Os salões permitiam aos escritores da época do Iluminismo adentrar no universo dos poderosos. Figuras como as de Voltaire e Duclos exortavam seus “irmãos” a aproveitarem da mobilidade que era oferecida pela ordem social do Antigo Regime, juntando-se à elite. Nos últimos decênios do Ancien Régime, ele foi se tornando cada vez mais o reduto dos filósofos do Alto Iluminismo, que deixavam os cafés para os tipos inferiores de literário. Com efeito, os cafés se constituíram na antítese lógica dos salões. Eles eram abertos a todos, a um passo da rua. Como é possível constatar, salões e cafés constituem interessantes instituições do espaço público literário através das quais é possível vislumbrar as bases sociais nas quais se assentavam o Alto e o Baixo Iluminismo.
HABERMAS, J. Mudança estrutural da esfera pública: investigações quanto a uma categoria da sociedade burguesa. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984 (adaptado).
O texto explica que os salões e cafés, durante o Iluminismo, tornaram-se importantes espaços de discussão e troca de ideias entre intelectuais e filósofos. Esses locais permitiam que pensadores se reunissem e compartilhassem suas ideias, ao mesmo tempo em que, de certa forma, segregavam essas discussões para um público específico, já que os espaços como salões eram restritos à nobreza.