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Justiça

A professora Larissa Rocha fala sobre a política aristotélica. Confira!

Animal político

Ética

Formas de governo

Contraposição com Platão

Ética e política em Aristóteles

Estando profundamente relacionadas, a ética e a política em Aristóteles mobilizam a virtude da justiça. Tida como a maior de todas as virtudes, a justiça é a atitude projetada aos outros, mais que a si. O que protege um conjunto de indivíduos é mais importante  do que aquilo que protege um único membro da sociedade. Por isso, dos vícios, a injustiça é o maior, pois corrói o tecido social. Justo é distribuir o que é devido a cada um, ou seja, o que cada um merece, dado que os indivíduos são diferentes e seria injusto dar coisas iguais a pessoas desiguais. Esta é a justiça distributiva, que leva em consideração o mérito das pessoas. Há, entretanto, outro tipo de justiça, a saber, a justiça comutativa, cujo objetivo é corrigir os possíveis erros da justiça distributiva, estabelecendo a equidade. Nesse sentido, mesmo que as pessoas sejam desiguais no mérito, cada um deve ter o necessário para sua vida e a cidade precisa impedir a má distribuição de riquezas e oportunidades.

Sendo a arte responsável pela administração da vida social, a política deve sempre ter como finalidade, de acordo com Aristóteles, o bem comum. Quando o governante promove o bem comum, seu governo, independentemente da forma específica de que se revista, é justo e bom. Se, ao contrário, o governante busca seu próprio bem ou de outros particulares, seu governo é mau e injusto.

Em sua obra A Política, Aristóteles define seis formas de governo, três delas justas e três corrompidas. Comecemos pelas justas: 1) a monarquia, que consiste no governo de um sobre os demais, visando o bem comum; 2) a aristocracia, que consiste no governo de um reduzido número de homens (os melhores) sobre os demais, visando o bem comum; 3) a politeia, que consiste no governo da massa, visando o bem comum.

Quando essas formas de governo deixam de atender ao interesse geral, elas se tornam corrompidas ou degeneradas, conforme a seguir: 1) a monarquia se corrompe em tirania, que consiste no exercício do poder de forma arbitrária, visando os interesses realeza; 2) a aristocracia se corrompe em oligarquia, que consiste no governo de poucos, visando os interesses dos ricos; 3) a politeia se corrompe em democracia, que consiste no governo da massa, visando unicamente os interesses dos pobres.