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Primeira Guerra Mundial – Introdução

A Primeira Guerra Mundial teve um grande impacto na História Mundial. A partir dela houve a transformação do conceito de guerra. Além disso, marcou o fim dos grandes impérios e a formação das novas nações europeias.

Primeira Guerra Mundial – Motivações

Atritos Pré Primeira Guerra Mundial

O Atentado na Bósnia.

A Guerra de Trincheiras

Os Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial.

Conseqüências da Primeira Guerra Mundial

A sociedade da belle époque


Os europeus, apesar do tenso clima político no final do século XIX, estavam em uma época de avanços tecnológicos, efervescência artística e seguridade econômica. Os modernistas surgiam com força em países como França e Alemanha e o futurismo foi um dos principais exemplos das novas escolas artísticas, em um movimento  que atribuía relevância aos avanços científicos e a industrialização. A ciência continuava o progresso iniciado na Segunda Revolução Industrial, com a invenção do avião e a modernização de barcos e trens.

Mas dentro do mesmo período de prosperidade, os países europeus passavam pela chamada "Paz Armada", aonde secretamente cada país se preparava para um conflito que estava cada vez mais iminente devido as disputas imperialistas e de cunho nacionalista.

A Grande Guerra

O estopim da Primeira Guerra Mundial foi o assassinato de Francisco Ferdinando, arquiduque e herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, aliado da Alemanha. O arquiduque foi morto por um terrorista sérvio (Gravilo Princip) ligado ao grupo ultranacionalista “Mão Negra”. Para compreendermos o porquê do assassinado de Francisco Ferdinand, é necessário saber que ele era a principal figura que negociava os
interesses germânicos na região dos Bálcãs.Com o seu assassinato, as tensões entre os dois principais projetos nacionalistas para a região dos Bálcãs ampliaram-se. Essas tensões levaram à formação das alianças político-militares, conhecidas como Tríplice Aliança e Tríplice Entente. Essa última foi formada em 1904, recebendo o nome formal de Entente Cordiale, e abarcava França, Inglaterra e Rússia.

O Império Russo, após a derrota para os japoneses na Guerra Russo-Nipônica (1904-1905), estreitou suas relações com a França, buscando apoio militar e econômico para precaver-se de eventuais conflitos em outras regiões de interesse, sobretudo nos Bálcãs (apesar de já haver acordos desse gênero entre os dois países desde 1883, como o chamado Entendimento Franco-Russo). A Inglaterra aliou-se à França porque temia o desenvolvimento bélico do Império Alemão e lutava para impor limites às pretensões de Guilherme II. Já na Tríplice Aliança associaram-se Alemanha e Império Austro-Húngaro, motivados pelos interesses na regiões dos Bálcãs. A essas duas nações juntou-se a Itália, que queria lançar represálias à França em virtude da invasão da Tunísia, no noroeste da África, em 1881. Essa região era cobiçada pelos italianos, o que aumentava ainda mais a tensão entre as duas alianças. Quando a guerra estourou, em 1914, os exércitos que se mobilizaram estavam associados principalmente a essas seis nações.

  • Guerra de Movimentos (Agosto a novembro de 1914): A iniciativa da guerra partiu da Alemanha, que executou o Plano von Schilieffen, cuja estratégia consistia em atacar pelo Leste e defender-se pelo Oeste. A princípio, a guerra assumiu o caráter de “movimento”, isto é, o deslocamento de tropas e os ataques rápidos e fulminantes (isso abrangeu os dois primeiros anos da guerra).
  • Guerra de Trincheiras ou de Posição (1915 – 1917): Com a dificuldade de movimentação das grandes tropas e com a morte de muitas pessoas nos campos de batalha, graças aos novos armamentos, a guerra mudou. Se antes, os conflitos diretos poderiam acontecer em campos abertos, com armas lentas ou espadas, no século XX, isso não seria mais possível. Com armas capazes de matar centenas de homens de uma vez, os conflitos da fase de movimentos se tornaram cada vez mais imóveis. Assim, a guerra assumiu o caráter de “posição”, ou seja, buscava-se preservar as regiões ocupadas por meio do estabelecimento de posições estratégicas. Para tanto, a forma de combate adequada era a das trincheiras. Os soldados entrincheirados sofriam, impotentes, bombardeios e lançamento de gases venenosos, como a iperita (gás mostarda). Além disso, a umidade, o frio e as péssimas condições de higiene acabavam trazendo várias doenças. Dentre as principais causas de morte, além das armas de fogo, estavam a febre tifóide, o pé de trincheira e a malária.

Em um curto espaço de tempo, as nações europeias necessitavam de enormes quantidades de alimentos e armas para o conflito. Nesse novo contexto, a necessidade de importação de produtos básicos se tornava cada vez maior. Assim, os Estados Unidos se tornaram um dos principais exportadores para a Europa, e passaram a conceder empréstimos às nações da Entente. Assim, mesmo que permanecendo neutro, o governo norte-americano exportava seus produtos apenas às nações integrantes da Tríplice Entente.

Entretanto, tais projeções mudariam de rumo no ano de 1917. Naquele ano, os russos abandonaram a Tríplice Entente com o desenvolvimento da Revolução Russa. Para as potências centrais, essa seria a oportunidade ideal para vencer o conflito. Não por acaso, os alemães puseram em ação um ousado plano de atacar as embarcações que fornecessem mantimentos e armas para a Inglaterra. Nesse contexto, navios norte-americanos foram alvejados pelos submarinos da Alemanha. Nesse momento, a neutralidade norte-americana se tornou insustentável por duas razões fundamentais. Primeiramente, porque a perda das embarcações representava uma clara provocação que exigia uma resposta mais incisiva do governo americano. Além disso, a saída dos russos aumentava o risco da Tríplice Entente ser derrotada e, consequentemente, dos banqueiros estadunidenses não receberem as enormes quantidades de dinheiro emprestado aos países em guerra. No dia 6 de abril de 1917, os Estados Unidos declararam guerra contra os alemães e seus aliados.

Um grande volume de soldados, tanques, navios e aviões de guerra foram utilizados para que a vitória da Entente fosse assegurada. Em pouco tempo, as tropas alemãs e austríacas foram derrotadas. Em novembro de 1918, o armistício de Compiègne acertou a retirada dos alemães e a rápida vitória da Tríplice Entente.

Dentre as principais consequências da Primeira Guerra Mundial, podemos destacar: o aparecimento de novas nações; desmembramento do império Austro-Húngaro; a hegemonia do militarismo francês, em decorrência do desarmamento alemão; o fortalecimento dos Estados Unidos; o surgimento do fascismo na Itália e do Nazismo na Alemanha.

Soldados feridos com gás, armamento que foi proibido nos tratados de paz.

Os tratados do pós-guerra: Os "14 Pontos do Presidente Wilson"

Em mensagem enviada ao Congresso americano em 8 de janeiro de 1918, o Presidente Wilson sumariou sua plataforma a cerca da Paz no pós-guerra, que não previa nenhuma séria sanção para com os derrotados, abraçando a ideia de uma Paz "sem vencedores nem vencidos". No terreno prático, poucas propostas de Wilson foram aplicadas, pois o desejo de vingança por parte da Inglaterra, e principalmente da França, prevaleceram sobre as intenções americanas. O Tratado de Versalhes foi utilizado pelas nações vencedoras da guerra, lideradas por França e Inglaterra, para impôr duras condições à Alemanha derrotada. O desejo dos alemães de superar as condições humilhantes desse tratado desempenhou papel importante entre as causas da Segunda Guerra Mundial.