portugueses negligenciarem uma ocupação e exploração mais efetiva do território até 1530, ainda havia preocupações.

Tendo em vista que holandeses, espanhóis e franceses constantemente ameaçavam os acordos territoriais, era necessária uma proteção da colônia. 

Assim, em 1531 chegou ao Brasil a expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza, com homens, armas, sementes e ferramentas prontas para tomar posse. A expedição garantiu o domínio na foz do Rio da Prata e fundou as vilas de São Vicente e Santo André. Ainda graças a essa expedição, a distribuição de sesmarias foi garantida, iniciando o projeto açucareiro. 

Administração do território

O temor das invasões estrangeiras, como visto, movimento a metrópole para ações mais firmes quanto a colonização. Para ocupar e administrar o território de forma organizada, além das vilas e sesmarias, foi adotado o sistema de Capitanias Hereditárias

Este modelo, já utilizado anteriormente pelos portugueses, correspondia a divisão da colônia em faixas de terra. Cada pedaço seria doado a nobres portugueses através de cartas de doação e forais. Assim, com base nesses documentos, os capitães donatários se comprometeriam a ocupar, proteger e explorar o território. 

Inicialmente foram criadas 15 capitanias, mas em muitos casos os capitães-donatários não vieram tomar posse. Assim, apenas 2 chegaram a prosperar, Pernambuco e São Vicente.

No caso pernambucano, as condições da terra e o trabalho de Duarte Coelho foram fundamentais para a economia açucareira. 

Assim, tendo em vista o fracasso das outras capitanias e o excesso de autonomia dado, em 1548, a metrópole decidiu centralizar a administração.

Criou-se assim um governo-geral, com sede em Salvador. Logo, o Governador-Geral deveria centralizar as atribuições anteriormente dadas aos capitães-donatários. Este teria que: 

  • proteger a terra e os colonos;
  • garantir o sucesso do açúcar; 
  • fundar povoações; 
  • explorar o território;  
  • garantir a manutenção do pacto colonial.

Com o governo-geral, novos cargos administrativos também foram criados, como:

  • Provedor-mor: Funcionário responsável pelas contas da colônia e pela arrecadação de impostos.
  • Capitão-mor: Funcionário responsável pela proteção da colônia e dos colonos.
  • Ouvidor-mor: Funcionário responsável pelas questões jurídicas na colônia.

Durante o período de União Ibérica, ainda houve uma divisão administrativa da colônia. Em 1621, criou-se o estado do Maranhão, com sede em Belém e, ao sul, o estado do Brasil, com sede ainda em Salvador.

Em 1774, no entanto, o estado do Maranhão é reintegrado ao estado do Brasil. Entretanto, passa a responder a nova sede da colônia, que desde 1763 se encontrava no Rio de Janeiro.

Fiscalização e legislação na colônia

No âmbito geral, a administração valorizava as capitanias e os governos-gerais, mas, os problemas locais eram cuidados pelas câmaras municipais. Ou seja, nas vilas e cidades espalhadas pelas colônias, eram as câmaras que:

  • Cuidavam de problemas políticos, jurídicos e econômicos;
  • Realizavam obras públicas e zelavam pela conservação das vilas;
  • Realizavam ações judiciais e criavam regras locais.

Essas câmaras, normalmente, eram compostas por 3 ou 4 homens ricos, que eram grandes proprietários de terras e escravizados. Estes vereadores eram conhecidos como “homens bons” e liderados por um juiz de fora (quando nomeado por autoridade régia) ou ordinário (quando eleito). 

Outro importante sistema administrativo utilizado no Brasil foi criado no século XVIII, para controlar a produção aurífera. Em 1702, foram criadas as Intendências das Minas, em todas as capitanias que existiam exploração do ouro. Essas intendências tinham como função:

  • Distribuir lotes para serem explorados;
  • Cobrança de impostos como o quinto;
  • Garantir o sucesso da exploração aurífera;
  • Combater o contrabando.

Além da Intendência das Minas, em 1720, para aprofundar ainda mais a administração aurífera, a metrópole ainda instalou as Casas de Fundição. Essas, por sua vez, seriam responsáveis pela transformação do ouro em barras. Após esse processo, era retirado o quinto e, enfim, colocado o selo da Coroa. 

O prédio onde funcionava a Casa de Fundição ainda existe atualmente, ocupado pelo Museu de Iguape, depois de ter sido usado sucessivamente como cadeia, quartel e Casa da Câmara. Está magnificamente restaurado e é o mais antigo edifício fazendário do Brasil.

Período colonial no Brasil: resumo para o Enem 

A colonização teve início quando várias expedições foram enviadas por Portugal, com o objetivo de reconhecer toda a costa brasileira, combatendo piratas e comerciantes franceses.

As mais importantes foram as comandadas por Cristóvão Jacques, em 1516 e 1526, que combateram os franceses. Martim Afonso também deu um chega para lá na galerinha da França e instalou em São Vicente o primeiro povoado com engenho para a produção de açúcar.

O Brasil funciona da seguinte maneira no Período Colonial: como Portugal queria nos colonizar e garantir a posse da terra, em 1534, a Coroa dividiu o território em 15 capitanias hereditrias. Elas eram imensos lotes de terra, que iam do litoral até o limite estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas.

Esses lotes foram doados a capitães (donatários), que integravam a pequena nobreza lusitana e eram responsáveis pela defesa local e colonização.

O açúcar era nosso principal produto e atingiu seu ápice na região Nordeste do Brasil. Pernambuco e Bahia bombavam loucamente na época.

Acontece que, como você pode imaginar, esse esquema de dividir terras com um monte de gente não deu certo. Foi aí que, em 1548, a Coroa criou o Governo Geral com o objetivo de organizar a administração colonial.

O primeiro governador foi Tomé de Souza (1549 a 1553), que aplicou um conjunto de leis na colônia, a pedido da Coroa, que determinava as funções administrativas, judiciais, militares e tributárias do Governo Geral.

O segundo governador geral foi Duarte da Costa (1553 a 1558) e o terceiro foi Mem de Sá (1558 a 1572).

Depois da morte de Mem de Sá e de seu sucessor Dom Luís de Vasconcelos, o governo português dividiu o Brasil em dois governos:

  • Governo do Norte, com sede em Salvador; e
  • Governo do Sul, com sede no Rio de Janeiro.

No meio dessa confusão, em 1580, Portugal e todas as suas colônias, inclusive o Brasil, ficaram sob o domínio da Espanha. A situação perdurou até 1640 e o período é conhecido como Unificação Ibérica.

Em 1621, ainda sob o domínio espanhol, o Brasil foi dividido novamente em dois estados: o Estado do Maranhão e o Estado do Brasil. Essa divisão durou até 1774, quando o Marquês do Pombal decretou a unificação.

Quais são as características do Período Colonial?

Além das unificações, separações e confusões que a gente já citou acima, é importante saber, em um resumo do Período Colonial para o Enem, que esse momento teve as seguintes características:

  • havia, basicamente, três grandes grupos étnicos: o indígena, o negro africano e o branco europeu na formação da sociedade colonial brasileira;
  • os portugueses que vieram para o Brasil pertenciam a várias classes sociais em Portugal. Grande parte deles integrava a pequena nobreza e o povo;
  • os europeus inimigos dos portugueses usavam a divergência entre algumas tribos indígenas para guerrear e usá-los a seu favor;
  • negros trazidos da África também conviviam nessa sociedade. Eles, obviamente, tinham idioma, cultura e valores distintos;
  • o engenho era o centro da vida social no Brasil Colônia. O “senhor da casa grande” concentrava todo o poder em torno de si e tinha muito prestígio;
  • a procura de metais preciosos era o sonho dos colonizadores. As descobertas começaram na década de 1690, na região de Minas Gerais. No século XVIII, a mineração era a grande fonte de riqueza da metrópole;
  • em torno do engenho, viviam mulatos, o padre, negros escravizados, o feitor, o mestre do açúcar e os trabalhadores livres.

Outros acontecimentos importantes do Período Colonial brasileiro incluem as ameaças e as invasões ao domínio português, especialmente por parte dos piratas franceses. 

A invasão francesa aconteceu em 1555, quando conquistaram o Rio de Janeiro, fundando ali a “França Antártica”. Eles foram expulsos em 1567.

Depois, em 1612, os franceses invadiram o Maranhão, onde fundaram a “França Equinocial” e a povoação de São Luís, onde permaneceram até 1615, quando foram novamente expulsos.

Houve, ainda, os ataques ingleses, que incluíam assaltos de piratas e corsários para saquear alguns portos. Eles invadiram as cidades de Santos e Recife e o litoral do Espírito Santo.

As duas invasões holandesas no Brasil aconteceram no período em que Portugal e o Brasil estavam sob domínio espanhol. A Bahia, sede do Governo Geral do estado do Brasil, foi invadida, mas eles ficaram ali por apenas um ano.

Em 1630, a capitania de Pernambuco, o maior centro açucareiro da colônia, foi invadida por tropas holandesas. O governante holandês Maurício de Nassau firmou o domínio holandês em Pernambuco e o estendeu por quase todo o Nordeste do Brasil.

A cidade do Recife, o centro administrativo, foi urbanizada, saneada, pavimentada, recebeu pontes, palácios e jardins. O governo de Maurício de Nassau chegou ao fim em 1644, mas os holandeses só foram expulsos em 1654.

Avalie seus conhecimentos com Exercícios sobre o Período Colonial no Brasil!

Fim do Período Colonial no Brasil

Depois de inúmeras invasões, muita treta e disputa por território, minérios e poder, em 1640, Portugal dependia bastante da renda gerada pelo Brasil. 

Por isso, surgiu um controle mais rígido sobre a arrecadação de impostos e as atividades econômicas. O descontentamento com a política econômica gerou algumas revoltas:

  • Revolta de Beckman (1684), no Maranhão;
  • Guerra dos Emboabas (1708-1709), em Minas Gerais; e
  • Guerra dos Mascates (1710), em Pernambuco.

Geral queria libertar a colônia do domínio português. As principais revoluções com esse objetivo foram:

  • Inconfidência Mineira (1789); e
  • Conjuração Baiana (1798).

É importante anotar no resumo do Período Colonial do Brasil é que um fato determinante para o fim do Brasil Colônia foi a mudança da sede do Reino para o Brasil, no início do século XIX.

Então, em 1815, com a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido, o território deixa de ser colônia. Mais tarde, em 1822, acontece a Independência do Brasil. Ufa!

Revisão sobre o Brasil Colônia  

  • Em 1531, Martim Afonso de Souza chega na colônia para garantir a posse portuguesa, fundando, em 1532, as Vilas de São Vicente e Santo André.
  • Durante o século XVI e XVII, há um grande crescimento da economia açucareira, com a construção de diversos engenhos, que funcionavam como verdadeiros núcleos sociais. Esses engenhos eram controlados pelos senhores de engenho, figuras de grande poder político na colônia;
  • Entre 1534 e 1536, o sistema de capitanias hereditárias foi implementado no Brasil;
  • Em 1548, a metrópole decidiu pela centralização política, investindo em um Governo Geral;
  • Em 1621, a colônia foi dividida em dois núcleos administrativos, o estado do Brasil e o estado do Maranhão;
  • Em 1763, a sede do estado do Brasil foi transferida para o Rio de Janeiro e, em 1774, o estado do Maranhão foi anexado ao estado do Brasil novamente.
  • Durante o século XVIII, o controle político e fiscal do ouro passou a ser realizado pelas Intendências das Minas e pelas Casas de Fundição.

Quer ver um pouco mais sobre esse tema? Então se liga no nosso vídeo com um resumão completo do Período Colonial feito pelos professores aqui da Descomplica!

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