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A Europa descobrindo novos mundos

Neste vídeo, veremos a expansão marítima marcar definitivamente a passagem da idade média para a moderna, novos mundos serem descobertos e o mercado das especiarias a pleno vapor!

Motivos para a expansão

O pioneirismo português

A conquista de Ceuta

A chegada dos portugueses

Os tratados Luso-espanhóis

As Grandes Navegações 

Na transição entre a Idade Média e a Idade Moderna (XV – XVI), a Europa passou por uma fase de reformulação cultural, social, política e econômica que acarretou na chegada dos europeus naquilo que ficou conhecido como o Novo Mundo (América). O principal objetivo das Grandes Navegações era encontrar uma rota alternativa para as Índias, a fim de romper com o monopólio comercial das cidades italianas de Gênova e Veneza no Mar Mediterrâneo.  

As circunstâncias favoráveis para as expansões marítimas são resultado de um processo composto de diversos fatores construídos durante a Baixa Idade Média e que acarretaram na necessidade da descoberta e apropriação de novos territórios para suprir o novo modelo econômico: o capitalismo comercial ou mercantilismo. Logo, é importante lembrarmos que alguns fatores foram essenciais para que os europeus pudessem se aventurar no além-mar, uma vez que as Grandes Navegações foram resultado de uma série de condições políticas, econômicas, comerciais e geográficas. Dentre os fatores que explicam, podemos citar: 

  • Monarquia consolidada, que centralizou o poder político e foi crucial para p financiamento de uma empreitada tão grande quanto a Expansão Marítima.
  • Desenvolvimento de conhecimento náutico, através da Escola de Sagres, uma referência para estudiosos como cosmógrafos, cartógrafos, mercadores, aventureiros, entre outros.
  • Interesse de diversos grupos na expansão (nobreza, em busca de terras; burguesia, em busca de rotas de comércio; e a Igreja, visando expandir a fé);
  • Posição geográfica favorável, no caso português isso foi essencial, já que o seu litoral era ponto de chegada e partida de várias embarcações que circulavam por diversos mares; 

Curiosidade: A primeira Monarquia Nacional a conseguir se lançar no Oceano Atlântico foi o Reino de Portugal. O pioneirismo português se justifica exatamente pela existência dos fatores mencionados acima.  
 

As rotas marítimas  

A rota escolhida rumo às Índias foi o périplo africano, ou seja, através do contorno da África. Em 1415, dominaram Ceuta, no litoral africano, considerada o primeiro território ocupado durante a Expansão Marítima. Após o domínio de Ceuta, Portugal foi conquistando várias possessões na África, onde comumente eram estabelecidas feitorias, fundamentais para o abastecimento dos navios e de relações comerciais com o continente africano.  

Ao contrário do continente americano, Portugal e os outros países europeus não colonizaram o território africano de primeira, porque ali já haviam sociedades organizadas em torno da atividade mercantil, o que facilitou as trocas comerciais, e porque existiam doenças no continente africano que afetavam absurdamente os europeus. Enquanto a América sofreu um processo contrário, de morte em grandes escalas devido a epidemias de doenças europeias, os homens do Velho Continente sofriam com as doenças que existiam na África.  

Em 1433, quando o navegador Gil Eans consegue ultrapassar o Cabo do Bojador, estimula os europeus a se lançarem em novas viagens e possibilita a chegada dos europeus a costa Ocidental da África. O local, conhecido como o “Cabo do Medo”, era reconhecido pelas suas fortes ondas e por viagens que não chegavam ao seu destino, alimentando as teorias de que haviam monstros desconhecidos no mar e a suposição de que existia um abismo que se localizava exatamente ali. 

Dando continuidade à expansão marítima, em 1488, Bartolomeu Dias conseguiu chegar ao Cabo da Boa Esperança e por fim, o navegador Vasco da Gama alcançou as Índias, no ano de 1498. Atualmente, existem evidências de que Pedro Álvares Cabral não foi o primeiro europeu a chegar na região que é o Brasil hoje, no ano de 1500. Alguns historiadores defendem que Duarte Pacheco teria chego aqui anteriormente, no ano de 1498, a mando da coroa portuguesa. 

Enquanto Portugal se lançava ao mar, a Espanha ainda estava fazendo o seu processo de unificação, que só se concretizou no ano de 1492. No mesmo ano, a coroa espanhola se lançou ao mar com o investimento na viagem de Cristóvão Colombo, que conseguiu apoio financeiro para sua empreitada. Através da circunavegação, Colombo queria comprovar que era possível chegar as Índias navegando em direção ao Ocidente, uma vez que a terra seria redonda. Ainda em 1492, o navegador chegou a um território totalmente desconhecido acreditando ter chego as Índias e se tornou, em teoria, o primeiro europeu a chegar na América, especificamente nas Bahamas. 

A chegada dos portugueses e dos espanhóis levou a alguns conflitos acerca da posse do novo território e, em 1493, o Papa Alexandre VI intermediou um acordo entre os Estados ibéricos conhecido como Bula Intercoetera. Na resolução ficou combinado que uma linha imaginária a 100 léguas da Ilha de Cabo Verde dividia o território entre ambos, o lado leste pertencia a Portugal, enquanto o lado Oeste, ficava na posse da Espanha. 

Sentindo-se prejudicados, os portugueses pedem a revisão do acordo e o Papa estabelece uma nova divisão territorial com o Tratado de Tordesilhas, em 1494, que promove um aumento significativo do território português. Com o novo tratado, fica estabelecido que as terras descobertas, e a descobrir, a Oeste da linha demarcada a 370 léguas do arquipélago de Cabo Verde pertenciam a Espanha, enquanto a parte Leste ficaria para Portugal. 

Contudo, durante o século XVI outros Estados europeus já haviam concluído a sua unificação política, fator essencial para a Expansão Marítima, e passaram a contestar a divisão do mundo entre as potências Ibéricas. França, Inglaterra, Holanda e entre outros, passaram a promover invasões e saques ao continente americano na tentativa de conquistar um pedaço de terra para explorar e chamar de seu.