Há experiências de lutas sociais de reapropriação cultural da natureza que são movimentos emblemáticos, como a dos seringueiros no Brasil, que da luta sindical para a comercialização da borracha chegaram a inventar o conceito de reserva extrativista e estão avançando para um novo modo de produção, uma nova racionalidade produtiva, mostrando que é possível viver bem, e não apenas
sobreviver, em harmonia com a natureza que habitam. O novo planeta que podemos imaginar é feito desses territórios produtivos que não são apenas economias de autossubsistência mas economias que potencializam a produtividade ecológica de seus territórios.
LEFF, E. Discursos sustentáveis. São Paulo: Cortez, 2010 (adaptado).
O texto discute a criação de uma nova racionalidade produtiva que se afasta de modelos de exploração predatória e promove uma convivência harmônica com a natureza. Ele destaca a importância de um modelo de produção sustentável, fundamentado em decisões e valores locais, como o exemplo utilizado de seringueiros no Brasil que desenvolveram o conceito de reservas extrativistas. Esse tipo de reserva prevê o uso sustentável dos recursos. Essa nova perspectiva se baseia na valorização das práticas e conhecimentos locais, e não em pressões ou padrões globais.